Cintos: menos funcionais, mais ornamentais
De coadjuvantes estão se firmando cada vez mais como protagonistas
Cintos: menos funcionais, mais ornamentais
De coadjuvantes estão se firmando cada vez mais como protagonistas
Ser inventivo se tornou mais do que um traço de personalidade ou aptidão, mas um ato de sobrevivência criativa. Stylists procuram formas cada vez mais inusitadas de (des) combinar, sobrepor, inovar e, em alguns casos, ressignificar. Algo que resume bem isso é como o cinto vem sendo transformado – passando de coadjuvante a protagonista.
O acessório inicialmente – e meramente – utilitário foi se tornando decorativo com o passar dos anos: em versão boho com franjas e texturas, super western com fivelas pesadas e decoradas, cyber e punk com spikes em evidência, subversivo com ilhoses em destaque, ultra glam em versões repletas de strass. Mas se antes cada um deles aparecia de forma individual, isso agora mudou.
Desde que Glenn Martens colocou a skirt bag na passarela da Diesel, temporadas atrás, muitos relembraram da saia fivela Dolce & Gabbana usada por Gisele no início dos anos 2000, e passaram a olhar os cintos com mais atenção. Então a fórmula “quando mais, melhor” foi ganhando mais adeptos como recurso de styling em desfiles, além de adicionar ineditismo e novas camadas – ASAP Rocky em seu último clipe “Riot”, talvez seja um dos melhores exemplos recentes.
O responsável por assinar o modelo super cravejado e ostensivo de ASAP é Reenostus, que atua como artista visual misturando elementos pops e iconografias da cultura negra especialmente norte-americana – além dos cintos suas peças já foram usadas por The Weeknd e Justin Bieber. Nesse nicho, outro nome em destaque é Arlette, que após desenvolver alguns acessórios exclusivos para Kendrick Lamar, chamou atenção de inúmeros stylists. No seu trabalho notamos um mix de grafitti, subversão e doses de fetichismo com um toque sci-fi.
Ao entrar no perfil de Arlette é fácil achar imagens que ilustrem essa “nova fórmula” (ok que um tanto edgy), mas o que vale aqui é ousar, juntar os mais diversos modelos e não ter medo de misturá-los: finos, grossos, texturizados, lisos, onde eles surgem não apenas para arrematar, mas para impressionar. De influencers às passarelas, separamos alguns exemplos que dialogam bem com essa onda em que a funcionalidade é totalmente secundária e o ornamental é regra.