Como a marca explica a coleção
“Tudo gira, gira, evolui, repete e floresce. O vocabulário, não a linguagem, da Alta Costura muda. Fala de corpos de solenidade inata para celebrar um tipo específico e absoluto de beleza. Um vocabulário em que o próprio corpo se torna cor, que treme e dialoga com as cores. O repertório da couture clássica, feito de babados, franjas, volumes e flores, é transformado por uma corporeidade presente, hierática e nobre. Movido por uma fusão entre fantasia e realidade.
Sinestesia emocional, maravilha de olhares e sensações. Matizes sem peso que se expandem e vibram. Tecidos leves que liberam e fluem. Alta Costura Metamórfica: leve e iridescente como uma botão que floresce. Pétalas, corolas, coroas, flores florescem e se espalham por toda parte, tocando o corpo, fixando-se nos olhos.”
É uma narrativa mais livre e poética, porém o suficiente para entender a beleza extraordinária que vimos no desfile. Mulheres flores, mulheres pétalas. Hiper volumes, leves como plumas. “Eu acredito na Alta Costura clássica, na celebração de sonhos e beleza, emoções, volumes e técnica”, disse o diretor criativo Pierpaolo Piccioli ao editor Tim Blanks.
Emotional synesthesia, wonder of gazes and sensations.
Enjoy the #ValentinoHauteCouture #SpringSummer19 Collection designed by #PierpaoloPiccioli seen backstage at the Hôtel Salomon de Rothschild. pic.twitter.com/cYsPQuMVAr— Valentino (@MaisonValentino) January 24, 2019
Detalhes importantes e que fazem a diferença
Alfaiataria
Os vestidos são impressionantes e artefatos de sonho e justamente por isso, fáceis de encantar. Mas os looks mais triviais, vamos dizer assim, também são impactantes porque traduzem a Alta Costura para o dia a dia, ainda que para pouquíssimas mulheres. É onde vemos o dom extraordinário de Pierpaolo para trabalhar com as cores; algo que ele vem aperfeiçoando a cada coleção. Ele é um romântico, italiano apaixonado, que disse certa vez não acreditar na Alta Costura moderna. Mas esses looks o desmentem: mesmo com os volumes, refletem uma imagem contemporânea de moda.
Casting
Uma das modelos do momento, Adut Akech abriu o desfile. Pierpaolo queria abordar o racismo que tornou a Alta Costura um privilégio das mulheres brancas (e muito ricas). Em um casting de 65 modelos, 48 eram negras. Ele abordou o assunto com Naomi Campbell e Liya Kebede e elas imediatamente se ofereceram para desfilar, assim como Alex Wek. “Ter uma marca de Roma representada pela beleza negra vai contra toda a xenofobia que tem na Itália”, disse ao editor Tim Blanks, do BoF. Natalia Vodianova e Mariacarla Boscono também desfilaram.
Pesos e medidas
O close de Naomi
Naomi! @MaisonValentino #Couture pic.twitter.com/isULBKjaoU
— Vanessa Friedman (@VVFriedman) January 23, 2019
Cena final
Now this is what you call Diversity #ValentinoHauteCouture pic.twitter.com/rl3wAJkzDw
— Julianne Moore (@SbuTshigabe) January 24, 2019
Como é possível tantos volumes, cores e pessoas se ajeitarem tão harmoniosamente? O grande final do desfile arrancou lágrimas dos convidados. Tanta beleza assim, de fato, toca a alma e comove.