YEBO
A Yebo é uma marca de streetwear que nasceu em agosto de 2020 com o foco de trazer o protagonismo feminino para a cena. Conduzida por mãe e filha Eliane e Domenica Dias, a marca fez sua estreia nas passarelas na Casa de Criadores. A marca, que tem a pauta racial como central em seu trabalho apresentou uma seleção de peças em branco e off-white, desfiladas apenas em modelos pretes, com o tema ‘Pelo Direito de Brilhar’.
STUDIO ELLIAS KALEB
O Studio Ellias Kaleb, comandado pelo designer de mesmo nome, trouxe peças com forte trabalho têxtil e técnicas artesanais. Longos babados, plissados, franzidos, recortes e volumes adornavam os vestidos e criações que são ao mesmo tempo, sensuais, cobrindo estrategicamente apenas algumas partes do corpo e também causam certo estranhamento – de alguma forma positiva – pelos seus volumes e styling carregado, que incluam máscaras em alguns dos looks apresentados.
ROBER DOGNANI
Veterano e recordista de apresentações pela Casa de Criadores, Rober Dognani foi uma das poucas marcas a apresentar um desfile presencial nesta edição, em uma coleção inspirada nos anos 20 e no fetichismo. Diversos estudiosos apontaram que o mundo pós-vacina poderia experimentar uma onda de hedonismo, sexo e festas, bem como nos anos 1920, linha que parece guiar o trabalho do estilista nessa edição, que traz silhuetas mais justas ao corpo, contrastadas com os volumes exagerados típicos de Rober Dognani. Foi uma grande festa.
Nalimo
A Nalimo, da estilista indígena Dayana Molina, apresentou a coleção Carta Para Nuestros Abuelos – em português, carta para nossos avós. Durante este ano, a estilista viajou pela América Latina, afim de conhecer e se conectar ainda mais com sua ancestralidade. Como resultado, essa coleção se inspira na memória de seus ancestrais aymaras, do Peru. Nas peças, predominam não as tendências de moda, mas as expressões indumentárias e culturais destes povos, em peças como aguayos, ponchos e franjas.
Jal Vieira
Dendezeiro
Nesta Casa de Criadores, a Dendezeiro apresenta a segunda parte da coleção Heaven, que recebeu um preview mais cedo neste mês, no festival Afropunk Bahia, realizado em Salvador. Como o nome já diz, o Paraíso da DND é a Bahia, inspirada na região, mas não nas suas riquezas do território, mas nas pessoas e personalidades. Por isso, a Dendezeiro aproveita para destacar, nesta coleção, novos nomes safra de artistas musicais da cena baiana.
NotEqual
A nova coleção da NotEqual, de Fábio Costa, brinca com a palavra ‘Brucutú’, que diz de um sujeito bruto ou grosseiro e soa como Bruto Couture. Aqui, Bruto Couture remete à forma brutalista de construir os patches de retalhos da coleção, mas também sobre as silhuetas largas e que fogem do tradicional. O jovem cantor mineiro Kaike, de apenas 15 anos de idade é a estrela da coleção.
Vivão
A Vivão Project, do designer Alexandre Vivão apresenta mais uma coleção pela Casa de Criadores, com suas já tradicionais esculturas corporais e peças pintadas à mão. Nessa coleção, a marca busca se livrar de padrões antigos, bem como questionar a definição de beleza e experimentar com novas formas de fazer e comunicar moda.
David Lee
David Lee segue com seu forte trabalho em crochê, tricô e manipulação têxtil nessa edição. Para ele, as amarrações, tramas, botões e faixas traçam um paralelo do vestuário com o conceito de restrição e liberdade, rompimento e conexões. Nessa coleção, além das cores vivas de amarelo, rosa e roxo que estamos acostumados a ver do designer, David Lee traz também referências do militarismo e de alfaiataria.
Felipe Capestrano
Felipe Caprestrano cria verdadeiras esculturas corporais para a 49ª edição da Casa de Criadores, continuando seu estudo a cerca da construção e desconstrução e os ‘estados transitórios da forma’. Utilizando o corpo humano como eixo central, Felipe Capestrano cria roupas e silhuetas que ao mesmo tempo dialogam e contrastam com o corpo, com referências que vão de formas da natureza ao erotismo.
Vicenta Perrotta
Vicenta Perrotta segue seu trabalho de ressignificação e transmutação de resíduos têxteis nessa edição, como ela se refere às técnicas de upcycling empregadas em seu trabalho. Para esta coleção, a estilista colabora com outras artistas trans que trabalham com a questão do lixo, potencia e autonomia.
A marca também apresenta o resultado da Residência Artística que aconteceu no CCSP (Centro Cultural São Paulo) intitulada de “Descobertas”, que reuniu 14 costureires trans que receberam capacitação e mentoria de Vicentta e Dudu Bertholini para aplicar as técnicas de ressignificação e transmutação de descartes têxteis e auxiliar na criação da coleção.