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    FFW Live: confira o que rolou na live com Alexandre Herchcovitch
    Alexandre Herchcovitch / Fotos Jeff Dias / Cortesia
    FFW Live: confira o que rolou na live com Alexandre Herchcovitch
    POR Redação

    Ontem o FFW fez sua primeira live e o convidado foi o estilista Alexandre Herchcovitch, que conversou com a editora Camila Yahn. As lives do FFW irão acontecer por tempo indeterminado sempre às segundas, quartas e sextas, às 17h.

    Leia abaixo a conversa e as opiniões do estilista sobre o impacto do covid-19 no mercado de moda:

    Quais impactos sua empresa já começou a sentir?

    Logo quando mudamos o formato do desfile da À La Garçonne, que ia acontecer no formato formal e rapidamente mudamos para um formato sem público. Começamos a tomar medidas há duas semanas e meia e sentimos que alguma cisa ia mudar – e mudar profundamente. E não só agora, mas mudar o hábito pra sempre. Tomamos medidas em relação aos profissionais da loja. Fechamos a operação temporariamente e continuamos atendendo as vendas na Farfetch, que é nosso meio de venda online hoje. E na fábrica a gente trabalha em 30 pessoas divididas em quatro andares. Na primeira semana fizemos um escalonamento de trabalho, mas depois fechamos completamente e antecipamos as férias de todos os funcionários.

    Você tem conversado com colegas do mercado, trocado ideias sobre esse momento? 

    Falo com vários amigos que trabalham com moda e estamos trocando informações e sabemos que as pessoas não estão produzindo. Quem confecciona não está confeccionando. Também não sabemos se vamos voltar dia 13 ou se a quarentena vai ser estendida. Mas temos que pensar fora da determinação, ver o que pode acontecer presencialmente e remotamente. Costura, por exemplo, é presencial e nem todas as costureiras tem o maquinário em casa pra fazer as roupas. Existem questões jurídicas do trabalho em casa, são muitas questões. E fora que tem empresas com cenários muito piores do que eu tô falando. Há empresas que não vão aguentar um ou dois meses pagando salário sem ter venda.

    Qual o seu grau de confiança na capacidade da sua empresa se recuperar dos impactos?

    Nós não temos muitas reservas. Acredito que vamos conseguir recuperar se fizermos vendas. Só vamos recuperar se tiver vendas. Algumas das minhas consultorias foram terminadas, alguns trabalhos foram interrompidos temporariamente… É um período muito delicado.

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    O que você espera do seu governo de apoio a pequenas e medidas empresas?

    Olha, é muito complexo. Em todas as crises pelas quais passamos, nunca esperei essa ajuda, sempre me virei com o trabalho que eu podia fazer. Quando a gente ouve sobre o crédito para as empresas, dos bancos pagarem diretamente os salários, não são todos os bancos que ainda estão prontos e não é algo simples. E os dias vão passando, as contas vão chegando e as pessoas querem receber o salário delas.

    Comprar moda virou um termo sujo pós corona porque, naturalmente, as necessidades principais vêm em primeiro lugar. Mas tem essa questão de que, se você não vender, você fecha. Tá todo mundo tentando achar um discurso mais lúdico para falar com seu público, mas todos estão extremamente preocupados.

    Tenho acompanhado muitas marcas direto no Instagram pra entender o que está acontecendo nessas marcas. Areal é que se não entrar dinheiro, as pessoas não podem pagar seus funcionários. Agora estão acontecendo compras e vendas de oportunidade. Se voce fizer uma boa liquidação, as pessoas vão aproveitar. Precisamos aproveitar uma solução oportunista no bom sentido. No meu caso, não tem outro jeito. Tenho que vender pra pagar os meus gastos do dia a dia.

    Mesmo porque tem uma cadeia grande que vem a partir da marca e milhares de pessoas dependem da venda do produto.

    É muito bonito pensar uma maneira lúdica pra falar que tem que vender, mas a verdade é essa mesmo. Não tô falando que tem que produzir. Tem que vender. Produzir é criar aglomeração de pessoas. Essa quarentena talvez dure muito tempo.

    Um leitor que trabalha numa pequena marca no Bom Retiro quer saber o acontecerá pós-covid-19.  

    É o momento pra gente pensar sobre os produtos que estamos fazendo, refletir se as pessoas vão mudar a maneira que consomem, o tipo de produto… Agora temos tempo pra refletir e precisamos pensar no futuro, no que vai acontecer daqui seis, oito meses quando isso passar. Ninguém tem essa resposta ainda.

    Você pode deixar uma mensagem pros jovens e pessoas que acabaram de abrir marcas? Muita gente sente que seus negócios estavam encaminhados, em uma curva positiva e de repente, para tudo.

    Quem está começando ainda vai ter esse momento como algo que não vai passar imperceptível na criação de uma nova marca. Vai sair dessa com a sensação de que aprendeu muitas coisas e também o que é essencial, o que as pessoas precisam. A moda tem o seu papel e o seu valor pra cada um que a consome. Mas esse momento vai servir como um grande aprendizado, tanto pra venda quanto pra criação de produto. É um momento pra refletir. Uma coisa é certa: hoje todo o dinheiro que tá entrando vai direto pra folha de pagamento. As pessoas não estão pensando no lucro agora, estão pensando em sobreviver.

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