A Bienal toda pintada de preto ©Juliana Knobel/FFW
A 32ª edição do SPFW começou na quinta-feira (19.01) na Bienal do Ibirapuera, onde acontecem 25 dos 30 desfiles do evento. Com o tema “Pensamentos”, a proposta do Inverno 2012 é refletir sobre o universo criativo da mente humana e como se formam as ideias (e como elas se retroalimentam).
Ao adentrar a Bienal durante este SPFW, logo nos deparamos com a exposição “Universo Criativo – Projeto Brasil 02”, onde é possível encontrar fotografias, roupas, objetos e depoimentos de grandes ícones da arte e da moda nacionais. O intuito da mostra é apresentar os processos de criação desses artistas, sejam eles fotógrafos ou estilistas e tentar desvendar como as mentes mais inventivas do Brasil funcionam, além de fazer uma retrospectiva da obra de cada um.
Exposição “Universo Criativo – Projeto Brasil 02” ©Juliana Knobel/FFW
A atmosfera da exposição dá uma dica do que se pode esperar no restante do espaço ocupado pelo SPFW: uma cenografia escura, com todas as paredes pintadas de preto e papelões reciclados colados em formatos geométricos, dando a impressão de gigantes origamis. Segundo Paulo Borges, CEO da Luminosidade, o objetivo da decoração não é ser lúgubre e sim tirar toda a forma pré-concebida de arquitetura, como entrar no cérebro (e, assim, no universo criativo) dos artistas homenageados.
Apesar do ambiente assinado pelo Estúdio Árvore lembrar de leve a estética gótica do cineasta americano Tim Burton, a sobriedade é quebrada com o espaço super colorido da Melissa, que nesta edição se encontra no meio do piso térreo da Bienal ao lado dos lounges da GNT e da Risqué, além da Pop-Up Store, a lojinha de objetos e acessórios de desejo do SPFW, e do restaurante Manioca.
Os papelões reciclados sob o fundo preto da Bienal ©Juliana Knobel/FFW
O lounge da Melissa colorindo a Bienal ©Juliana Knobel/FFW
Os frequentadores do evento são, como o habitual, um show à parte. Jornalistas, fotógrafos, blogueiras, maquiadores, cabelereiros, estudantes de moda ou simples curiosos, todos parecem se esforçar para tirar suas melhores peças do armário. Mesmo em meio à correria, saltos altíssimos dominam os pés das aspirantes à ícone de estilo – e quando os já estabelecidos cânones da moda brasileira passam, é um furor e um número de flashes sem igual.
Em torno das salas de desfiles se alastram filas de ávidos futuros espectadores. Ao lado dessas filas, repórteres gravam programas de televisão e procuram por celebridades, isso sem contar o tumulto de câmeras clicando a “Fila A”. A realidade é que a efervescência está por todos os redutos da Bienal: pessoas querendo ver, ser vistas e ter acesso às passarelas mais badaladas. A sala de imprensa, inclusive, não foge muito dos padrões de agitação e decoração do resto da Bienal: jornalistas, sempre apressados, correndo com seus computadores e recortando imagens sob um fundo negro com palavras aleatórias pintadas.
Cenografia do Clube SPFW ©Juliana Knobel/FFW
Estar presente – trabalhando ou não – no SPFW e andar pelos corredores da Bienal é uma experiência única e quase antropológica. Quem tiver a oportunidade de conferir de perto o evento deve vir com a mente aberta e muita disposição.