Chloë Sevigny em “Black Mirror” ©Reprodução
Chloë Sevigny é provavelmente uma das atrizes mais bem relacionadas no mundo artístico, sendo que no início dos anos 90 marcou a cena da street fashion nova-iorquina, quando começou a atuar como modelo para a revista “Sassy” e também para a marca X-Girl, de Kim Gordon, do Sonic Youth. Seu début no cinema foi em “Kids” (1995), dirigido pelo consagrado fotógrafo Larry Clark, e já até chegou a ser nomeada para o Oscar pelo papel de coadjuvante em “Garotos Não Choram” (1999). Depois disso, Chloë retornou à moda como estilista, mais conhecida pelas suas coleções colaborativas para a Opening Ceremony.
A personagem de Chloë Sevigny não possui nome, origem, destino ou objetivo qualquer ©Reprodução
Neste ano, a atriz deu um outro passo na arte, agora em formato multimídia, com o projeto “Black Mirror” de seu amigo Doug Aitken. De acordo com o artista – que ficou conhecido pelo curta “Sleepwalkers” (2007), com atuações de Seu Jorge e Cat Power –, a ideia era criar uma obra que evoluísse conforme suas exibições. Em sua primeira exposição, em junho, na Deste Foundation em Atenas, Chloë estava em um palco encenando enquanto vídeos eram exibidos. Já agora, a exposição está na Galera Victoria Miro em Londres, onde ocupa o segundo andar com os vídeos e instalações, sendo possível ver também outros trabalhos do artista no restante da galeria.
Trechos dos vídeos e performance de Chloé Sevigny no projeto “Black Mirror” em Atenas
A instalação é feita com cinco telas para os vídeos, sendo estes refletidos infinitamente em um ambiente com diversos espelhos negros. O objetivo dos vídeos e da obra em geral é transmitir uma constante sensação de movimento, de viagem e às vezes de desconforto e perda de identidade. A personagem de Chloë Sevigny não possui nome, origem, destino ou objetivo qualquer. Apenas viaja, dorme em hotéis, interage com pessoas e objetos em um ritmo alucinante de eterno movimento. A impressão é de que ela está em todos os lugares e ao mesmo tempo em lugar nenhum.
Em entrevista para a “AnOther Mag”, Aitken diz que “queria fazer um trabalho que fosse uma ideia, ou uma série de dúvidas, ao invés de uma escultura, um objeto ou uma instalação. Era uma ideia deste tipo de presente e futuro, onde tudo está mudando e as coisas estão sem fronteiras, a linguagem está encurtada e existe essa sensação de constante movimento”.
Quem estiver em Londres poderá visitar a exposição na Galeria Victoria Miro até o dia 12 de novembro.
Veja mais vídeos e imagens do projeto em seu site oficial.