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VICENTA PERROTTA
Vicenta Perrotta abre a 48ª edição da Casa de Criadores com a coleção Catálise, que reflete sobre a manifestação de identidades e subjetividades através de conceitos científicos. Bem como a Transmutação Têxtil, nome dado aos processos de upcycling e remixagem têxtil usado pela estilista Vicenta Perrotta ao longo de sua carreira, “azendo do descarte social a oportunidade de construir tecnologias de vida e dignidade que reverbera, desloca, transmuta, multiplica para suas próximas em comunhão.”
A coleção conta com roupas feitas por sobras de tecidos doadas, da extinta marca NEON de Dudu Bertholini e Rita Comparato.
MÔNICA ANJOS
Mônica Anjos presta uma homenagem à coreógrafa Mercedes Batista no ano de seu centenário, com a coleção Ancestralidade. A coleção foca na relação entre a indumentária e memórias negras: “a vestimenta permite pensar uma correlação entre o corpo e a memória, relacionando africanidades e estéticas negras.” conta Mônica Anjos.
JORGE FEITOSA
Jorge Feitosa apresenta a coleção Ver E A Dor no primeiro dia de Casa de Criadores, dedicada à sua avó, Constantina, “Dedico esse ajuntamento à minha avó materna, Dona Constantina, Dona Constância para alguns (in memoriam). Ela foi internada como louca num hospício e, eu suspeito que foi por ter se apaixonado por outro homem estando ainda casada, próximo dos 80 anos. Acho que não souberam lidar com o amor que ela sentia.” conta Jorge.
As peças super estampadas, com caimento leve, que fazem parte do ajuntamento VER(E)A DOR foram feitas com técnicas de patchwork, com forte viés sustentável em todos os materiais da coleção
DARIO MITTMANN
Usando e abusando da estética gamer, tecnológica e hiper-colorida, Dario Mittman apresenta a coleção Escape no primeiro dia de Casa de Criadores, que reflete sobre as linhas entre o real e virtual, que se encontram tão embaçadas nos dias de hoje, entendendo a realidade virtual como um escape da realidade física e distópica em que nos encontramos.
O filme é uma releitura cyberpunk da história de Alice no País das Maravilhas, onde a Alice (chamada AL1C3 nesse mundo virtual) se dissocia da realidade material através de um transe digital, sendo transportada para um mundo virtual escapista. Em uma atmosfera em que necessita batalhar para chegar ao topo do status das redes sociais, AL1C3 vai da ascensão a queda ao longo do filme, e acaba caindo em universo digital denso, onde descobre que o mundo que a seduziu era apenas uma ilusão.
A coleção Escape retrata a ascensão da cultura gamer, o surgimento dos e-boys/e-girls, o fenômeno do web hedonismo, a manifestação da arte e identidade sobre a pele através da tatuagem, e principalmente, problemas geracionais como depressão e ansiedade.
BROCAL
Criada pela cantora Tulipa Ruiz, a Brocal é uma das estreantes da noite na Casa de Criadores, com a coleção Aconteceu de Caber, em que as roupas servem como suporte para os desdobramentos das músicas e ilustrações de Tulipa.
A artista tem como inspiração a música e a pluralidade dos corpos. “Como sou uma mulher grande, sempre foi uma verdadeira gincana encontrar roupas que me coubessem. O mercado não tem cabimento para o corpo gordo. Desenhar uma coleção e uma marca é criar um lugar de liberdade em que eu determino o que me cabe. A ideia de compor peças vestíveis faz parte de um movimento a que me propus, exercitar a musicalidade em diferentes suportes, suportes que possam acolher e acarinhar diferentes corpas e corpos” diz Tulipa.
NALIMO
Resistência Abya Ayala é o tema da nova coleção da Nalimo, marca de Dayane Molina, uma das principais vozes da moda indígena hoje no Brasil. Abya Yala significa Terra Fértil, a tradução de América Latina. Um continente que resiste as violência coloniais, traumas sociais, protegendo as cosmovisões indígenas, seus modos de vida diversos e suas raízes ancestrais.
““Somos natureza. Filhos e filhas que enxergam a essência sagrada da Terra. Para nós, pessoas indígenas, a natureza não se negocia. Em cima de todo asfalto de concreto, há florestas soterradas. Antes das grandes metrópoles existirem, esse continente já era indígena, com sociedades e modos de vidas originários. Essa coleção é dedicada a todas mulheres indígenas de minha família.” conta Day Molina.