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    Dos atletas aos estilistas e celebridades: a invasão dos tênis na moda
    Dos atletas aos estilistas e celebridades: a invasão dos tênis na moda
    POR Redação
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    Street style na Pitti Uomo, em Florença: a invasão do tênis na moda ©Reprodução

    Houve um tempo não muito distante em que os tênis eram usados exclusivamente para praticar esporte. Mas eles rapidamente migraram dos pés dos desportistas para o mundo da moda.

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    Mais do que uma concessão, os tênis viraram uma febre entre os fashionistas, que não se contentam em ter um ou dois pares — além daquele usado na academia ou na corrida, claro. Se nos anos 1980 e 90 quem ditava o que estaria nos pés dos adolescentes eram jogadores de basquete e cantores de hip hop, hoje o street style é dominado por tênis assinados por estilistas ou por parcerias com celebridades.

    Não foi sem esforço que marcas como Nike e Adidas passaram a dominar o mercado de tênis casuais. Para não ficarem restritas aos modelos de performance — que já é um grande mercado, diga-se de passagem —, as marcas passaram a investir nas parcerias e na criação de imagens de moda.

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    O jogador de basquete Chuck Taylor, à esquerda, com seu All Star ©Reprodução

    Desde sempre, as empresas de tênis se valeram da imagem de personalidades para legitimizar sua presença no mercado. No início, quando o objetivo era vender calçados para a prática esportiva, elas se uniam a atletas, como é o caso do All Star, que, em 1921, ganhou um up grade no design e incorporou o nome do jogador de basquete Chuck Taylor. Hoje em dia, elas continuam apostando em jogadores para vender seus produtos de performance (lembra da ação de marketing durante a Copa do Mundo que a Nike fez com Neymar?), mas o grande trunfo é mercado casual. E é aí que entram as parcerias com estilistas, grifes e personalidades.

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    Neymar com a chuteira que a Nike desenvolveu especialmente para ele jogar a Copa do Mundo 2014 ©Reprodução

    Um dos modelos mais amados atualmente pelo povo da moda, o Adidas Stan Smith, foi lançado em 1971 como um modelo para jogar tênis — claro que Stan Smith era um tenista. Em 2014, chegou ao mercado a primeira linha assinada por Raf Simons, estilista da Dior, que não só ressuscitou o modelo como o catapultou ao estrelato fashion.

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    Tênis Adidas Stan Smith assinado pelo estilista Raf Simons ©Reprodução

    Muito antes do que qualquer outra grife, a Gucci criou ainda em 1984 seu primeiro modelo de tênis, antes mesmo do estrondoso sucesso do Nike Air Jordan, que viria somente no ano seguinte. Num gesto quase premonitório, alguém percebeu o movimento que estava acontecendo e quis se antecipar colocando no mercado um modelo com as tradicionais listras verdes e vermelha na lateral. No entanto, ele não tinha o aval de um nome e, talvez por isso, não tenha sido assim um sucesso.

    Em 1996, Miuccia Prada desencadeou a moda dos tênis feitos por grifes ao colocar sua criação na passarela da Prada. O modelo Prada PS0906, inicialmente criado para a equipe de vela Luna Rossa, claramente priorizava a estética em vez da performance. Em suma, o mais importante para ela era a expressão de um estilo. Mas isso era apenas uma prévia do que aconteceria nos anos 2000.

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    O Adidas JS Wings 2.0 Money, criado por Jeremy Scott ©Reprodução

    A moda das parcerias de estilistas e celebridades com marcas de tênis renomadas veio com tudo. Em 2002, a Adidas convidou Jeremy Scott — mais de dez anos antes de ele assumir como estilista da Moschino — e Yohji Yamamoto para recriarem modelos tradicionais da marca. Ambas as parcerias deram tão certo ao unir a funcionalidade original dos modelos e a estética dos estilistas que continuam até hoje: Jeremy no seu estilo divertido e Yohji, de vanguarda.

    Diversas marcas fizeram suas versões para o tênis, como a Lanvin. Mas o momento de virada, em que trendsetters passam de consumidores a criadores, foi quando o rapper e ícone de street style Kanye West passou a desenvolver modelos para marcas esportivas e grifes. A Nike e o cantor desenvolveram ao longo de dois anos o Air Yeezy, lançado em 2009, a primeira colaboração não esportiva da empresa. Kanye desenhou o modelo em parceria com o diretor criativo da Nike, Mark Smith, e eles ainda lançaram outras duas versões do tênis, em 2012 e 2014.

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    Kanye West com Marc Jacobs, então estilista da Louis Vuitton, com o tênis criado pelo rapper para a grife ©Reprodução

    Também em 2009, a Louis Vuitton convidou o rapper para assinar um modelo, catapultando o negócio em torno dos tênis para outro patamar. O resultado é que os três modelos se esgotaram rapidamente, mesmo que cada par custasse mais de US$ 1 mil (mais de R$ 3,3 mil). Outro hit imediato foi o slip on masculino criado por Christian Louboutin em 2011, até então uma marca ligada ao universo feminino por seus sapatos stilettos de sola vermelha.

    Mercedes Benz Fashion Week - Kanye West and Adidas Originals  - Inside Featuring: Kanye West Where: New York City, New York, United States When: 12 Feb 2015 Credit: Ivan Nikolov/WENN.com

    Kanye West na apresentação de sua linha para a Adidas em Nova York ©Reprodução

    Mesmo depois de ter lançado vários modelos em parceria com a Nike, Kanye West ainda tinha o sonho de fazer roupas. E a marca que topou a ideia do rapper foi a Adidas. Isso porque sua influência é gigantesca. Em uma entrevista à “GQ”, Kanye afirmou que 50% das vendas de tênis da Balenciaga se devem a ele, que tornou conhecido o modelo Arena. Apesar disso, a grife não o convidava para seus desfiles, o que mudou após a contratação de Alexander Wang, que tem uma forte ligação com a moda de rua.

    Em 2014, Kanye lançou na semana de moda de Nova York sua coleção com a Adidas, e o Yeezy 750 Boost vendeu rapidamente. Recentemente chegou ao mercado o Yeezy Boost 350, nova colaboração do rapper com a empresa alemã. Num estilo totalmente contrário, temos o Platform Lace, de Raf Simons para a Adidas, que segue a linha mais chamativa.

    Em 2009, chegou ao Brasil o NikeID, serviço de customização que já estava disponível há bastante tempo nos Estados Unidos. Nele, o consumidor escolhe um modelo pré-existente (entre Dunk, Cortez low e Force low ou mid) e pode fazer a sua própria combinação de cores, materiais, mudar os cadarços, colocar uma caricatura e assinatura.

    Tudo isso desencadeou a atual febre dos fashionistas pelos tênis. O fato de Chanel e Dior terem feito suas versões de sneakers para a Alta-Costura só reforça que eles viraram artigo fashion. Demonstra que as grifes perceberam a onda sneakerhead, dos colecionadores que pagam verdadeiras fortunas por tênis exclusivos, e resolveram tirar uma casquinha.

    Ou seja, se no início o segredo para vender tênis voltados para o esporte era se juntar a atletas, agora, os modelos fashion ganham o aval de estilistas e trendsetters — que não somente os usam, mas os criam. Qual será, então, o próximo passo evolutivo no mercado de sneakers? Será que no futuro todos seremos Kanye e teremos nossos 15 minutos de fama também com nossos calçados totalmente desenhados por nós mesmos?

     

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