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    Alma Gorda
    Alma Gorda
    POR Redação

    Enfeite de caveira pirada da Alma Gorda ©Reprodução

    A Pop Up Store, lojinha que ocupa parte do piso térreo da Bienal durante o SPFW, traz sempre acessórios, roupas, peças de decoração e produtos de design que encantam aos mais variados gostos. Dentre a seleção presente nesta 33ª edição do evento, alguns itens se destacaram em virtude da ternura que inspiram: os bonecos, chaveiros e outras tantas assinadas pela Alma Gorda, marca gaúcha indicada pelo SEBRAE para participar do projeto, exalam ao primeiro olhar o carinho com que foram desenvolvidas.

    O FFW – submerso na meiguice dos itens da Alma Gorda – conversou com Alessandra Lago, fundadora da marca, para conhecer melhor a proposta por trás dos produtos cheios de afeto desenvolvidos por ela, além dos detalhes da parceria da Alma Gorda com a Converse e a Levi’s.

    Alessandra Lago, fundadora da Alma Gorda ©Felipe Abe/FFW

    Como começou a Alma Gorda?

    A Alma Gorda surgiu de uma crise pessoal e profissional bem forte que eu tive. Eu trabalhava em agência – minha formação é em Publicidade – e chegou um momento em que comecei a me questionar o que eu queria da minha vida. Saí da agência e fui fazer aulas de crochê com um grupo de senhoras, pouco depois comprei uma máquina de costura. Daí, comecei um processo de resgate das coisas que eu gostava, que me emocionavam e me faziam vibrar e que na loucura da vida de Propaganda ficaram meio esquecidas.

    Nesse processo comecei a fazer bonecos, bolsas e várias outras coisinhas do dia-a-dia que surgiam a partir de necessidades, como um boneco para limpar o monitor do computador e da televisão ou outro bonequinho que é uma espécie de bolsa de água quente para prender no ciático, então tentei levar um pouco mais de afeto às coisas cotidianas e torna-las mais divertidas e alegres.

    A Alma Gorda tem a linha de produtos, comercializada na loja virtual, e a linha dos projetos personalizados, que tem vários clientes e depende da demanda. Já fiz projetos para vitrines, brindes, produção para fotografias publicitárias e até um projeto para a Converse, para a qual fiz uma coleção de acessórios para eles darem de brinde em um show em que utilizei tudo que tinha de sobra na fábrica, como cadarços, ilhós, etc.

    Sketchbook da Levi’s feito em parceria com a Alma Gorda ©Reprodução

    Ano passado fiz também um projeto para o Dia dos Namorados da Levi’s, em que desenvolvi uns casais de bonecos feitos de sobras de tecidos e outros retalhos de produção que iam ser descartados. Foi muito legal. […] Acima de um determinado valor de compras, o cliente ganhava um casal e podia escolher se queria duas “meninas”, dois “meninos” ou uma “menina” e um “menino”. Neste ano, também do Dia dos Namorados, a Levi’s me convidou para montar um sketchbook, que tem uma base artística toda feita com materiais da Levi’s, como jeans desfiado, por exemplo. Ele serve como uma base para colocar fotos, ingressos de show, enfim, qualquer coisa que faça parte da vida da pessoa.

    Quando você criou a Alma Gorda, deixou a agência de imediato?

    Não. Eu estava em processo de sair da agência de design. E comecei a fazer o logo da marca, mas sem nem saber ainda o que sairia dali, sem plano de negócios, segui o meu coração e as coisas que eu acreditava, e foi indo. Com o tempo foram surgindo vários trabalhos, a Alma Gorda foi tomando corpo. Não tem coisa melhor do que fazer o que se ama, mas é preciso um equilíbrio para conseguir o retorno financeiro e se estruturar.

    Bonecos inspirados em Raul Seixas e David Bowie, da Alma Gorda ©Reprodução

    Há quanto tempo a Alma Gorda foi criada? E quanto ela já cresceu em termos de faturamento?

    Há cinco anos. Ah, cresceu bastante, mas é que no começo a Alma Gorda era muito pequenininha. Fazia bonecos sob encomenda, geralmente uma unidade, ou vitrines ou produção para fotos. Desde o ano passado, com esses projetos maiores, o faturamento tem sido bem diferenciado, estou bem feliz, mas é um desafio porque é um aprendizado muito grande, pessoal e profissional.

    Quantos funcionários tem a Alma Gorda agora?

    Tenho uma equipe bem enxuta hoje; trabalho eu e mais duas pessoas. Dependendo da demanda a equipe aumenta. Quando tem uma produção muito grande, já cheguei a ter uma equipe de setenta pessoas trabalhando, mas todas terceirizadas porque, no momento, não tenho vontade de ter uma estrutura muito grande e os trabalhos variam muito de porte. […] O sketchbook da Levi’s, por exemplo, ficou muito comigo e com a minha equipe, pouca gente se envolveu além de nós. Eu coordenei a gráfica, em Porto Alegre mesmo, que imprimiu os 4.000 livros; acho isso muito legal, gosto muito de estar perto e acompanhar a produção.

    Onde a Alma Gorda funciona? Há um ateliê só para vocês?

    Meu estúdio é lá em Porto Alegre. É uma estrutura bem pequena, com espaço para mim e para as duas pessoas que trabalham comigo e para o estoque. Gosto do tamanho que temos agora. Acho que é um tamanho bom para o que estamos fazendo.

    Capa do livro “Neptuno”, de Letícia Wierzchowski, com intervenções de Alessandra Lago ©Reprodução

    Você colaborou com o livro “Neptuno”, da Letícia Wierzchowski. Como foi essa parceria?

    A Letícia é minha amiga e é excelente. Sou super fã dela. Ela escreveu um livro infantil e eu desenhei todo o livro, depois nós duas bordamos ele.

    A escolha de vender apenas online é provisória?

    Pois é, a princípio, vou vender só online mesmo. Acho que é uma forma tranquila e na qual eu consigo me organizar. A produção da minha linha de produtos é bem exclusiva, não tenho muitos itens iguais, tem dias que eu faço muita coisa, fotografo e coloco na loja virtual, mas atualmente é uma forma de produção que eu gosto, me possibilita uma liberdade poética, digamos.

    Chaveiro e boneco em formato de polvo ©Reprodução

    Quantas peças você produz mensalmente? Qual a real diferença entre a produção do início da marca e a atual?

    Olha, no início eu não tinha controle. Simplesmente fazia e o dinheiro que eu ganhava, comprava tecido. Não fiz plano de negócios, mas chegou a um ponto que senti necessidade e procurei o SEBRAE. Enfim, fui tentando desenvolver esse lado ligado aos negócios para fazer com que as coisas pudessem dar certo. Não adianta trabalhar, mesmo fazendo o que se ama, e não ter retorno financeiro; assim a coisa não se sustenta por muito tempo.

    Como foi o convite para expor os produtos da Alma Gorda na Pop Up Store?

    Foi um susto! O SEBRAE me indicou e um dia me ligaram dizendo que eu tinha sido selecionada e que tinham gostado dos produtos da Alma Gorda. Daí fiquei super feliz, é um reconhecimento. Foi meio como quando a Levi’s me ligou e eu achei que era trote.

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