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    Bob Wolfenson e cia retratam mulheres para exposição “À Flor da Pele”
    Sandra Bréa Brito, atriz brasileira considerada símbolo sexual nos anos 1970 e 1980 ©Divulgação
    Bob Wolfenson e cia retratam mulheres para exposição “À Flor da Pele”
    POR Equipe Evento

    * Alexandre Ougata, em colaboração para o FFW

    Sandra Bréa Brito, atriz brasileira considerada símbolo sexual nos anos 1970 e 1980 ©Divulgação

    Sandra Bréa Brito, atriz brasileira considerada símbolo sexual nos anos 1970 e 80 ©Divulgação

    A urgência em dar uma pausa no fluxo cotidiano, permeado por tantos estímulos que afetam a criatividade, levou o fotógrafo Bob Wolfenson, o jornalista Helio Hara e o publisher Ricardo Feldman a mudarem para o modo avião e se desconectarem.

    Com esse olhar offline e, assim, menos viciado e com menos amarras, os três passaram a questionar como é representado o universo feminino quando há completa liberdade autoral. A resposta vem com a exposição “À Flor da Pele” – que tem parceria com a C&A, abre ao público na quinta-feira (22.10) e permanece até o dia 20 de novembro na Praça das Artes, em São Paulo. Nela, mulheres como Gisele Bündchen, Fernanda Young, Camila Pitanga e Fernanda Torres são retratadas em diversas facetas. “Na Sala Limite, por exemplo, o visitante se depara com quatro fotografias da mesma mulher. Cada uma com uma sutil diferença feita propositalmente”, diz Feldman.

    + Nova edição da revista s/n°, de Bob Wolfenson, é lançada com Thairine Garcia na capa

    A mostra reúne ao todo 150 imagens garimpadas do acervo dos dez anos da Revista s/n e está dividida em sete módulos: Divas, Flagrantes, Fantasia, Fetiche, Intramuros, Limites e Projetores.

    Intrigado em saber o que mudou na figura feminina ao longo dos tempos, o FFW conversou com Ricardo Feldman para saber mais detalhes da exposição e aproveita para provocá-lo com a pergunta derradeira: “o que significa ser mulher hoje?”.

    Como surgiu a ideia da exposição e a escolha da Praça das Artes como local de apresentação?

    O ponto central da exposição desde o início foi de evidenciarmos as diversas representações do universo feminino, mostrando a fractalidade e as diversas facetas da mulher através de olhares autorais distintos. Daí, como publisher da Revista s/n, foi natural aproveitarmos a consistência construída pelos dez anos da publicação como acervo base de nossa pesquisa, pois ela tem essa pluralidade de expressões artísticas em seu DNA. Assim, unindo o útil ao agradável, convidei Wolfenson e Hara para dividirem comigo essa curadoria, dando um foco maior na fotografia, sempre com um objetivo de trazer a sensação de um Brasil contemporâneo, livre de estereótipos.

    A Praça das Artes nos pareceu o lugar perfeito por diversos motivos, o fato de ser um complexo cultural no centro da cidade, a modernidade integrada à memória existente no edifício, as diferentes expressões artísticas que ali habitam, a relação de sua praça com a cidade criando maior acessibilidade ao público. Tivemos o prazer de construir essa parceria com a Fundação Theatro Municipal e com a Brasil Arquitetura, de Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz, arquitetos que desenvolveram o projeto da praça. Foi uma honra tê-los conosco criando a expografia de nossa exposição, pois havia já uma grande intimidade com o espaço.

    Como foi o processo de curadoria das fotos?

    O ponto de partida foi o modo avião. Metaforicamente, é o instante em que, desconectados temporariamente desse fluxo de informações, podemos desfrutar do tempo do reset: instantes em que vivemos plenamente a imaginação e a fantasia. A pausa. A partir daí, levantamos a seguinte pergunta: como é representado o universo feminino quando há completa liberdade autoral? Com essa questão em mente nos debruçamos sobre os dez anos da revista e seus diferentes temas, entre os quais temos as Divas, mulheres que dominam as câmeras fotográficas, a Fantasia, o lugar onde as mulheres podem ser sereias e outros seres imaginários, ou Intramuros, espaço que remete à família, desde o encontro com o outro até a maternidade. Entre outras surpresas que valem a pena o passeio à praça para conferir.

    O que mudou na figura feminina ao longo desta década registrada na exposição?

    A mulher está cada vez mais segura e confiante de si, e vem a cada dia ganhando mais espaço e independência. De outro lado, o mundo atual solicita muito dessa mulher para que ela seja aceita. Um exemplo está na área Limites de nossa exposição, onde convidamos as pessoas a pensarem nos limites na era em que cirurgias, técnicas e tecnologia permitem manipular o corpo e as formas, criando aquilo que cada um deseja ser.

    Como a fotografia pode traduzir a personalidade de uma mulher?

    Bob me comentou uma vez que Helmut Newton dizia que “todo retrato é uma fotografia de moda”. Faz sentido, pois tudo é efêmero. Não acredito que uma imagem possa mostrar a personalidade de uma mulher, mas acredito no retrato como espaço de encontro, e acho que quando essa magia acontece entre fotógrafo e fotografada, conseguimos enxergar um pouco da alma dessa mulher.

    A moda liberta ou aprisiona as mulheres?

    A democracia da moda sem dúvida liberta as mulheres para vivenciarem suas diversas facetas e sentimentos, mas como dizem, onde há uma grande liberdade há também uma enorme responsabilidade, pois na medida em que podemos tudo, temos que arcar com as consequências dessa multiplicidade de escolhas. Isso pode também ser uma prisão dependendo da ótica escolhida.

    O que significa ser mulher hoje?

    Essa é uma pergunta difícil, mas a primeira coisa que me vem à cabeça é de uma entrevista em que Clarice Lispector pergunta a Pablo Neruda como é a mulher perfeita. E ele responde “aquela feita de muitas mulheres”. Acho que é uma boa definição, uma mulher hoje são muitas.

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