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    CdC inverno 2010: Projeto LAB. Com line-up mais enxuto, marcas do braço de novos talentos da Casa de Criadores mostram sinais de evolução
    CdC inverno 2010: Projeto LAB. Com line-up mais enxuto, marcas do braço de novos talentos da Casa de Criadores mostram sinais de evolução
    POR Redação

    Karin Feller

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    O quinto e penúltimo dia da 26ª edição da Casa de Criadores começou com os desfiles do Projeto Lab, braço do evento destinado às marcas mais jovens, que nesta edição veio com line up enxuto e de qualidade superior.

    Quem deu início aos trabalhos foi a Karin Feller. Assim como em suas coleções anteriores, Karin mantém a atenção nas formas e construções das roupas que agora vêm com toque extra de feminilidade. Seja pela cartela de cor suave repleta de neutros contrapostos a cítricos e fluo, seja pela modelagem, silhueta e proporções dos looks que sempre comunicam uma feminilidade nada boba ou ingênua.

    Merece destaque a imensa preocupação com acabamento e o bom manuseio de tecidos. Sem parecer forçado demais acrescenta pregas, recortes, babados, laços e aplicações de pedras e brilhos, de forma totalmente inteligente e despretensiosa, enriquecendo a bagagem e informação de moda dos looks. Exemplos? Todas as saias excelentes com cintura no lugar e comprimentos que variavam entre curtos fofinhos e um pouco a cima de joelho, as camisetas com profusão de babados no ombros e a calça de alfaiataria em moletom.

    Danilo Costa

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    Sua coleção de verão inspirada no artistas plástico Jeff Koons na edição passada, ficou entre os destaques do evento pela alta carga lúdica e as soluções simples e esperta para moda masculina. Agora, em sua segunda apresentação no evento, Danilo continua focado em tais elementos só que olhando para as corridas caninas como fonte de inspiração.

    Daí vem as estampas de casinhas de cachorros, câmeras fotografias, rostos de cachorros ou então pictogramas desses e até a frase “I wanna be your dog” (quero ser seu cão). E apostando em peças e modelagens aparentemente básicos e simples, vai incrementando detalhes responsáveis por despertar desejo em cada peça que entrava na passarela. As camisetas vinham em algodão especialmente tratado, com toque e caimento diferenciado e de melhor qualidade. As bermudas tinham seus botões substituídos por pequenos brilhantes falsos, enquanto peças um pouco mais sofisticadas ganhavam tratamento bem casual em tecidos leves e de aparência despretensiosa.

    Rachel Grandinetti

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    Quem dá o tom para o inverno 2010 de Rachel Grandinetti é ninguém menos que Maria Antonieta. De seus vestidos ultra-exuberantes, de volumes exagerados, saem as formas dos vestidos, blusas e casacos, quase sempre arrematados por volumosas saias forradas de tule. Num mix suave de referências folk (nas formas, recortes e xadrezes), acaba transportando para atualidade as formas dos vestidos da rainha da frança, enquanto dá um toque mais real aos casacos longos e vestidos que parecem grandes de mais pelo volume das saias, que devem ser reduzidos para vida real.

    Contudo, comparado as outras duas ótimas coleções anteriores, ficamos esperando aquele elemento surpresa, e aquela inovação tão essencial e características de jovens estilistas.

    Jadson Raniere

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    Jadson Raniere gosta de colocar um pouco de drama em sua passarela, seja por temas mais complexos, seja pelo trabalho de formas extravagantes em suas coleções. Dessa vez foi olhando para a trajetória dos ladrões americanos Butch Cassidy e Sundance Kid que conseguiu unir as duas formas, numa coleção mais bem amarrada que mostrou o estilista dosando mais a mão na ornamentação dos looks e investindo mais no manuseio e coordenação de tecidos.

    Tendo elementos das vestimentas do século XIX e principalmente o folk como pano de fundo, investe em diferentes imagens para seu inverno 2010. Primeio uma mais dark, ainda que com alta dose de glamour traduzida pela constante presença de brilhos em plaquetas ou maxi patês que dividiam espaço com longas franjas negras. Aos poucos, esse clima obscuro vai perdendo força, a medida que cores mais claras entram em cena, até a chegada de roxos e rosas em tecidos sintéticos como vinil e lamê, trazem um pouco da estética new rave ou clubber para o mundo folk moderno de Raniere.

    Arnaldo Ventura

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    Drama é também predileção do paraibano Arnaldo Ventura. Depois de um verão pós-apocalíptico cheio de referências safáris e militar, o estilista olha agora para os pássaros como fonte de inspiração. Ainda com ar sombrio, aproveita para focar-se no trabalho de textura e construção, a medida que picota pedaços de tecidos que compõem casacos e vestidos de formas orgância, quase sempre com capuz, para simular as plumas, que também são referenciadas por penas mais para o fim do desfile.

    A alfaiataria vem novamente salpicada por referências militares, quase como um resquício da coleção passada. Só que agora, as formas puras e estruturadas que marcavam os ombros, vem hibridizadas (num interessante trabalho de desconstrução) a formas orgânicas, com volumes conseguidos através de moulage seja nos tecidos texturizados ou então em versões mais simplificadas e com apelo para um público um pouco mais vasto, como no macacão risca de giz ou no vestido preto com delicado volume assimétrico em um dos lados. Os demais, texturizados e com volumes mais evidentes, são perfeitos para meninas que não dispensam um dose de drama ou extravagância na hora de se arrumar, e que também não ligam muito para pequenos problemas de modelagem e acabamento.

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