Inspirado por sua obsessão por cantoras brasileiras, o DJ _e agora empresário_ Zé Pedro lança a gravadora/selo Joia Moderna. A primeira leva de lançamentos traz uma caixa com Zezé Motta e o álbum “Negra Melodia” (interpretando Jards Macalé e Luiz Melodia), Cida Moreira com o voz-e-piano “A Dama Indigna”, onde reinterpreta canções de Tom Waits, Amy Winehouse, Chico Buarque e Caetano Veloso, e Silvia Maria com o álbum “Ave Maria”.

Completa o box o projeto “A Voz da Mulher Na Obra de….”. Quatorze vozes femininas _entre elas Claudette Soares, Fafá de Belém, Teresa Cristina_ interpretam canções de Taiguara, compositor e músico dos anos 1970. “Queria mostrar com isso que essas cantoras não estão presas a um passado de glória, ainda existe um passado e um presente para elas cumprirem em suas carreiras”, conta Zé Pedro.

O FFW conversou com ele sobre a intenção e o desenvolvimento da Joia Moderna – confira na entrevista!

Como foi feita a curadoria desses discos/artistas?
Pensei nos lugares escuros da MPB. Cantoras que não encontram mais espaço no mercado por descuido ou falta de informação e que ainda estão cheias deótimas idéias, talento e vitalidade.

Que dificuldades (técnicas, burocráticas e criativas) você enfrentou para lançar os discos?
Fui cumprindo as etapas passo a passo sem pensar em responsabilidades e temores. A vontade de trazer à tona essas grandes vozes brasileiras sempre foi maior que qualquer impossibilidade. Por serem discos inéditos, ficamos todos excitados em fazermos um trabalho novo, pesquinsando músicas pouco conhecidas do grande público ou ainda inéditas.

Quanto tempo para compor o catálogo que temos hoje?
Acredite se quiser mas esses quatro trabalhos foram produzidos e lançados em apenas três meses. Existia uma vontade muito grande da parte delas em voltarem ao disco e aos shows que serão gerados à partir desses trabalhos.

Quais são os desafios da gravadora para o futuro?

O Brasil é um celeiro de cantoras. Um país imenso que muitas vezes esquece de grandes talentos. O meu desafio é fazer um levantamento dessas voze que caíram no esquecimento e conseguir trazê-las de volta para um publico saudoso ou apresentá-las para uma geração mais jovem

Existe a intenção futura de gravar novos materiais pela joia moderna?
Como sou um apaixonado por vozes femininas, estou sempre atento aos novos talentos. Mas continuo achando que uma nova cantora sempre terá  mais chances de ser recebida pelo grande mercado do que alguém que já tenha tido uma trajetória musical no passado, por isso meu foco principal será sempre o resgate dessas grandes mulheres.

De onde vem o nome?
De um LP gravado por Alaide Costa de 1961 chamado Joia Moderna. E o impulso inicial de fundar uma gravadora veio de uma frase de uma canção de Caetano Veloso que diz: ” a vida tem uma dívida com a música perdida”

O que você tem ouvido de música brasileira contemporânea?
Adoro Nina Becker, Vanessa da Mata, Karina Buhr e Barbara Eugenia.