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    Editora Abril encerra publicação da Elle Brasil e Cosmopolitan
    Editora Abril encerra publicação da Elle Brasil e Cosmopolitan
    POR Redação

    A Editora Abril comunicou nesta segunda (06.08) o encerramento de diversos títulos, incluindo Elle, Cosmopolitan e Boa Forma. Segundo o site Buzz Feed apurou, cerca de 600 pessoas foram demitidas. Os funcionários ficaram sabendo da notícia hoje, em uma reunião interna.

    Os problemas que a editora enfrentava eram conhecidos e muitos colegas jornalistas já se queixavam do clima de corte que por vezes pairava nas redações. Mas certamente poucas pessoas poderiam imaginar que seria desta forma. Este foi o maior enxugamento por parte de um grande grupo brasileiro de mídia na história recente. O Grupo Abril comunica que, como parte do seu processo de reestruturação, está reformulando o portfólio de marcas da editora com o objetivo de garantir sua saúde operacional em um ambiente de profundas transformações tecnológicas, cujo impacto vem sendo sentido por todo o setor de mídia”, diz o comunicado.

    Ainda segundo o Buzz Feed, os cortes estão sendo liderados por Marcos Haaland, da empresa de consultoria americana Alvarez & Marsal, que ocupa a presidência executiva desde o dia 20 de julho, substituindo Giancarlo Civita, da família fundadora da editora. A Abril e suas controladas fecharam 2017 com R$ 368 milhões no vermelho.

    Susana Barbosa, diretora de redação da revista Elle, publicou um comunicado em seu perfil no Instagram: “Desde que chegou ao Brasil, em 1988, a ELLE revolucionou o mercado editorial com sua linguagem inovadora, sua moda jovem e irreverente, seu lifestyle luxuoso e ao mesmo tempo, acessível. Durante esses 30 anos, formou grandes profissionais, lançou e ajudou a consolidar a carreira de inúmeros fotógrafos, modelos e estilistas. Saiu na frente ao ser a primeira revista de seu segmento a ter um site, a ganhar uma edição digital para tablets, a produzir conteúdos em vídeo e a estar presente em todas as redes sociais. ELLE também foi pioneira ao ser a primeira revista de moda brasileira a defender liberdades individuais, a falar de feminismo, a se posicionar sobre questões de gênero e a dar cada vez mais espaço para a diversidade. Cumpriu seu papel de fazer um jornalismo de moda sério, moderno e engajado, compartilhando com sua audiência valores fundamentados em respeito, empatia e humanismo. É com tristeza, mas sobretudo com muito orgulho, que a equipe se despede de seus leitores com a edição de agosto, que está nas bancas e fala de sustentabilidade na moda e nas relações, além de trazer belíssimas imagens registradas na Amazônia”, escreveu.

    Paulo Borges lembra da Elle como uma das primeiras apoiadoras do SPFW. “Um dos primeiros parceiros no início do SPFW foi o Grupo Abril. Quando levei a ideia de fazer o SPFW, apoiaram imediatamente e ativavam com Elle. Tinha palestra da Regina Guerreiro, especiais de tendências, um espaço exclusivo para receber convidados. Gerávamos conteúdo sem internet, sem rede social. As informações eram construídas de outra forma e a Abril aproveitava o SPFW pra fazer palestras e apresentações especiais pros lojistas”.

    O estilista Alexandre Herchcovitch relembra alguns de seus bons momentos com a revista e sua equipe: “Foi o stylist Paulo Martinez quem me levou na editora Abril pela primeira vez, na Elle, para conhecer Regina Guerreiro. Chegando lá, abri uma mochila e tirei algumas peças para ela ver. Ela gostou, mas não eram para a revista. Desde então sempre tive uma relação muito íntima com a revista, seja através de roupas publicadas ou matérias sobre meu trabalho, sobre mim. Numa fase mais recente, conheci Susana Barbosa que visitou minha fábrica para conhecer a roupa mais de perto, ficamos amigos. As boas lembranças ficam, uma revista democrática, à frente de seu tempo e capaz de produzir imagens inesquecíveis como: capa com robot, capa espelho, capa com modelo transgênero, capa com estilistas e muitas outras que habitarão nosso imaginário sempre. Uma especial menção à editora Susana que teve a ousadia de tudo isso. Obrigado por nos proporcionar imagens e pensamentos além da roupa vestida em uma modelo e sim mensagens”.

    A lista completa das publicações que deixam de existir: Arquitetura e Construção, Boa Forma, Casa Cláudia, Cosmopolitan, Elle, Mundo Estranho, Minha Casa, mais os sites Casa.com, Educar para Crescer e Bebe.com.

    A revista Elle nasceu na França em 1945 e foi lançada no Brasil em 1988. Nesta semana, lançou sua edição de agosto, fotografada na Amazônia. “O que está acontecendo com a Elle não tem a ver com a moda nem com a qualidade do veículo, mas sim com a história da Abril. A revista não está deixando de existir porque é insignificante ou porque não era bacana. É outro contexto. Enquanto cenário, ele está contaminado pela situação da Abril, da necessidade da Abril enquanto grupo”, diz Paulo.

    Em um post no Instagram, a jornalista Vivian Whiteman, que era da equipe da Elle, escreveu: “Por hoje lamento pela situação desse país e pelo abismo entre a cúpula administrativa da editora e a qualidade indiscutível de um projeto como a Elle”.

    O FFW se solidariza com seus colegas jornalistas e deseja sorte nessa transição.

    Comunicado

    “O Grupo Abril comunica que, como parte do seu processo de reestruturação, está reformulando o portfólio de marcas da editora com o objetivo de garantir sua saúde operacional em um ambiente de profundas transformações tecnológicas, cujo impacto vem sendo sentido por todo o setor de mídia.

    O processo tornou-se obrigatório para assegurar a continuidade da empresa e garantir seu futuro dentro das circunstâncias impostas por uma economia e um mercado substancialmente menores do que os que trouxeram a Abril até aqui.

    Com isso, a empresa passará a concentrar seus recursos humanos e técnicos em suas marcas líderes: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro Rodas, Claudia, Saúde, Superinteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH, Guia do Estudante, Capricho, M de Mulher, VIP e Placar. Marcas que somam audiência qualificada de 125 milhões de visitantes únicos por mês e 5,2 milhões de circulação nas versões impressa e digital por mês, além de centenas de eventos.

    Aos profissionais que atuaram nos títulos que estão sendo descontinuados, nosso agradecimento pela dedicação e pelo profissionalismo.

    Em consonância com sua trajetória e relevância na imprensa brasileira, a ABRIL reafirma o seu compromisso de manter vivo o jornalismo de qualidade. Uma imprensa forte, livre e idônea em seus princípios é essencial para o desenvolvimento do Brasil e o único antídoto contra desinformação e fake news”.

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