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A expansão avassaladora da economia chinesa é um fato notório e incontestável, mas a cada nova “conquista” do país é impossível não refletir sobre até onde esse mercado pode crescer sem esmagar a concorrência. Em 2011, a China consagrou-se como o maior consumidor de bens de luxo e, segundo a empresa de consultoria Bain & Company adiantou à revista “Forbes”, os próximos três anos reservam também a liderança do comércio virtual.
Em 2010, ainda de acordo com a Bain & Company, as vendas geradas a partir de e-commerces totalizaram ¥460 bilhões, aproximadamente R$ 129 bilhões. As projeções são de que, até 2015, a China triplique esse valor e o comércio virtual passe a representar cerca de 7% do varejo. Caso – ou, inevitavelmente, quando – isso ocorra, o país ultrapassará globalmente os Estados Unidos na liderança do mercado online.
Até o momento, a transação entre consumidores (“consumer-to-consumer” ou “C2C”) lidera com 80% os negócios realizados virtualmente na China. O e-commerce Taobao.com, que é uma espécie de plataforma para a compra e venda de mercadorias entre seus usuários, encabeça a lista dos sites mais promissores do país, com cerca de 370 milhões de usuários. O comércio online entre empresas e pessoas físicas (“business-to-consumer”, ou “B2C”) representa atualmente apenas 20% desse filão, mas as perspectivas são também de ascensão, tanto que tradicionais nomes do varejo ocidental, como o Wal-Mart, já estão em processo de abertura de escritórios nas principais metrópoles chinesas.
Para entender a revolução cultural por que tem passado a população chinesa e as consequências dessa mudança de hábitos para o setor varejista, a Bain & Company empreendeu um estudo com cerca de 600 pessoas, localizadas em seis cidades diferentes, com o intuito de traçar um panorama do comércio virtual no país. A pesquisa revelou duas grandes tendências do setor: o preço continua a maior motivação para o consumo online, mas a comodidade e a variedade surgem agora como grandes atrativos.
Ainda de acordo com a pesquisa da Bain & Company, os bens mais procurados nos e-commerce chineses são itens do vestuário, aparelhos eletrônicos e, acredite se quiser, produtos de alimentação. O momento para se estabelecer na China – fisicamente ou por meio de “bytes” e “htmls” – é agora, no entanto, como em vários segmentos da vida humana, é necessário se saber onde pisa e não dar um passo maior que as pernas. Investir no mercado chinês não é garantia de lucro fácil, muito menos de tranquilidade… como pode confirmar Miuccia Prada.