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    Ícones da fotografia: a obra de Willy Rizzo, que tem retrospectiva em SP
    Ícones da fotografia: a obra de Willy Rizzo, que tem retrospectiva em SP
    POR Redação

    Fotografia tirada na Ópera de Paris, em 1957 ©Willy Rizzo/Reprodução

    A amizade com as mais belas atrizes, assim como a proximidade com artistas e intelectuais, possibilitou que Willy Rizzo se tornasse um precursor em retratar celebridades. De Marilyn Monroe e Brigitte Bardot a Salvador Dalí e Pablo Picasso, o fotógrafo italiano capturou momentos de intimidade e descontração de personalidades que se converteram em referências da cultura moderna. O projeto “Iguatemi Photo Series”, parceria entre o shopping Iguatemi e a Oi, apresenta a partir desta sexta (10.08) uma exposição que reúne 100 obras produzidas ao longo dos mais de 60 anos de carreira de Rizzo. Em cartaz até o dia 2 de setembro, a mostra está no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), em São Paulo.

    Willy Rizzo  ©Reprodução

    Willy Rizzo ©Reprodução

    Testemunha de acontecimentos que abalaram a Europa, tais como a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a ocupação da França, Rizzo nasceu em Nápoles, em 1928, mas logo no início da década seguinte mudou-se com sua mãe para Paris, onde desde cedo se interessou por fotografia: aos 12 anos, ganhou sua primeira câmera, uma Agfa Box, com a qual registrava os colegas de escola e os eventos cotidianos. Já em 1944, com apenas 16 anos, comprou no mercado negro sua segunda máquina, uma Rolleiflex. A profissão de fotógrafo, ou fotojornalista, como atuou por um período enquanto contratado por revistas como “Point de Vue”, “Life” e “Paris Match”, foi então uma escolha natural.

    No início de sua carreira, no entanto, as celebridades que tornaram Rizzo famoso não faziam parte dos planos do italiano: seu primeiro trabalho como fotógrafo profissional foi na cobertura dos conflitos ocorridos na Tunísia; os registros desse período foram depois publicados nas já mencionadas revistas “Point of Vue” e “Life”. Após a guerra no norte da África, Rizzo foi contratado pela “France Dimanche” para acompanhar a primeira edição do Festival de Cinema de Cannes, em 1946, onde recebeu do veículo carta branca para gastar ilimitadamente. O resultado do evento foi promissor: com sua simpatia e carisma, o italiano conseguiu capturar artistas, playboys e socialites e até membros da realeza.

    Pouco depois, aproximadamente entre 1947 a 1949, Rizzo mudou-se para Nova York para trabalhar com a agência Black Star. Durante esse período, influenciado pela obra de Richard Avedon e Erwin Blumenfeld, o italiano fotografou inúmeros astros hollywoodianos, como Gregory Peck, Gary Cooper e Anne Baxter. Ao retornar a Paris, em 1949, Rizzo começa uma duradoura trajetória na recém-criada “Paris Match” e casa-se com a atriz italiana Elsa Martinelli: a nova empreitada profissional e o relacionamento com uma celebridade aproxima-o de nomes como Audrey Hepburn, Jane Fonda, Sofia Loren, Gene Kelly e ainda Brigitte Bardot, Marilyn Monroe, Salvador Dalí e Pablo Picasso. Mas a “Paris Match” também possibilitou a Rizzo testemunhar e registrar os tribunais de Nuremberg, na Alemanha, e a Primeira Guerra da Indochina.

    Salvador Dalí, em 1950, e Marilyn Monroe, em 1962 ©Willy Rizzo/Reprodução

    À parte às celebridades e às coberturas políticas, Rizzo retratou os bastidores da moda durante os últimos anos de 1940 e toda a década de 1950: Christian Dior, Yves Saint Laurent, Coco Chanel, Jean Cocteau e Pierre Cardin estão entre os que o italiano fotografou, assim como o diretor Federico Fellini, durante as gravações do clássico “A Doce Vida” (1960). A partir de 1966, no entanto, com a mudança para a Itália, os rumos profissionais de Rizzo sofreram uma drástica alteração; no país, começou a desenvolver móveis de design moderno e logrou bastante sucesso, chegando a possuir uma fábrica com cerca de 150 funcionários. Parte das peças produzidas por Rizzo, inclusive, já foi exposta no Metropolitan Museum of Art (MET), em Nova York.

    Capa da “Vogue” francesa de jun/jul de 1961 e primeira capa colorida da “Paris Match” de jan/1965 ©Willy Rizzo/Reprodução

    Em 1978, no entanto, Rizzo decidiu retornar à fotografia, onde atuou até sua morte em fevereiro de 2012, com 84 anos. O design, apesar de não ocupar caráter prioritário, também continuou a desempenhar papel importante na vida do italiano: em meados de 2000, por exemplo, Rizzo apresentou, em colaboração com o estilista Paul Smith, uma mostra de imagens e móveis em Londres; já em 2010, Rizzo abriu sua primeira galeria, em Paris. Precursor do que hoje faz Mario Testino, a exposição no MuBE, idealizada por Chico Lowndes e com curadoria de Danniel Rangel, é a oportunidade de conhecer mais do trabalho desse profissional pioneiro, e até de observar registros de momentos históricos, todos impressos em 60×70.

    Willy Rizzo @ MuBE – Museu Brasileiro da Escultura

    Avenida Europa, 218, São Paulo – SP

    Período expositivo: 10 de agosto a 2 de setembro

    Horário de funcionamento: terça a domingo, das 10h às 19h

    Informações: (11) 2594-2601 ou mube@mube.art.br

    Entrada Franca

    Veja mais da série “Ícones da Fotografia”:

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    – Nick Knight

    – Steven Meisel

    – Tim Walker

    – David Bailey

    – Helmut Newton

    – Mario Testino

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