O podcast de moda Fashion Weekly solta hoje seu sexto episódio, desta vez com a participação de Costanza Pascolato.
Prestes a completar 80 anos e a lançar um novo livro, Costanza é a mulher que todos adoram adorar. E ao longo da conversa, fica claro o motivo: ela fala com naturalidade e propriedade sobre diversos assuntos, observa a juventude e os movimentos atuais com os olhos bem abertos e despidos de preconceito.
À convite da editora Isa Pessoa, que também foi responsável pela publicação do livro Essencial, em 1998, Costanza resgata a história de seus antepassados em A Elegância da Hora, com lançamento marcado para 9 de setembro. “Falo bastante dos meus pais e antepassados, que eram ligados a questões sociais e culturais. Meu avô foi o maior advogado do Hemisfério Norte acerca de 1800 e também diretor de várias faculdades. Minhas tias avós fizeram um movimento muito grande com o rei da Itália para ter bibliotecas para as mulheres, que não existiam na época, e para os jovens porque ela acreditava que dava para aprender se divertindo”, conta no podcast.
Ela também fala sobre seu primeiro emprego na moda, após ser deserdada pelo pai por ter se divorciado do marido, aos 32 anos. “Eu tinha essa imagem de ‘society’ e fui contratada pela Editora Abril como produtora de moda. Cheguei toda bonitinha na frente da redação, mas um grupo de jornalistas me esperava pra me dizer que achavam uma vergonha a empresa ter me contratado”.
Costanza Maria Teresa Ida Clotilde Giuseppina Pallavicini Pascolato. Essa mulher com nome de princesa, que nasceu em um dos lugares mais lindos da Itália (Siena), viu o mundo se transformar à sua frente e nunca permitiu que sua posição privilegiada a fechasse em uma bolha. Ao contrário, Costanza sempre foi movida pela curiosidade, tem conhecimento erudito sobre arte, música e literatura e gosta de respirar do mesmo ar fresco que os jovens.
Ela conta como ficou amiga de um grupo de skatistas que encontrava na espera de um consultório médico para toma injeção de ozônio para dor. “Eles me contavam que tipo de vida viviam, aprendi outras coisas com eles. A moda não pode deixar de ter o dedo no pulso dessa juventude”.
Costanza fala sobre a reconstrução do Ocidente pós-guerra, sobre a revolução do digital e o momento atual, com mais espaço para militância e pulverização de grupos. Reclama de quem ainda é arrogante e esnobe na moda e explica por que é fã de Miuccia Prada, em uma comparação da estilista com o trabalho do crítico de arte italiano Germano Celant. “Ela tem esse lado cultural que me interessa e, ao mesmo tempo, essa coisa de italiano com raízes bem clássicas. Mas agora, se você quer saber, eu não tô comprando nada”.
O podcast foi dividido em duas partes de cerca de 30 minutos cada. Você pode ouvir por aqui ou ainda em plataformas como Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas.
Parte 1
Parte 2