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    Diretor de criação da Calvin Klein fala sobre moda para a geração digital
    Diretor de criação da Calvin Klein fala sobre moda para a geração digital
    POR Redação

    Campanha CK One ©Reprodução

    Nesta terça-feira (22.11), São Paulo recebe a festa de lançamento da nova linha jovem da Calvin Klein, a CK One. Inspirada no perfume homônimo, a linha já foi lançada globalmente nos Estados Unidos, China, Japão, Inglaterra e Alemanha e, agora, aterrissa no Brasil. A ideia é ser uma nova linha de jeans e t-shirts icônicas, destinada a uma geração jovem, de 18 a 25 anos, uma geração digital. “Eles não querem usar o mesmo jeans que o pai e mãe, querem ter uma expressão diferente. A forma como eles se vestem é diferente, com calças skinny, camisetas largas, andróginas, meio ‘boyfriend T-shirts’ e trouxemos isso para a coleção”, contou Kevin Carrigan, diretor global de criação da CK Calvin Klein, Calvin Klein Jeans e Calvin Klein.

    A linha pretende ter um preço mais acessível e, na campanha da coleção de estreia, traz vários nomes como Abbey Lee Kershaw e Alice Dellal falando sobre assuntos da juventude (dá para ver tudo no canal  da marca no YouTube). O FFW conversou com Kevin, que falou da moda global, da experiência de fazer roupas especialmente para a geração digital e mais. Confira:

    Kevin Carrigan ©Reprodução

    Como você vê a moda destes jovens?

    Eu queria alcançar um público de 18 a 25 anos, uma geração digital, do Facebook. O que estamos encontrando pelo mundo é um espírio “glocal” (global + local). O fato de termos estas possiblidades enormes de comunicação, de compartilhar, dessa geração que está compartilhando muitos sentimentos, que está compartilhando suas vidas. É como estar no mundo inteiro, mas ser individual. É ser muito individual, mas fazendo parte desta comunidade global.

    É mais fácil ou mais difícil criar uma coleção para este público?

    Acho que é mais difícil, porque esses jovens têm muito discernimento, sabem muito sobre design e são interessados em moda. Alguns não têm muito dinheiro para comprar todas as roupas que criamos e o que foi importante na CK One é que procuramos criar uma linha bem acessível, nos preços, para alcançar um público mais amplo. Sempre achei que jeans e camiseta, sendo com o hippies nos anos 70, ou os punks nos anos 80, são uma expressão do nosso tempo, do que estamos vivendo. Para mim foi mais difícil de uma forma ter certeza que as roupas eram legais para eles. O importante era que as mães e pais não pudessem usar essas roupas. Foi muito difícil e um desafio.

    A coleção é a mesma no mundo inteiro ou dependendo do local é possível encontrar modelos ou cores diferentes?

    É uma linha global para a primeira coleção, para o lançamento, mas, obviamente, temos um site da CK One e vamos ter muita interação com os consumidores e eles vão começar a me dizer como evoluir.

    O que te inspirou para fazer a coleção?

    O perfume CK One. É leve, é andrógino. Eu quis então que as roupas tivessem uma leveza e que não fosse temporal, que fossem boas escolhas para o inverno ou para o verão. Um jeans bom para usar o ano inteiro.

    Por que vocês decidiram fazer esta coleção?

    Com tudo o que estava acontecendo com Facebook e no mundo digital com toda a comunicação eu senti necessidade de vestir essa geração. Porque o que eu estava vendo no mundo inteiro eram mulheres de 50 vestindo o mesmo jeans que mulheres de 20. O que não é uma coisa ruim, mas eu pensei que quando eu era jovem, a última coisa que eu queria era usar o mesmo jeans que os meus pais. Então senti que especialmente na área de denim havia uma lacuna nessa ideia de “não quero usar a mesma calça jeans que meu pai ou minha mãe, quero usar algo que seja diferente”.

    E como você espera que o mercado aceite a coleção?

    As roupas já estão nas lojas brasileiras há um mês e têm feito sucesso. Passei por umas lojas e as pessoas estão gostando, começando a reconhecer a linha. A reação tem sido muito positiva.

    Campanha CK One ©Reprodução

    Como você enxerga o Brasil como um mercado de moda?

    O Brasil é um dos nossos mercados que crescem mais rápido. Na parte de jeans e underwear é inacreditável. As pessoas por aqui conhecem muito a Calvin Klein. Os brasileiros são muito sexys, nós fazemos roupas sexys. Tudo tem uma pegada de modernismo, mas com respeito a sua cultura. Chamo o Brasil como um local do futuro. Há uma grande aceitação da marca aqui.

    O seu trabalho na Calvin Klein é muito amplo, qual sua parte favorita?

    Todo ele. Eu amo moda, amo design, eu não poderia parar de fazer design. Eu vejo o Oscar Niemeyer, que tem 103 anos, ele ainda desenha até hoje. Isso para mim é o principal desafio e o que me faz continuar. Eu amo criar. Tem isso de você criar coisas que conseguem alcançar muitas pessoas de vários pontos de vista. É isso que amo, amo design.

    Como é sua rotina de trabalho?

    Eu viajo muito, trabalho com muitas pessoas de vários ramos, stylists, equipe de marketing, de relações públicas. É muita interação com as pessoas.

    Apesar de ser uma marca americana, a Calvin Klein também é muito internacional. Na própria empresa se vê isso: Francisco Costa é brasileiro, Italo Zucchelli é italiano e você, britânico. Isso faz parte de escolhas da marca, vocês precisam se adaptar à linguagem americana da marca?

    Para mim, ser britânico e ter estudado na Royal College of Art me expôs a muita cultura club, moda underground… É uma mistura de culturas. E na Calvin Klein é possível reduzir, minimizar, editar e deixar essas influências culturais com cara de futuro. Isso é muito Calvin Klein. E tudo isso é feito de um jeito sem esforço. Essa praticidade americana, de, por exemplo, mulheres que vestem Calvin Klein, passam o dia inteiro no escritório, mas tudo isso usando tênis. Essa praticidade americana misturada à alfaiataria britânica, por exemplo, é uma mistura que eu amo. É um mix do meu lado formal britânico e desse lado prático americano que eu adoro.

    O que você conhece da moda brasileira?

    Não muito. Osklen, Lenny, Alexandre Herchcovitch. No entanto, acho que o Brasil tem conseguido se colocar muito bem no sentido de semanas de moda com o São Paulo Fashion Week. São Paulo é uma cidade do futuro e vejo isso ficando cada vez mais importante.

    Kevin Carrigan ©Reprodução

    Você acha que do jeito que está a moda hoje ainda dá para definir uma mulher brasileira, francesa, italiana…?

    Acho que apesar de a moda estar internacionalizada, as pessoas colocam sua história e sua cultura na hora de se vestir. E elas mostram isso na forma que usam as roupas.

    O que você faria se não trabalhasse com moda?

    Não me vejo muito não trabalhando com moda. Mas talvez como designer de interior, arquiteto, trabalhando com filmes… Definitivamente com algo criativo. Preciso fazer algo criativo. Voltando ao Oscar Niemeyer, ele é uma inspiração para mim. Ver ele trabalhando, aos 103 anos, e fazendo projetos. Ele quer continuar fazendo design e eu não quero parar também, não importa minha idade.

    Você trabalha criando várias linhas para a Calvin Klein. Existe algo que você ainda não tenha feito e que gostaria de fazer?

    Um hotel, com certeza. Ia amar fazer os uniformes, a comida, a parte de arquitetura, a decoração. Colaborar com os profissionais de todas essas áreas. Eu ia adorar ver um hotel da Calvin Klein. Ou, quem sabe, um hotel do Kevin. KC Hotel (risos).

    E o que se pode esperar da marca daqui para frente?

    Quem sabe? Celulares, computadores, qualquer coisa. Nossas linhas não são só de roupas, fizemos coisas para casa, óculos, relógios… O importante é que a marca consegue preservar seu DNA em qualquer forma de mercado em que se encontre.

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