Por Laura Artigas, em colaboração para o FFW
A capa do livreto de orientações ©Reprodução
O São Paulo Fashion Week foi o palco para o lançamento da cartilha “Orientações para o trabalho no exterior: modelos, jogadores de futebol e outros profissionais brasileiros”, criada pelo Ministério das Relações Exteriores. “Nossos consulados registravam ocorrências frequentes envolvendo esses brasileiros, em geral muito jovens. Há muito problema de subtração de passaporte e condições adversas de trabalho”, explica Antonio de Moraes Mesplé, vice-chefe da representação do Itamaraty em São Paulo. O livreto visa orientar estes profissionais que costumam mudar de país muito jovens, e muitas vezes despreparados para as dificuldades.
“Muito do que está na cartilha nós tiramos da nossa própria experiência”, conta Denise Céspedes, da agência de modelos Ford. “São recomendações de mãe. Não entregar o passaporte para ninguém; não sair na noite com desconhecidos; sempre checar na agência quando alguém que se diz olheiro”, comenta. A americana Katie Ford, filha dos fundadores da Ford Models, também colaborou com o trabalho. Longe da agência, vendida em 2007, além de acumular 25 anos na direção da empresa, ela comanda uma fundação que leva seu nome, dedicada a lutar contra a escravidão humana: “Convivi com modelos de mais de 50 países. Elas começam muito cedo e costumam ser vulneráveis. Hoje há 27 milhões de escravos no mundo, e muitas dessas pessoas foram ludibriadas pelo sonho de ser modelo”, avisa. A cartilha contempla também dicas específicas para churrasqueiros e professores da capoeira e de dança e já está disponível no site do Itamaraty.