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    Alexa Chung fala sobre normcore, a crise dos 30 anos e o futuro
    Alexa Chung ©Getty Images
    Alexa Chung fala sobre normcore, a crise dos 30 anos e o futuro
    POR Redação
    Alexa Chung ©Getty Images

    Alexa Chung ©Getty Images

    Vida de repórter é assim: toda vez que uma celebridade internacional vem ao Brasil, a imprensa faz fila, espera em pé, se acotovela para tirar uma foto para o Instagram, espreme todas as perguntas no sempre escasso tempo de entrevista e volta para a redação com a esperança de ter em mãos um conteúdo diferente (e mais interessante, claro) dos outros profissionais que tinham a mesma pauta que você.

    Preâmbulo feito, vamos ao caso de Alexa Chung, convidada do Elle Fashion Preview, realizado na quinta-feira (16.10), em São Paulo. Logo de cara, algumas notícias animadoras: nada de coletiva, ela iria atender cada veículo individualmente (oba!); e cada um teria 15 minutos com ela, tempo bem generoso no apressado relógio do mundo dos famosos (oba, oba!).

    + Veja quem passou pelo Elle Fashion Preview

    No horário marcado, jornalistas a postos. Tudo corria normalmente (atraso, espera, fila, conversa fora) não fosse a reação de todos que saíam da sala reservada para a maratona de entrevistas no shopping JK Iguatemi. Muitos suspiros, exclamações, selfies e coraçõezinhos com a mão, que rapidamente ganharam as redes sociais.

    Eis que chegou a minha vez. Entrei animada e os 15 minutos de conversa passaram voando, porque a britânica é desse tipo de gente que realmente dá gosto de conversar. Ela fala (e fala muito) com a mesma desenvoltura sobre a última tendência da moda e a crise existencial pela qual está passando. Fala palavrão, critica a mídia, dá nome aos bois.

    Abaixo, está o resultado da conversa, mas devo confessar que não pude deixar de tirar minha selfie com Alexa. E também de fazer um coraçãozinho com a mão para a próxima jornalista da fila.

    O look escolhido por Alexa Chung para a festa era Alexandre Herchcovitch ©Agência Fotosite/Divulgação

    Alexa Chung com look Alexandre Herchcovitch durante sua passagem pelo Brasil ©Agência Fotosite/Divulgação

    Você já falou em outras entrevistas que possui algumas ressalvas em relação à última mania fashion, o normcore. Por quê?

    Acho que agora eu já superei meu problema com o normcore. Só sinto que esse desejo que a gente tem de categorizar tudo é muito estranho. Os hipsters foram categorizados de uma forma tão pobre e incorreta, que não havia mais para onde correr a não ser se tornar a coisa mais normal e ordinária do mundo. As pessoas deviam libertar os hipsters e deixá-los em paz.

    Mas você não acha meio triste esse momento que nos define em termos de moda? A nova grande tendência ser o normcore? É deprimente! O movimento antifashion sempre teve seu lugar, mas o zero esforço na hora de se vestir ditar a moda é muito estranho.

    Mas por que você acha que uma coisa tão estranha emplacou, pelo menos nas revistas e sites especializados?

    Porque eles precisam vender revistas e, sem tendências, você não cria conteúdo e então fica chato. Eles sempre têm que falar quem é a próxima FKA twigs, ou o que é a tendência normcore, ou quem é a nova atriz do momento. Tudo isso gira em torno do dinheiro. Tem sempre que haver novidade, e na moda há sempre algo novo, porque ela muda a cada estação. E é isso que eu amo nela.

    Mas digo que superei meu problema com o normcore porque gosto da Nike, de bonés de baseball e de calças de moletom. Então acho que também adotei o estilo de uma certa maneira. Mas acredito que o que estava me incomodando era que amigos meus finalmente encontraram algo que era deles, e eles não poderiam mais ser acusados de serem hipsters ou qualquer coisa do gênero… Mas, quer saber de uma coisa? Eu nem penso sobre isso! Não dou a mínima para o normcore!

    Você tem tanta coisa no currículo – já foi modelo, apresentadora de TV, jornalista, escritora etc. Mas o que você realmente gosta de fazer?

    Esta é uma pergunta de US$ 1 milhão. Também gostaria de saber a resposta. Eu não sei ao certo, mas tenho certeza de uma coisa: gosto de coisas criativas. Gosto de design, fotografia, escrita, todas as artes, basicamente.

    Você tem quase 31 anos. O título “it girl” te incomoda hoje? Você não preferiria já ser chamada de “mulher”?

    No meu dia a dia, quando estou com meus amigos, nós não falamos sobre isso, obviamente. Então eu acabo não pensando muito a respeito até a hora que alguém me entrevista e pergunta a respeito. Mas acho o título “it girl” um pouco irritante porque parece que você não tem exatamente um trabalho. Mas talvez eu realmente não tenha um trabalho [risos]! It girl pode soar condescendente… Ainda não houve nenhuma “it woman”… Então sim, eu gostaria de ser a primeira it woman!

    Mas onde termina a it girl e começa a mulher?

    Essa é uma boa discussão. Tenho pensado bastante sobre isso, já que estou no meio de uma crise sobre o que fazer…

    É mesmo? Por que eu queria saber se você passou por esse momento confuso na vida da mulher, quando ela faz 30 e começa a repensar tudo, carreira, família, filhos…

    Eu estou vivendo este momento agora [risos]!

    Mas acho que você simplesmente percebe quando “começa” a mulher. Você passa a se sentir desconfortável com algumas coisas. Por exemplo, hoje eu vou ser DJ [do Elle Fashion Preview] e estou animada, mas geralmente não me sinto mais confortável, porque é algo que eu acredito que não devia mais estar fazendo. Por outro lado, ao ir a festas e ter conversas adultas, eu já me sinto bem melhor do que antes. Então, estou no meio da zona de transição.

    E é ok se sentir dessa forma, mas é também o motivo pelo qual eu estou genuinamente confusa com relação à vida. Tenho sustentado a ideia de uma it girl desde os 23 anos, quando me deram esse título, e hoje não é mais dessa forma como me enxergo. Mas quando as pessoas te convidam para celebrar isso, eu me sinto inclinada a dar o que eles querem. O que estou buscando é apresentar para eles o que eu me tornei, mas, até eu descobrir exatamente o que me tornei, tudo que posso fazer é ser verdadeira e dizer: eu não faço a menor ideia do que eu sou. Como você já deve ter percebido, estou fazendo terapia [risos].

    E acho que tudo bem você não saber o que quer da vida. E mais: as revistas não mostram a mulher “do meio”. Elas trazem Meryl Streep, Judi Dench e Tilda Swinton ou então Sky Ferreira e [FKA] twigs. O que acontece com as mulheres que estão no meio do caminho? Eles colocam na capa “é isso que são os 30 anos: meu marido, meus filhos, etc”. É muito estranho, parece que elas não entrevistam pessoas que são diferentes.

    No dia em que fiz 30 anos, eu também estava um pouco confusa até receber o telefonema de uma tia que disse: “os 30 são a melhor fase da mulher. É quando ela está mais madura, mais segura, mas está ainda no auge intelectual e em ótima forma física”. Isso me animou bastante.

    Eu concordo totalmente. Não vejo os 30 como uma sentença de morte do jeito que muitas pessoas fazem. Eu senti genuinamente como se fosse o começo da minha vida. A confusão vem do fato de que a mulher que eu quero ser aos 40 é muito incrível e, quando penso na maneira como vou chegar até lá, acabo ficando sobrecarregada. E isso é ainda mais confuso quando as pessoas continuam te puxando para o que você era aos 20 e poucos. Mas, eu tive um monte de encontros e conversas no ano passado que me deixaram animada e me fizeram perceber que eu mal posso esperar para fazer 40 anos!

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