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    Após hiato de sete anos, Inacio Ribeiro relança sua marca Clements Ribeiro

    A marca do estilista mineiro, radicado em Londres, retorna ao mercado após um hiato de sete anos

    Após hiato de sete anos, Inacio Ribeiro relança sua marca Clements Ribeiro

    A marca do estilista mineiro, radicado em Londres, retorna ao mercado após um hiato de sete anos

    POR Camila Yahn

    O estilista mineiro Inacio Ribeiro, radicado em Londres, passou pelo Brasil no começo de julho para lançar a coleção Pre-Fall 23 da Clements Ribeiro, que retorna ao mercado após um hiato de sete anos.

    A marca foi fundada em 1994 por Inacio e sua parceira, Suzanne Clements, em Londres, e ficou reconhecida por seu estilo eclético e mais artístico, com cores luminosas e estampas originais. A Clements Ribeiro fez parte do calendário da London Fashion Week e foi uma das marcas mais bacanas do efervescente circuito londrino no final dos anos 90 e início dos anos 2ooo. Na paralela, a dupla também atuou na direção criativa da marca francesa Cacharel, onde ficou de 2000 até 2007.

    Em 2014, motivados por questões financeiras e administrativas, eles resolvem encerrar a marca. Inacio passou a se dedicar à consultoria de moda enquanto Suzanne mergulhou nas artes plásticas. Hoje, no relançamento da Clements Ribeiro, todo esse percurso parece fazer sentido. A marca retorna atualizada, com uma coleção vibrante e com foco no cashmere como matéria prima principal. “Essa coleção nasceu a partir de uma evolução orgânica da primeira coleção, aperfeiçoando as novas formas e os códigos da marca, mantendo o foco nas listas e na intársia (técnica de tricô), além das cores desinibidas e a pesquisa de qualidade”, conta Inacio.

    Em sua passagem pelo Brasil, Inacio conversou com o FFW; leia a seguir:

    Como foi o processo de atualizar os códigos da Clements Ribeiro? E quais códigos foram atualizados?

    Inicialmente explorei listras diagonais que não havíamos explorado muito. As técnicas usadas agora são mais sofisticadas e sutis. As cores são revisadas e elementos gráficos que eram suplementares agora tomam a frente dos conceitos. Outra novidade são os vestidos e as partes de baixo (saias, calças e shorts) que não explorávamos muito.

    E por que o foco no cashmere?

    O cashmere sempre respondeu pela maior parte de nossas vendas pois a nossa ‘mão’ nesta matéria foi extremamente original e influente. Nosso parceiro (a Maiden Barrie, da Escócia) faz o cashmere da Chanel e da Hermès. Assim temos também um produto de qualidade incomparável. Como eles foram o nosso fornecedor de cashmere desde o início, há uma legitimidade e uma história associada a esta colaboração que é reconhecida no mercado internacional.

    Look da coleção de Pre-Fall 23 pintado por Suzanne Clements / Cortesia

    Look da coleção de Pre-Fall 23 pintado por Suzanne Clements / Cortesia

    E o que mudou na visão de vocês sobre a marca?

    Meu propósito hoje é outro. Na primeira encarnação estávamos experimentando e não tínhamos muito conhecimento das habilidades ou do mercado. Aquela improvisação foi fundamental ao desenvolvimento do nosso estilo. Hoje eu quero usar a qualidade de minhas habilidades e experiências para retrabalhar este vocabulário de uma forma nova e com um foco de lazer. Mas a minha ambição criativa e garra são as mesmas!

    O que você acha que mudou de lá pra cá na moda?

    Os diretores artísticos hoje são mestres de merchandising e altamente midiáticos. A moda e os desfiles hoje promovem bolsas e acessórios. Mais recentemente a moda está se fundindo com o entretenimento. É tudo muito diferente e magnífico, mas o produto e seu design, assim como os métiers não são mais tão centrais ao trabalho de design. A criação e expansão das marcas através de intervenções midiáticas e híbridas são hoje mais relevantes que as habilidades técnicas ou sensibilidades individuais ou ainda mesmo originalidade.

    Looks da coleção de Pre-Fall 23 pintados por Suzanne Clements / Cortesia

    Looks da coleção de Pre-Fall 23 pintados por Suzanne Clements / Cortesia

    Como você enxerga a relação da nova geração com a moda?

    Quanto a nova geração, para ser muito honesto, eu observo intrigado. São gostos e estratégias muito diferentes. Lamento muito que o sucesso hoje seja tão ligado à habilidade do jovem estilista em criar espetáculos midiáticos. Mas há sempre talentos ainda ancorados em valores de qualidade e originalidade. Porém, mais que nunca, o mercado de moda me parece um selva!

    O que vocês fizeram durante o hiato da marca e como é esse novo formato sem a Suzanne?

    Eu fiz consultorias na Itália, França e China. Suzanne passou a se dedicar à pintura e hoje não está envolvida diretamente, mas está sempre presente como musa e influência. E também está envolvida como pintora dos lookbooks (nas imagens que ilustram essa página).

    Looks da coleção de Pre-Fall 23 pintados por Suzanne Clements / Cortesia

    Looks da coleção de Pre-Fall 23 pintados por Suzanne Clements / Cortesia

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