Por Camila Yahn e Carolina Vasone
1. ALEXANDRE HERCHCOVITCH
Alexandre Herchcovitch ganha o número 1 por sua capacidade de reinvenção e pela forma como abordou um tema recorrente na estação, o fundo do mar. Ele busca novas maneiras e técnicas para criar roupas com efeitos elaborados e apurados, ou seja, segue experimentando e testando, ações que mantém vivo um estilista como ele. Herchcovitch dá uma aula de modelagem, a partir de uma ideia original, integrando suas ideias para a temporada à modelagem característica da marca.
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2. PAULA RAIA
Paula assina um dos desfiles mais requintados da estação e mostra que continua evoluindo na construção de uma silhueta que deu seu primeiro sinal há mais de 10 anos, quando começou a Raia de Goeye. A coleção traz modelagem ainda mais elaborada e sofisticada e ênfase em um belo trabalho de texturas. Optou por fazer todas as peças no mesmo tom, cru, e sem nenhum tratamento químico, algo difícil de encontrar devido às inúmeras opções à disposição dos estilistas. Ela também se descobriu uma boa contadora de histórias e achou no stylist Mauricio Ianês o artista com sensibilidade para entender a alma das mulheres profundas que Paula traz à tona uma vez por ano.
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3. ADRIANA DEGREAS
A moda praia deu muitos passos à frente com esta coleção inspirada no surf e nos “sea devils”. De quilhas de pranchas a tubarões passando pelas roupas dos surfistas, as referências se apresentam de forma inteligente, forte e sexy. Modelagem rigorosa, ótimo uso de materiais e coragem para experimentar.
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4. APARTAMENTO 03
Bem-vindo ao luxo zen de Luiz Claudio, o estilista da mineira Apartamento 03 que, em sua segunda coleção no São Paulo Fashion Week, mostrou a que veio. Com um perfume de moda festa, mas não restrito apenas a ela, o mineiro desmembrou sua pesquisa na liturgia de várias religiões de maneira tão sofisticada a ponto de sobrar apenas o efeito que desejava: o de uma sensação espiritual em roupas que mesclam a compostura da alfaiataria (que não deixa de evocar um pouco da austeridade monástica), o frescor da seda esvoaçante e levemente transparente, a complexidade do design em detalhes que fazem toda a diferença e um acabamento digno das grandes marcas de high fashion.
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5. LENNY NIEMEYER
Lenny Niemeyer ampliou seus domínios fashionistas e levou sua moda praia para além da areia e do iate: o desfile do Verão 2016 mostrou mais roupas do que biquínis e maiôs e apontou o caminho de Lenny para o asfalto. Seja qual for o ambiente, a estilista mais uma vez impressionou com sua capacidade de produzir peças que evocam uma elegância clássica jet-setter com um design totalmente conectado com o que há de mais contemporâneo na moda hoje. Pontos extras para a maneira totalmente original com que interpretou o Carnaval vintage na coleção e o lindo desfile que contou com trilha sonora ao vivo de uma orquestra.
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6. REINALDO LOURENÇO
O estilista conseguiu revisitar um tema que faz parte de seu DNA – o guarda-roupa histórico masculino – e renová-lo, aproveitando para aprofundar seu exercício de modelagem, brincando com os elementos do traje a rigor dos homens em suas roupas femininas, misturando bermuda com fraque, usando as faixas de smoking nas microssaias. Poucos estilistas brasileiros conseguem ter a excelência de acabamento das roupas de Reinaldo, e a união desta qualidade impecável com o seu talento para se renovar dentro do próprio estilo garantem seu posto entre os melhores desfiles desta temporada.
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7. RONALDO FRAGA
É permitido ser bonita em qualquer idade, sem obedecer padrões. Ronaldo Fraga veste 35 mulheres comuns de sereia, cauda de tecido, peito à mostra, para celebrar o poder de sedução feminino dos 19 aos 85 anos de idade. Além do discurso emocionante, o estilista também mostrou moda das boas com uma coleção mais sensual e próxima do corpo e um misto de consciência ecológica (todos os acessórios são feitos de escamas de peixe pelas Sereias da Penha, projeto de capacitação de artesãs de Pernambuco) e luxo no design elaborado de vestidos com efeito sanfonado com pinta de alta-costura conceitual.
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8. TÊCA POR HELÔ ROCHA
Ao escolher a Bahia como inspiração, Helô pega o caminho mais arriscado, o candomblé e os orixás baianos, tema que facilmente poderia dar errado ou se afogar em clichês. Pelo seu olhar – e suas mãos – torna-se uma de suas melhores coleções até hoje, muito forte e corajosa ao mesmo em que é delicada e feminina.
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9. AMAPÔ
A dupla Carô Gold e Pitty Taliani tem a melhor receita para construir desfiles que misturam bom humor, ironia, deboche e, claro, roupas femininas que podem ser usadas por meninos e vice-versa. Suas experimentações com jeans e moletons rendem bons momentos e mostram que a Amapô tem energia de sobra para continuar vestindo a geração jovem que aplaudiu seu desfile em pé.
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10. TRIYA
Uma espécie de Amapô das areias por sua energia jovem e maneira vibrante de contar uma história. A praia da Triya passa longe no tédio: estamparia abundante, modelagens arriscadas, acabamentos incomuns para maiôs e biquínis e maquiagem reluzente em uma história com começo, meio e fim que envolve e nos faz esperar pelo verão.
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MENÇÃO HONROSA: ISABELA CAPETO
Isabela Capeto está de volta depois de cinco anos sem desfilar, e seu retorno nos faz lembrar do valor do trabalho artesanal primoroso, com riqueza de detalhes confeccionados minuciosamente e sem pressa. Mais do que as roupas inspiradas no mar das praias do Rio e criadas simbolicamente como uma oferenda a Iemanjá, a apresentação da estilista coloca em evidência o olhar sobre o slow fashion e a reflexão a respeito da velocidade versus qualidade; da identidade versus massificação de estilo.