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    FFW aposta: Felipe Caprestano e a explosão criativa de seu Face Couture
    FFW aposta: Felipe Caprestano e a explosão criativa de seu Face Couture
    POR Redação

    Felipe Caprestano é o responsável pelo blog Face Couture, endereço online onde documenta o processo criativo de sua coleção: não de roupas para usar no corpo, mas sim de couture para vestir no rosto.

    Para conhecer _e compreender_ um pouco mais sobre esse mais novo talento nacional, o FFW conversou com Felipe. Confira:

    face_couture_5

    Idade, lugar onde nasceu e signo.
    26 anos, nascido em Tubarão/SC, Escorpião.

    Conte um pouco da sua história.
    Meus pais são donos de uma confecção aqui no Sul do país, e isso sem dúvidas foi a minha porta de entrada para a moda e o que é melhor é que foi a porta dos fundos, porque me fez conhecer a moda a partir de um ponto de vista de indústria, de fábrica, aprendendo as coisas na prática, sem o atraso que eu poderia ter procurando pelo ideal glamourizado.

    E sua marca, a Dizhum (antes do projeto Face Couture, Felipe teve uma marca própria)?
    A Dizhum foi um super canal de expressão do meu trabalho e a base da minha formação. Era uma marca super jovem e eu procurava traduzir a estética da minha geração com um toque de conceito. Começou durante a minha fase clubber, depois foi evoluindo. A marca foi vendida nas principais cidades do Brasil e as minhas influências eram globais, mas eu continuava lá no interior e de certa forma isso também me influenciava, mesmo que eu não quisesse. Sabe aquela música do Smashing Pumpkins, “1979”? Era muito esse clima. “Cool kids never have the time”.

    Como surgiu o projeto Face Couture?
    Eu já tinha a ideia de fazer uma coleção de máscaras há muito tempo e logo que eu comecei veio a vontade de fazer o blog documentando. Adoro backstage, adoro ver as coisas sendo feitas e estética de fábrica, então imaginei que outras pessoas também quisessem ver.

    A coleção já está pronta?
    Não, não. Está na metade mais ou menos. E é importante as pessoas saberem isso, pois algumas pessoas pensam que o que eu coloco lá no blog é o resultado final. Mas não é, não, e tem muito o que ser feito ainda. É tudo backstage, é tudo work in progress.

    O que pensa em fazer depois que terminá-la? Pensa em apresentar em algum formato ou jeito especial?
    A princípio vou fazer um vídeo apresentando todas as máscaras, mas depois disso quero outras pessoas interpretando elas também.

    face_couture_1

    Você passou um bom tempo em Londres. No que sua estadia lá contribuiu para o amadurecimento da ideia?
    Já fui pra lá com a ideia. Só me fez cair na real que era completamente viável.

    O que você foi fazer lá?
    Fui para o desfile de uma marca com a qual eu trabalhava e emendar umas férias. Mas fui ficando, ficando…

    Quais são suas principais referências e inspirações?
    A cultura oriental é algo que eu gosto de olhar constantemente. Especialmente o jeito deles trabalharem e traduzirem as informações, o ponto de vista. Também amo a estética circense decadente. Os palhaços, freak show.

    Você consegue identificar algum denominador comum nas suas criações?
    O meu interesse pela estrutura da roupa é algo que sempre vem à tona. Mas não estou falando de moda, falo da roupa como produto, palpável, físico, sem sentimentalismos.

    Suas máscaras escondem boca, olhos, ouvidos, nariz… Há algum motivo específico para esse “bloqueio de sentidos”?
    Bloqueio de sentidos define muito bem essa intenção. Também a possibilidade do anonimato, as inseguranças de estar vestindo a sua própria pele. No início a estética estava sempre em primeiro plano, mas a medida que fui passado da frente das máscaras para dentro delas fui dando mais importância para essas sensações.

    O que você faz para ficar em sintonia com as novidades?
    Internet sem dúvida. Manter-se aberto e receptivo é claro que sempre ajuda e sempre ajudou, mas com a avalanche de informação hoje é bom criar uma rede de fontes de informação confiável e também ter alguns critérios mínimos de seleção para saber o que você gosta e o que não gosta e não correr o risco de se tornar um patchwork infinito de referências sem gosto definido.

    Quando você começa a criar numa máscara você pensa ela inserida em algum contexto? Tipo como complemento para determinado look?
    Eu penso apenas na máscara como um objeto.

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    Como que tem sido essa experiência de compartilhar suas referências? Li um post seu falando do seu medo em expor algumas delas, você ainda se sente assim? Por que acha importante esse fluxo de informação hoje em dia?
    Tenho conseguido administrar melhor esses sentimentos. Ainda não dá pra saber até onde esse compartilhamento todo, falando de mundo, vai ser bom. Parece que todo mundo está querendo experimentar um pouco dessa exposição, vamos ver onde isso vai dar. Também vai muito da sua curadoria interna saber escolher no que gastar o seu tempo. Mas tenho gostado muito desse novo sistema de trabalho. No meu caso o mais interessante é receber um feedback durante o processo de criação. Não que eu me deixe influenciar, ou fique esperando por isso, mas faz dar uma vida útil maior as ideias. Por exemplo, se eu tivesse fazendo as minhas máscaras quieto no meu canto e deixando para apresentar ao mundo o resultado final todo de uma vez, eu provavelmente já teria terminado a coleção inteira pois não estaria investindo o tempo que o blog requer, mas ao mesmo tempo correria o risco de ter todo esse trabalho visto por apenas cinco minutos.

    Como você vê o papel da internet hoje na criação como um todo?
    Ajuda muito, claro, informação é informação, né? Mas ao mesmo tempo bate um desespero quando você topa com alguma coisa que te faz pensar que pode ter alguém no mundo fazendo o mesmo que você. A internet te faz correr mais rápido, parece que você está sempre atrasado. Sabe o ócio criativo? É um luxo que não existe mais.

    Você gosta bastante da noite, até ataca de DJ algumas vezes. As festas e a cena dos clubes te influenciam de alguma maneira?
    Se você tem alguma coisa a mostrar em relação a design, a arte, a moda, performance, enfim, algo visual, a noite pode ser um espaço para você apresentar isso na prática, mas você tem que entender que o seu trabalho nunca vai ser encarado e avaliado da mesma maneira que numa galeria por exemplo. Pode ser exatamente o mesmo trabalho, mas na noite tudo isso acaba sendo visto como elementos decorativos. Nada contra, claro, mas nesse projeto específico do Face Couture eu estou tentando não criar esses laços com a noite.

    + facecoutureproject.blogspot.com

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