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    Nelson Triunfo
    Nelson Triunfo
    POR Camila Yahn

    Nelson Triunfo no backstage da Cavalera ©Felipe Abe/FFW

    O desfile da Cavalera sempre reserva alguma surpresa. Nesta temporada, a marca comandada por Alberto Hiar montou um show que juntou modelos e bailarinos ao som da música ao vivo de Tony Tornado, que animou o desfile da marca, o último do primeiro dia de SPFW Verão 2013/14, inspirado na soul music dos anos 1970. Comandados pelo pernambucano mestre da cultura hip-hop, Nelson Triunfo, 58, os bailarinos deram vida à soul music e ao movimento black soul, e arrancaram aplausos da plateia.

    Nelson é fundador da Casa do Hip-Hop de Diadema, que desenvolve projetos que utilizam o hip-hop como um instrumento de educação e inserção social, por meio de oficinas, palestras e debates com crianças e adolescentes, e já dançou ao lado de James Brown e Tim Maia. Nelson nasceu em Triunfo, Pernambuco, e aos 16 anos, se mudou para a Bahia, onde fundou o primeiro grupo de soul, em um lugar onde outros estilos musicais imperavam e o soul tinha pouca (ou nenhuma) força.

    No backstage da Cavalera, o FFW encontrou Nelson, que contou um pouco mais sobre a sua história, a Casa do Hip-Hop e a cultura que apregoa.

    Quem é Nelson Triunfo?

    Eu nasci no mato, na cidade de Triunfo em Pernambuco. Saí me criando ali no meio do frevo e do maracatu e comecei a curtir muito James Brown. Fui para a Bahia e em 1972 fundei o meu primeiro grupo de soul, no meio do forró. Era quase como se fosse ficção científica. Agora está sendo filmado um documentário que chama Triunfo, que conta a minha história. Eu ganhei o título em São Paulo de cidadão paulistano, quando o Juca Ferreira era Ministro da Cultura. Eu sou um comendador da Cultura. Vir do mato para uma cidade como São Paulo receber esse título, para mim, foi uma honra. Mas tudo isso eu levo como se fosse um gol, no time que estou jogando, mas eu tenho que fazer outros! (risos)

    E você tem uma associação que ajuda jovens e adolescentes, certo?

    Eu sou o fundador da Casa do Hip-Hop no Brasil e sou precursor da dança de rua. Eu viajo muito fazendo palestras, fazendo shows, porque eu também toco e tenho trabalhando comigo dançarinos de vários estilos, desde o B-Boy ao Pop e Rock. Trabalho com danças urbanas e desenvolvo também um trabalho social com jovens na periferia através da cultura da dança de rua. Fiz parte do grande movimento black soul, com o próprio Tony Tornado, com o Tim Maia, já dancei com o James Brown, e sou um dos fundadores dos grandes bailes break do movimento dos anos 1970. Já viajei muito, dancei em Berlim, nos Estados Unidos, já viajei o mundo.

    Como é esse trabalho social que faz com os jovens?

    Tem jovens que vêm da rua e tem outros que vêm até da classe média, mas eu misturo todos para mostrar que eles não têm diferenças entre eles. Se deixar todo mundo sem roupa no deserto ninguém é mais rico nem mais pobre, não tem mais favela nem elite, são todos iguais. Então eu procuro mostrar para eles a importância da amizade independentemente do grau aquisitivo de qualquer um. Preparo eles para essas coisas, para as câmeras e para os jornalistas e eles encaram a vida de uma forma bem à vontade e eu adoro isso. Eles começam a saber que têm uma importância e podem vir até a ser um presidente da república, por que não? Eu digo que com o estudo e sabedoria eles podem chegar a qualquer lugar. Agora, se não estudar e ficar na rua, não vai passar disso.

    Você fica amigo deles então?

    Sim, e eu me sinto muito envolvido quando eles falam que queriam que eu fosse pai deles, por exemplo. Eles falam: ‘Puxa, se meu pai fosse assim, eu estava feliz’, e isso me dá muita energia.

    Como surgiu o convite da Cavalera?

    Eles conhecem o mundo da dança e quando pensaram em fazer um desfile de época, falando da Soul Music, pensaram em Nelson Triunfo. É igual a quando dançávamos na rua e levavam a gente preso. Aí o delegado falava: ‘Pô, você de novo?’, e eu falava que eu não queria ir, mas que eles me traziam. Aqui foi igual, foram eles que me chamaram. (risos)

    Já tinha participado de um evento de moda?

    Já, nos anos 1980 eu desfilei para a Le Coq Sportif, a Levi Strauss & Co, já fiz cinema e teatro. Eu sou aquela pessoa que enfrenta a vida e que se diverte. Mas eu procuro dar tudo de mim, se sair eu faço.

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