Seth Grahame-Smith é um cara de sorte. Dos quatro primeiros livros que escreveu – um sobre cinema pornô, um sobre o Homem-Aranha, outro sobre como escapar de situações de filmes de terror e por fim um sobre os erros do presidente George W. Bush –, dois venderam o suficiente apenas para cobrir seus custos de produção. As duas obras seguintes, no entanto, estavam destinadas ao sucesso.
Uma bizarra sugestão de seu editor fez o escritor misturar uma obra clássica com zumbis. Após estudos meticulosos de onde colocar os mortos-vivos na mais famosa e amada trama de Jane Austen, “Orgulho e Preconceito e Zumbis” foi publicado em 2009 e tornou-se um hit cult em pouco tempo. Não tem quem passe na frente do livro sem olhar duas vezes para o desenho da dama semi-devorada na capa.
“Orgulho e Preconceito e Zumbis”, escrito por Jane Austen e Seth Grahame-Smith; a ilustração é de Doogie Horner (e há outras no livro) © Reprodução
A qualidade da literatura é discutível e o oportunismo é calculado (afinal, as obras de Austen são domínio público), mas a diversão é garantida, ainda mais para quem leu o original. O sucesso do livro foi tanto que ele chegou ao 3º lugar da lista de bestsellers do “The New York Times”, e não deve parar por aí: uma adaptação para os cinemas está sendo preparada para 2011, com Natalie Portman no papel de Elizabeth Bennet.
Tanta popularidade fez surgir outras obras do tipo, como “Razão e Sensibilidade e Monstros do Mar”, mas escritas por outras pessoas. Em entrevista ao jornal inglês “The Guardian”, Grahame-Smith disse não querer se transformar “naquele cara dos mash-ups” literários, e decidiu seguir outro caminho esquisito: transformar um dos mais famosos presidentes dos EUA em um caçador de vampiros.
O novo livro de Grahame-Smith: “Abraham Lincoln, Vampire Hunter” © Reprodução
É o enredo de “Abraham Lincoln, Vampire Hunter”, que conta a história de vida do republicano misturando seres sanguinários e história, algo como Drácula na Guerra da Secessão. O livro foi lançado nos EUA há poucos dias, mas já tem planos de estrear no cinema – e pelas mãos de Tim Burton e Timur Bekmambetov.
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