Poucas semanas depois de ter flopado o leilão que a Christie’s anunciou com o acervo de roupas e acessórios de Isabella Blow, a herdeira Daphne Guinness veio a público explicar seus motivos.
Em carta de punho próprio publicada na seção de estilo do “Financial Times”, Daphne abre o coração: “Essa história do leilão começou na madrugada do dia 7 de maio de 2007, quando eu fui acordada por uma ligação do Alexander McQueen. Eu já esperava por aquilo. Issie havia morrido. Tomou venendo, foram dois dias agonizantes antes de sua morte. Não vou me perdoar nunca por ter me distanciado dela nos seus últimos dias”.
Daphne Guinness usa look total Alexandre McQueen em evento: a herdeira da cervejaria homônima impediu que o acervo fashion de Isabella Blow fosse leiloado ©Reprodução
“Soube então que o acervo pessoal de Isabella Blow iria a leilão para pagar as dívidas deixadas por ela. Foi a gota d’água. Conversei com as irmãs dela [Julia e Lavinia] que concordaram que era o momento de pisarmos no freio. Eu sabia que era uma das únicas pessoas que poderia impedir que o acervo de Issie se tornasse uma memorabília mórbida. Consultei amigos em comum _David LaChapelle, Philip Treacy, Amanda Harlech_ e todos concordaram comigo. Comprei o lote e o leilão foi cancelado”.
No final da carta, Daphne Guinness deixa no ar a intenção de construir um acervo que possa ser consultado pelas futuras gerações, uma espécie de museu: “Dessa forma todas as pessoas que apreciam o legado de Issie terão acesso ao que eu chamo de “Isabella’s Blow Work of Art”.
Segundo divulgado pela Christie’s, o lote que foi comprado em antecipação pela herdeira consistia de mais de 90 vestidos de Alexander McQueen, 50 chapéus de Philip Treacy e uma enorme coleção de sapatos de Manolo Blahnik.