A Salinas mais uma vez contagiou o público com seu desfile alto astral e uma coleção que é fun, alegre e fácil de se identificar – e usar. Antes do desfile começar, entramos no backstage para conversar com Jacqueline De Biase, que fundou a marca no Rio quando tinha apenas 21 anos.
Como é ter uma marca de moda praia hoje e há 30 anos Tanta coisa mudou em relação ao comportamento…
Sim, existe uma mudança de comportamento grande, mas tiveram outras também ao longo desses anos. E a gente sempre acompanhou. Fazer biquíni é olhar comportamento. Não tem como. A forma como as mulheres se comportam é o que dita o que a gente deve fazer.
Você vai muito a praia?
Vou e fico observando. Impossível não fazer isso. Desde o lacinho quando começou a ressurgir nos anos 90 – era uma coisa dos anos 70 – até as mudanças mais atuais. Tem que estar muito atento a essas mudanças. Moda praia é observação. E não adianta impor nada porque a gente trabalha muito com o corpo delas e respeitamos isso.
A mulher é mais livre hoje em relação a como se veste na praia?
Sempre tiveram essas mulheres livres, que usam o que querem independente do corpo. O que acontece hoje é que se uma vai, puxa a outra e as redes incentivam e acabam encorajando mais. A menina segue alguém parecido com ela, com os mesmos valores, os mesmos grilos e se dá conta que pode se libertar desses grilos. Isso tem ajudado muito a levantar a auto estima e acaba causando uma mudança. Obviamente, tem mulheres que querem exibir mais, outras querem esconder, mas vejo uma evolução nesse comportamento.
Como vocês abordam a questão da diversidade?
Sempre respeitamos o corpo da mulher. Cada uma tem um tipo, com suas curvas ou não, imperfeições ou não.
Você tinha alguma questão em relação ao seu corpo?
Eu comecei muito nova e tive filho muito nova. E tinha a cicatriz da cesariana. Todo mundo usava cava na época e eu queria esconder a minha cicatriz. Acabei levantando a cava do biquíni por causa disso.
Quais as principais ideias desta coleção do Verão 19?
Fizemos o Salinas Clube Hotel. Idealizamos esse hotel de frente pro mar, joga tênis, frescobol na praia. Então tem muita influência do tênis nos biquínis, tem um maiô com estampa de rede, outro na cor da bolinha, maiôs com golinha de polo. E tem um mood de piscina também.
Em poucas palavras, qual é o DNA da Salinas?
Vixe, muito difícil responder isso. Preciso ensaiar pra ter na ponta da língua. A marca tem esse frescor, uma jovialidade, inovação e renovação. Está sempre levando as pessoas pra cima, levando a mulher pra cima. E acho que as pessoas que têm esse astral também procuram a marca.