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    CEO e diretor criativo da italiana René Caovilla, Edoardo Caovilla fala ao FFW sobre a marca que acaba de chegar ao Brasil
    Loja da marca em São Paulo / Cortesia
    CEO e diretor criativo da italiana René Caovilla, Edoardo Caovilla fala ao FFW sobre a marca que acaba de chegar ao Brasil
    POR Redação

    Por Guilherme Meneghetti

    Nome por trás de alguns dos sapatos artesanais mais caros do mundo, a marca italiana René Caovilla está a todo vapor com seus planos de expansão. Um dos destinos escolhidos para tal foi o Brasil, onde a marca acaba de inaugurar sua primeira loja no shopping Cidade Jardim, em São Paulo.

    O espaço é o primeiro da marca a apresentar um novo conceito. Com projeto assinado por Bonelli Radovic, do m2atelier, a ideia foi representar os principais valores da grife (herança, elegância e inovação) ligando-os a detalhes que remetem à cidade-sede: Veneza.agz_9808

    A marca, que compara seus sapatos a joias (como a icônica Snake Sandal, modelo que ilustra o logo – veja na galeria), é um negócio de família. Aos 41 anos, Edoardo Caovilla é a terceira geração a assumir a grife, fundada em 1934 por seu avô. Vindo do universo financeiro, hoje ele é CEO, diretor criativo e responsável pela expansão internacional.

    Ainda que conglomerados de luxo como Kering e LVMH tenham se interessado por sua marca, Edoardo pretende mantê-la como negócio de família, preservando o controle integral. “Somos amigos próximos de algumas pessoas desses conglomerados, nos encontramos de vez em quando. Mas a quarta geração da família já está aí, então não tenho interesse em vender minha marca”, diz em entrevista ao FFW.

    O italiano veio ao Brasil para inaugurar sua loja e recebeu o FFW numa manhã cinzenta no Hotel Fasano. Acompanhado por Francesco, diretor de comunicação da marca, Edoardo foi objetivo, divertido e até arriscou falar em português. “Consigo falar um pouco”, brincou com seu sotaque carregado.

    A história da marca é intrínseca à Veneza. Como tudo aconteceu?

    A beleza da cidade deu às gerações mais antigas, especialmente a do meu avô, no começo, a confiança, a ideologia e o sonho. A beleza daquela área foi refletida nos produtos. E essa é a razão pela qual meu avô fundou a companhia num período complicado, entre guerras, e começou a fazer novamente lindos sapatos. Acima disso, meu pai, que tocou a empresa por mais de 60 anos, sempre tentou fazer sapatos incríveis tendo em mente pertencer à Veneza. Essa é a forma que a marca incorpora a cidade em seu DNA. Neste ano, aliás, René Caovilla fez parte da Bienal de Veneza – foi a única marca a participar.

    Toda a produção é concentrada em Vêneto?

    Sim, é completamente concentrada em nossa sede, nos arredores da Riviera de Brenta, onde a maioria dos sapatos artesanais de luxo do mundo é produzida. O prédio da nossa sede foi construído entre o século 15 e 16.

    Uma marca de luxo como a sua tem acesso aos principais recursos no que diz respeito ao design do produto. Neste cenário, qual é o diferencial da René?

    Nossa principal preocupação é com o design do sapato, sem pensar exatamente em custos. Temos a melhor matéria-prima em cada elemento do produto porque não há limitações em relação a preços, de acordo com o nosso posicionamento no mercado. Nós temos história, herança, qualidade no produto, design contemporâneo, oferecemos um produto cool e que respeita o meio-ambiente.

    Giulia Maenza na nova campanha da marca em clique de Giampaolo Sgura e styling de Viviana Volpicella ©Cortesia

    Giulia Maenza na nova campanha da marca em clique de Giampaolo Sgura e styling de Viviana Volpicella ©Cortesia

    Falando nisso, como você trabalha a questão da sustentabilidade?  

    Estamos finalizando neste mês nosso projeto de sustentabilidade. Queremos ocupar o primeiro lugar do ranking em termos de sustentabilidade e meio-ambiente, qualidade de trabalho dos nossos funcionários e também do produto. Tudo isso é um grande desafio, mas acho que estaremos numa ótima posição em um ou dois anos.

    Sua marca tem quase 90 anos e só mais recentemente entrou em processo de expansão. Atualmente, tem sido mais vista nos red carpets, integrando o radar de celebridades como Rihanna, Robin Wright, Jane Fonda e as irmãs Hadid. Como aconteceu essa virada? 

    Durante a geração anterior, especialmente a do meu pai, há cerca de 30 anos, também estávamos no radar de celebridades, as primeiras-damas. Lembro-me quando eu era mais jovem, Sharon Stone, Uma Thurman e Nicole Kidman, por exemplo, eram algumas das quais nos procuravam. Então, o mercado mudou, a comunicação mudou, meu pai foi ficando mais velho…

    Durante os meus primeiros cinco anos em que estava treinando minha aptidão no design – já que vim do universo financeiro –, eu era um outsider nessa indústria e, então, comecei a realmente desejar satisfazer o mercado independente do nosso plano de comunicação, até porque quem estava avaliando o meu trabalho era muito rígido e quando eu percebi que estava indo no caminho certo, dei o meu melhor para criar um produto impecável. E foi o suficiente: mostrar para as pessoas certas, do jeito certo, o que estávamos fazendo.

    Estivemos em Los Angeles e todos os stylists ficaram satisfeitos com a nossa nova proposta, logo nos solicitaram sapatos exclusivos para as celebridades com as quais trabalham. Estamos apenas no início deste novo capítulo, que, de fato, é parte do plano de comunicação – e, sinceramente, não estamos nem 5% do que planejamos para os próximos dois anos.

    O que te fez escolher o Brasil como um dos destinos da expansão?

    Porque tínhamos muitas clientes brasileiras comprando em nossas lojas europeias. Pensamos na ideia, analisamos o local certo e entendemos que estava na hora de abrirmos uma loja aqui.

    Quais são os outros países em vista?

    Mês que vem abriremos uma loja em Dubai e no próximo ano planejamos cinco lojas no Oriente Médio. A ideia é alcançar 60 lojas nos próximos três anos, em países como EUA, Hong Kong, China, entre outros.

    Quais são seus objetivos para o futuro?

    Tornar-se a melhor marca de acessórios femininos de luxo do mundo. De fato estamos trabalhando para fazer sapatos como joias sendo consistente com todos os nossos produtos desse nicho, tudo isso ligado à nossa história em Veneza, à qual temos muito orgulho. A qualidade que a produção na cidade proporciona é algo muito atrativo para esse mercado.

    ©Giampaolo Sgura/Cortesia

    ©Giampaolo Sgura/Cortesia

    Desde 2011 você também é o diretor criativo. Quais são os principais desafios em modernizá-la e como isso tem acontecido?

    O maior desafio foi deixar a marca contemporânea sem perder o DNA. Na verdade, quis deixar a marca evoluir juntamente com o seu DNA. Fazer isso num mercado em que temos uma posição mais alta em termos de preço e qualidade, porém, em termos de tamanho comparado aos nossos concorrentes, somos uma empresa pequena. Deixar a marca se reinterpretar e direcionar essa evolução tem sido desafiador. Mais do que isso, deixar essa evolução tomar espaço entendendo a maneira que os clientes ao redor do mundo consomem e usam nossos produtos: esses dois fatores juntos têm sido extremamente importante.

    Quantas coleções você faz por ano?

    Verão e Inverno, porém dividimos em duas cada uma, então são quatro por ano.

    Vocês já produziram para Valentino, Dior (na época de Galliano) e Chanel. Pensam em fazer colaborações com designers e/ou outras marcas futuramente?

    O que fizemos dos anos 1970 aos 90 foi a forma que o meu pai achou de trabalhar com seus amigos, como Valentino, Ralph Lauren, Karl Lagerfeld, etc. Atualmente, não planejamos esse tipo de relação, porque mesmo que no passado eles pagavam ótimos preços pelos produtos, acho que eles pagavam somente o produto e não a confiança na marca como gostaríamos que tivessem. Entretanto, acho válido algumas coleções-cápsula e colaborações com alguns artistas da cena contemporânea. A arte faz parte de nós. Se encontrarmos alguém com quem tenhamos uma sinergia e valor humano, por que não fazer algo juntos? É interessante pensar também em artistas locais.

     

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