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    Jovens empreendedores: as camisetas rock’n’roll da Sympathy
    Jovens empreendedores: as camisetas rock’n’roll da Sympathy
    POR Camila Yahn

    Algumas das estampas da nova coleção ©Juliana Knobel

    Dando continuidade à série Jovens Empreendedores, desta vez fomos conhecer a Sympathy, uma marca de camisetas masculinas estampadas com motivos relacionados ao rock, fundada por Luís Sansana, 27, publicitário. Uma ideia simples (quem nunca pensou em estampar camisetas?) e com um investimento relativamente baixo, que ainda assim não deixa de demandar tempo. “É o único investimento que faço na marca hoje”, diz Luís.

    Luís é um jovem empreendedor por excelência e não fundou só a Sympathy. Quando se formou, juntou-se a Rafael, Bruno e Márcio – os dois últimos também jovens empreendedores, donos da CãoFalido! -, para fundar a Mulisha, um estúdio criativo em que os sócios se relacionam diretamente com o cliente deixando de lado formalismos e desenvolvendo projetos de forma colaborativa e transparente.  A Mulisha foi também um investimento: “Ficamos uns dois anos trabalhando e investindo sem pegar nada para nós. A partir do terceiro ano, já começamos a tirar um salário. O investimento não era tanto colocar dinheiro, mas sim saber que não íamos ganhar dinheiro durante algum tempo. Hoje, cinco anos depois já dá para viver só da agência”, conta Luís.

    Foi justamente na Mulisha, uma casa simpática e acolhedora, onde está o showroom e estoque da Sympathy, que Luís nos recebeu.

    Luís Sansana, fundador da Sympathy ©Juliana Knobel

    Como nasceu a Sympathy?

    A Sympathy nasceu em dezembro de 2009, mas seu embrião é de 2002/2003, muito antes da faculdade. Eu cursei publicidade e já tinha um projeto caseiro de marca bem amador. Comprava camisetas prontas, estampava na raça, vendia para os amigos e com a grana que ia vendendo fazia mais. Cheguei a fazer bermuda, moleton, mas de uma forma bem amadora. E tudo saia do meu bolso. Sempre fiz sozinho, nunca tive investimento nem participação de ninguém. Gostava de mexer com isso e o gosto foi crescendo. Fazia como um hobby, aí o tempo foi passando, parei, porque comecei a faculdade, e acabei deixando aquilo de lado.

    Na faculdade criei uma nova marca já com um sócio, um amigo meu de classe. Nós participamos do projeto Metofashion, [eu cursei na Metodista], e nesse projeto a gente tinha que criar uma campanha para uma grife. Na altura, eu já tinha a ideia das camisetas, chamei esse meu amigo e falei para o professor que a gente ia fazer a campanha de uma marca nossa. A faculdade parte do princípio de que você vai pegar uma marca que já existe e construir o projeto em volta dela. Nós não. Montamos a nossa marca, que chamava Kever, só de camisetas, e ela durou dois anos, até que meu sócio acabou saindo. Eu continuei sozinho durante algum tempo, mas depois montei a agência e o foco passou a ser só a Mulisha.

    Em 2009, pensei que queria retomar esse projeto e comecei de novo. No final do ano lancei a primeira coleção da Sympathy. E embora seja uma coisa que eu já vinha mexendo há cerca de 10 anos, ainda foi muito na base do amadorismo. Agora é que ela se está tornando um pouco mais profissional, tudo deu certo.

    O que você fez para ela crescer?

    Aconteceu tudo naturalmente. O universo conspirou a favor (risos). Eu comecei da mesma forma que das outras vezes: produzia as camisetas, levava em um ponto de venda, levava em outro… Também comecei a ir mais atrás do que ia antes. Antes as marcas ficavam sempre dentro de um círculo de amigos, agora começaram a aparecer em revistas e em lojas, e isso gerou um conhecimento maior. No primeiro ano aparecemos na “VIP”, na MTV com o Marcelo Adnet, com o Chuck Hipólitho, em alguns pontos de venda, que depois vão indicando outros. Depois também tínhamos o site, o Facebook, e o e-commerce, então foi criando um corpo. Não teve um fato específico que fez estourar, foi-se construindo.

    Quem faz a programação visual (logo, etiqueta…)?

    Eu faço tudo. Desde a concepção das peças, estampas e etiquetas até a montagem do escritório, faço a parte comercial, acompanho a produção, vou em busca de tecido. E ainda distribuo nas lojas e nas marcas, coloco no correio e vou atrás de eventos e parcerias.Acho que ela não está em um patamar mais avançado por falta de tempo mesmo. Porque demanda muito e não é o meu único projeto.

    O logo da marca em um dos cabides ©Juliana Knobel

    De quais eventos você participa?

    Eventos pequenos por enquanto, aqui no estúdio mesmo, chamamos os amigos, reunimos a galera e mostramos as peças. Esta é a quinta coleção. Nós não temos uma obrigatoriedade de lançar peças por estação. É uma marca off-season. Agora vai sair uma coleção para o Outono então a gente coloca uma malha mais grossa, faz uns moletons de manga comprida, no Verão a gente lança uma regata, uma malha mais fininha, um decote mais aberto. Camiseta é uma peça coringa. Em qualquer estação você vai ter camiseta no armário.

    Onde é a produção agora?

    A produção agora é terceirizada, não tenho fábrica própria. Nós usamos essa fábrica para trazer os tecidos do sul, então compramos os rolos direto na malharia. A fábrica estoca, produz e eu acompanho. Entrego a estampa, falo como quero e supervisiono toda a produção.

    O que é preciso para ter um e-commerce?

    Precisa ter um site que suporte uma integração com pagamento online, a gente tem integração om o PagSeguro, que é ótimo porque eles tratam de tudo. Tem várias formas de pagamento e eu não preciso homologar cartão de crédito ou ter outras coisas que um e-commerce um pouco mais completo necessita. A PagSeguro gerencia todo o pagamento, obviamente com uma comissão para eles.  Eu só preciso ter um sistema pronto nessa loja virtual e eu mesmo todo o dia levo no correio. Recebo os pedidos por email e após a confirmação de pagamento, separo tudo, embalo, no dia seguinte vou ao correio e despacho.

    A entrada do Showroom da Sympathy ©Juliana Knobel

    Onde encontramos as camisetas da Sympathy?

    Pontos de venda só em São Paulo, mas tem o e-commerce para o Brasil inteiro. Vendemos na Tag and Juice, na TuA  e na TU – Mercado de Arte e Moda em Pinheiros. Também aqui no Estúdio e agora em São Bernardo, que fizemos um teste e deu super certo. Estamos estudando algumas representações e pontos de venda em outros estados. Temos uma estrutura enxuta e trabalhamos sempre com parceiros. Eu contratei um programador para fazer o site da Sympathy e arquei com o custo, mas depois ele acaba por prestar serviço para a agência também.

    E como funciona o acordo com os pontos de venda?

    Cada loja trabalha de uma forma. Tem lojas que trabalham com consignação, tem loja que acerta com comissão por preço vendido, então você põe um preço e recebe x% da venda, independente de quanto vende. E tem a loja que compra, que é o ideal. Fazemos um teste de um mês em consignação e se der certo, eles compram e vendem ao preço que quiserem. Mas tudo tem um preço estimado, para que o gap de preços entre os pontos de venda não seja tão grande.

    Hoje daria para viver só da Sympathy?

    Hoje ainda não. Infelizmente.

    E já pagou o investimento?

    A Sympathy por enquanto é rotativa. Todo o lucro que eu ganho eu invisto na marca, não fica para mim. Com o andar das coisas e se você tiver tempo para se dedicar só a isso, é possível viver só de marca sim. Como eu tenho dois projetos em andamento, acabo por não conseguir largar um para pegar outro, mas sinto que seria possível viver só da Sympathy. Ou investimos em coleção nova, em malharia melhor ou em produtos novos. Agora vamos fazer eco-bags, então precisamos investir nisso. É um capital de giro por enquanto. Como ela já tem um fluxo bacana, consegue manter e inovar.

    As etiquetas de preço da Sympathy, com uma história da marca e com a etiqueta do fabricante do tecido ©Juliana Knobel

    Qual foi o investimento inicial?

    Assim, para começar, eu diria uns R$ 5 mil. Claro que depende do tecido que você quer comprar, da estampa que você quer fazer, do número de camisetas que você quer produzir. Produção, site, embalagens, idas e vindas à loja… Tudo isso se pagou. Produzindo as peças, o que você depois gasta é com gasolina, telefone e tempo. O que eu mais gasto hoje na Sympathy é tempo. A gente investe de acordo com a demanda.

    E quando esse valor foi pago?

    A cada duas coleções a gente paga o investimento. Então na segunda coleção eu consegui pagar a primeira e com esta, que já é a quinta, eu paguei todas as anteriores. Agora o investimento está pago.

    As etiquetas são estampadas nas peças. Você não gosta das tradicionais?

    Para produzir etiqueta, elástico e tudo o que é personalizado hoje, eu preciso ter um mínimo de produção, que para mim é muito grande. Teria que fazer mil ou duas mil e no início e não tinha esse poder aquisitivo. Então partimos para essa outra opção, que além de ser mais barato, fica mais personalizado. E tem a questão do conforto também. Eu sempre compro camiseta e a primeira coisa que faço é cortar a etiqueta.

    Quantas camisetas produziram na primeira coleção?

    Produzimos cinco modelos com 30 peças cada um. Hoje já fazemos 60 peças por modelo com intenção de produzir cada vez mais.

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