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    Do atacado ao varejo: conheça a história de sucesso da Antix
    Do atacado ao varejo: conheça a história de sucesso da Antix
    POR Redação

    Patrícia Ju Hee Ha, fundadora da Antix, em frente à equipe de estilo da marca ©Ricardo Toscani/FFW

    Meiguice. Feminilidade. Os dois adjetivos se encaixam perfeitamente à Antix, marca criada há seis anos por Patrícia Ju Hee Ha, coreana radicada no Brasil desde os nove meses de idade. Fundada no Bom Retiro, bairro comercial de São Paulo, a Antix surgiu para atender ao público atacadista da região, mas acabou destacando-se pela qualidade e pelas estampas lúdicas.

    Hoje, com grandes planos de expansão – e muito potencial –, a Antix possui duas lojas próprias (em São Paulo e em Recife) para atender ao mercado de varejo, mas ainda nesta semana inaugura mais duas, uma em Jundiaí e a outra na capital pernambucana. Apesar de ser vendida em dezenas de multimarcas espalhadas por todo o Brasil, a pretensão de Patrícia é que a Antix possa ela mesma contar sua história, difundindo doçura por todos os cantos do país.

    O FFW visitou a sede da Antix no início de outubro, onde conversou com Patrícia sobre o reposicionamento da marca, a estética delicada que a caracteriza e o relacionamento com as clientes, bem como sobre sua fundação e processo criativo. Confira a entrevista abaixo:

    Como surgiu a Antix?

    A marca começou há seis anos como uma marca de atacado. Eu trabalhava com a minha mãe em uma confecção, mas para um público totalmente diferente. E o meu marido trabalhava com acessórios e aviamentos. Na época [da criação da Antix], eu estava grávida, então aconteceram certas coisas e cheguei a pensar em não fazer [a marca].

    Mariana Juliano, coordenadora de estilo da Antix, e Patrícia Ju Hee Ha ©Ricardo Toscani/FFW

    No começo, ficamos meio perdidos e decidimos fazer roupas “da moda”. Depois, percebemos que o nosso público do atacado tinha uma carência muito grande de estampas e fomos por aí, mas ainda sem estampas exclusivas. Com a entrada da equipe de estilo e, principalmente, com a nossa coordenadora de estilo [Mariana Juliano], que trouxe a “identidade” dela e que também adora estampas, a gente começou a criar histórias, por exemplo, uma coleção que tenha uma história, uma temática, etc. Trouxemos várias referências de fora, claro, mas não Ctrl c + Ctrl v.

    Quando o Twitter estava bombando fizemos uma pesquisa lá; perguntamos “O que é Antix para você?” e foi muito esclarecedor para nós. Muitos descreveram a marca como “fofa”, o que já é meio uma unanimidade, mas também “feminina” e “romântica”. Resolvemos então criar a nossa própria identidade, com estampas exclusivas e que contem uma história de maneira diferenciada do que já existe no mercado.

    Por que o nome Antix?

    Meu marido se chama André e o meu filho se chama Arthur e queríamos uma marca que começasse com A para quando entrássemos em um sumário [de marcas novas] aparecêssemos logo na frente. [Risos] E tinha uma marca de perfume, acho que chamada Antik e meio que me inspirou, mas também achei que ainda não era isso. Coincidentemente, na mesma semana eu tinha assistido a uma entrevista com o Eike Batista. Nessa época, ele estava super crescendo e falou que todas as empresas dele tinham um X no meio, que surgia como uma espécie de efeito multiplicador. Aí eu falei [para o meu marido]: “Nossa, a gente está com medo de abrir, mas se der 1% certo do que deu com o Eike está ótimo. Então vai ser Antix e seja o que Deus quiser”.

    Fotografia da campanha de Primavera/Verão 2012/13 da Antix ©Divulgação

    Qual a sua formação acadêmica? E quais eram as suas pretensões para a Antix? Você pensava em continuar sempre no atacado?

    Sou publicitária. Quando me perguntavam aonde eu queria chegar eu respondia: “Não sei, mas acho que alguma hora vai chegar [o momento]”. Sempre quisemos fazer varejo junto porque queríamos levar a experiência completa ao cliente, com a arquitetura e cheiros da loja, por exemplo. Mas sempre foi um sonho, que, na verdade, eu não achei que fosse se tornar realidade tão cedo. Para nós, está sendo uma grata surpresa.

    Quem desenvolveu as primeiras coleções da Antix?

    No começo, era eu e Deus. [Risos] Iniciamos com um porte muito pequeno, a empresa tinha seis funcionários, contando vendedor de loja e fábrica. De cara já abrimos essa loja [no Bom Retiro]. E o engraçado é que, assim que abrimos a loja, entrou uma cliente que comprou muito e que pagou em dinheiro, ela deve ter comprado umas 80 peças. Aí comentamos que ela era nossa primeira cliente e ela disse que costumava dar sorte nas lojas que comprava. E ela nunca mais voltou! Até hoje falamos que ela foi um anjo porque não sabemos nada dela.

    Foi a partir da coleção de Outono/Inverno 2009, inspirada no Japão, que realmente nos firmamos e encontramos o nosso lugar. Nas anteriores não tínhamos uma identidade tão forte. Hoje, temos mais ou menos 120 funcionários diretos; indiretos, não tenho ideia, temos fornecedor de tecidos, bijuterias e é muita coisa terceirizada.

    Catálogos de várias coleções da Antix (o catálogo da coleção de Inverno 2009, citada por Patrícia, é segundo, em branco e preto) ©Ricardo Toscani/FFW

    Quando você percebeu que a marca estava tomando outro rumo?

    Quando entramos em contato direto com o consumidor final. Antes, fazíamos apenas vendas para multimarcas, que vêm, compram e expõem como querem. Contamos toda uma história, mas percebemos que a história que criamos aqui não era contada para o consumidor final como queríamos. A gente ficava muito bravo porque passamos seis meses pensando em uma temática e ela não chegava ao cliente.

    Quando as mídias sociais deram aquele “boom”, que foi quando nos conectamos com o consumidor final, a gente teve certeza do potencial da Antix. Claro que não foi só por causa da internet, tivemos representantes que rodam o Brasil inteiro e observam como o produto da marca é recebido e exposto. E foi para contar essa história direito que abrimos a primeira loja de varejo; o projeto dessa loja demorou muito até chegar um momento que vimos a Antix nele.

    O primeiro passo para a expansão da Antix foi a abertura da loja no shopping Vila Olímpia, em São Paulo?

    Sim, a abertura [no shopping Vila Olímpia] entrou como um projeto piloto. No começo foi bem difícil a entrada em shopping, até mesmo que nunca tivemos loja de varejo, então os shopping são bem “fechados”. Entramos meio pela porta dos fundos, como nós falamos, mas hoje a Antix é a loja que mais vende dentro do Vila Olímpia.

    A partir dessa loja, a Antix ganhou um fã clube, que se chama “Loucas por Antix”, a repercussão foi melhor do que esperávamos.

    Loja de atacado da Antix, localizada no Bom Retiro ©Ricardo Toscani/FFW

    E a abertura da loja em Recife?

    Foi um mapeamento, que estamos fazendo um mapeamento geográfico do Brasil para descobrir as nossas praças mais fortes. São Paulo vem em primeiro, mas o Nordeste também era muito forte e, como tínhamos muitas multimarcas em Salvador, focamos em Recife, inclusive porque surgiu uma oportunidade [de abrir] no shopping Recife [a abertura foi em junho de 2012].

    Logo depois do sucesso que foi no shopping Recife, fomos convidados pelo shopping Riomar, que inaugura no dia 30 de novembro, e estamos abrindo a segunda loja da Antix em Pernambuco.

    Quais são os próximos planos de expansão da Antix?

    Este mês vamos inaugurar outra loja em Jundiaí. Aí depois inaugura a loja do shopping Riomar, em Recife. No próximo ano vamos inaugurar mais duas em São Paulo, uma, em março, no shopping Pátio Paulista e, em abril, no shopping Morumbi. Para São Paulo, por enquanto, eu acho que já deu.

    Parece romance ou sonho, mas o que a gente quer é levar o conceito da marca para onde o cliente está “pedindo”. Recife, por exemplo, foi um lugar que sempre pediam que abríssemos, então fizemos o estudo da cidade e foi uma surpresa muito além das nossas expectativas. O pessoal do Nordeste é muito acolhedor.

    Fotografia da campanha de Primavera/Verão 2012/13 da Antix ©Divulgação

    Qual a porcentagem de aumento da produção da Antix desde o início desses planos de expansão?

    A gente está expandindo a fábrica; adquirimos outra aqui no Bom Retiro mesmo, inclusive. Toda a parte de “chão de fábrica” [local onde o processo fabril é executado] foi para esse novo prédio, que tem dois andares [além do térreo]. A equipe de estilo, por exemplo, é uma equipe que está muito enxuta, precisamos ampliá-la.

    Como é a dinâmica de funcionamento da equipe de estilo?

    Temos a coordenadora, Mariana Juliano, que coordena toda a parte de malharia, acessórios, Antikinha, Antix fashion e o restante. Daí a gente pensa em conjunto o tema da coleção, mas ela fica encarregada de todas as estampas, que são mesmo designadas a ela e que ela gosta muito.

    Temos uma parceira muito grande, que é a La Estampa, e a gente passa o briefing para eles; passado esse briefing, eles fazem os desenhos [das estampas] e a Mariana [Juliano] vai ajustando e direcionando. É ela que faz a coloração também. Hoje todas as estampas são exclusivas, salvo pouquíssimas exceções.

    Por coleção, devem ser quase 300 modelos de vestido desenvolvidos. Só de vestidos! Sem contar malhas, saias, etc.

    Looks da coleção de Primavera/Verão 2013 da Antikinha, linha infantil da Antix ©Reprodução

    E a Antikinha e a linha de acessórios?

    A Antikinha existe há uns três anos, mas ela não é muito divulgada porque não vai no catálogo. E muitas multimarcas são resistentes, alegando falta de público. A Antikinha funciona muito no varejo. Foi um projeto que eu sempre quis, a proposta inicial é que as peças infantis tenham exatamente a mesma modelagem das peças normais. As mães que gostam [da Antix] acabam passando para as filhas, […] e a Antikinha está presente em todas as lojas do varejo, assim como os acessórios.

    Fotografia da campanha de Primavera/Verão 2012/13 da Antix ©Divulgação

    Já a linha de acessórios existe há um ano e é desenvolvida por nossa estilista de acessórios, que faz pesquisas dentro do tema. Está tendo uma aceitação bem legal; cada dia a gente descobre novas possibilidades.

    Existem planos de desenvolver uma linha com itens para casa?

    Sim, mas se formos fazer só para três lojas talvez não dê o volume necessário para produzir. Então acho que quando a gente tiver 10 lojas vamos ter o volume com preço legal; a gente até tentou fazer, mas fica muito caro e as pessoas pagam R$ 200 em um vestido, só que será que elas vão pagar em um acessório [para casa]?

    Símbolo da Antix ©Divulgação

    Como foi desenvolvido o símbolo da Antix?

    As nossas estampas, no comecinho da marca, sempre tinham passarinhos, gaiolas, e a gente precisou, em certo momento, ter um mascote. Antes, o passarinho, que foi nossa escolha, era bem estilizado, mas ele foi engordando e se tornou o que é hoje. Um estudo super sério [Risos].

    Qual é a relação que a Antix tem com as “tendências” de moda? Vocês acompanham as semanas de moda internacionais?

    A gente acompanha tudo, tudo, tudo. Absolutamente tudo. Tanto que as meninas [da equipe de estilo] ficam ligadas o dia inteiro. Mas a gente percebeu que mesmo contextualizando, a mulher Antix não adere tanto [a tendências]. A gente faz um teste; o comprimento mullet, por exemplo, entrou na campanha “Era uma vez” [Outono/Inverno 2012] como uma aposta e, depois de no começo muitos torcerem o nariz, fez muito sucesso.

    Fotografia da campanha de Primavera/Verão 2012/13 da Antix ©Divulgação

    E como é a manutenção das redes sociais da Antix?

    Antigamente uma pessoa do marketing da Antix fazia os posts, mas percebemos que ainda não era isso. A gente precisava de uma jornalista, que saiba escrever e que esteja preparada para fazer. Hoje temos uma blogueira que trabalha exclusivamente para a marca e que alimenta Facebook, Twitter, Instagram e o blog. Mas ela não faz simplesmente o que quer, é tudo pensado, senta a equipe de marketing e de criação para bolar muita coisa. A gente acredita muito e sente o retorno [do engajamento dos clientes nas redes sociais].

    Qual a relação de vocês com blogueiras de moda? Patrocinam ou pensam em patrocinar alguém?

    A maioria das blogueiras que hoje a gente veste, não pagamos nada. Elas vestem porque descobrimos que elas eram blogueiras muito legais, que já vestiam Antix, e que entramos em contato através para parabenizar. Daí, ocasionalmente, enviamos algumas peças, se ela vestir melhor, mas é mais um presente de agradecimento. Depois daquele caso da Sephora e da Melissa, optamos por buscar as pessoas que têm o perfil da Antix. É mais uma retribuição [pelo engajamento voluntário] do que um patrocínio aleatório.

    Loja de atacado da Antix, localizada no Bom Retiro ©Ricardo Toscani/FFW

    Você pensa em participar de algum evento nacional, como o SPFW ou Fashion Rio?

    Estamos caminhando para isso. Acho que ainda não é o momento. Temos os pés muito fincados no chão, eu sei que hoje a gente tem condições de abrir lojas de varejo. Mas ainda falta uma estradinha para apresentarmos as nossas coleções [em eventos desse porte]. Para se apresentar para o mercado nacional e não fazer direito…é melhor não fazer, né?

    A gente está se estruturando, essa parte de estrutura física é uma coisa muito importante, tendo isso é possível ter pessoas qualificadas por perto nos auxiliando nesse projeto.

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