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    Fones da discórdia: artista colombiana Adriana Duque acusa Dolce & Gabbana de apropriação indevida
    Fones da discórdia: artista colombiana Adriana Duque acusa Dolce & Gabbana de apropriação indevida
    POR Redação
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    À esquerda, detalhe dos fones de ouvido desfilados pela Dolce & Gabbana; à direita, obra de Adriana Duque de 2011 ©Agência Fotosite e Reprodução

    Quando a Dolce & Gabbana apresentou, no domingo (01.03), sua coleção para o Inverno 2016 em Milão, grande parte do público que acompanha os desfiles morreu de amores pelos fones de ouvido que faziam as vezes de tiaras cravejadas. Mas as pessoas que também acompanham o mundo das artes ficaram intrigadas: teriam as peças sido feitas em parceria com a artista colombiana Adriana Duque, que em 2011 lançou uma série de fotografias em que crianças usam fones inspirados em coroas renascentistas?

    A resposta é não, não se tratava de uma parceria. De acordo com o advogado de Adriana no Brasil, Pedro Fida, “a artista nunca foi consultada a respeito e tampouco [foi] procurada pela D&G para autorizar tal apropriação”. Ele informou que as medidas jurídicas que serão adotadas em relação à “apropriação indevida (e sem autorização)” ainda estão em análise, mas podem incluir uma ação judicial. Segundo o advogado, há evidências de que as obras de Adriana Duque inspiraram itens da nova coleção de inverno da D&G.

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    À esquerda, detalhe dos fones de ouvido desfilados pela Dolce & Gabbana; à direita, obra de Adriana Duque de 2014 ©Agência Fotosite e Reprodução

    A artista lançou em 2011 a série “Icons” (“Iconos” no Brasil) de fotografias de crianças vestidas como em pinturas do Renascimento, mas usando fones mimetizados de coroas e tiaras usadas na época. A peça em questão foi desenvolvida por Adriana e é o elemento-chave de sua obra, representando a inserção de um símbolo da contemporaneidade. No ano passado, a artista lançou a série “Icons II” (“Iconos II”), uma continuidade do trabalho anterior.

    A artista conversou com o FFW por e-mail. Confira abaixo os principais trechos.

    A assessoria de imprensa da Dolce & Gabbana no Brasil foi procurada e não se manifestou sobre a questão, apenas informando que não existe um comunicado oficial sobre o assunto.

    Fale sobre a importância dos fones-coroas em seu trabalho. O que eles representam?

    Eu desenhei em 2011 os “fones-coroas” para a série “Iconos”. Eles são os elementos essenciais, a alma da série “Iconos”, bem como a série “Iconos II” (que eu apresentei em São Paulo na galeria Zipper no ano passado). Meus “fones-coroas” representam a expressão de uma nova iconografia contemporânea relacionada ao isolamento, mas com a evocação das pinturas do início do Renascimento. Para criar esse conceito, eu verifiquei as coroas usadas pela realeza no século 16, depois de um longo período de pesquisa e experimentação de várias formas de coroas para a minha série “Iconos”, finalmente eu pensei que poderia fazer um híbrido incrível e sem precedentes dessas coroas renascentistas com um elemento tecnológico claramente contemporâneo: fones de ouvido. Então, depois de meses de execução de várias formas de “construir” com minhas próprias mãos este elemento icônico, eu finalmente desenhei meu primeiro fone-coroa!!! Fiquei encantada com a beleza e expressividade que esse acessório (criado por mim) dava às minhas princesinhas e então eu continuei a construir a minha coleção de fones-coroas com lindas variações. O resultado foi uma série de fotografias cheias de beleza e sofisticação que correram o mundo, que foram colecionadas por colecionadores de arte no mundo todo e que foram amadas e elogiadas pelo melhor público do mundo: o Brasil.

    Você já participou da SP-Arte e sua obra está na galeria Zipper. Fale sobre sua relação com o Brasil.

    Minha primeira participação na SP-Arte foi em 2011, precisamente com meus primeiros trabalhos da série “Iconos”.  Desde então, minha relação com o Brasil e o mundo brasileiro das artes se tornou algo maravilhoso, especialmente por todo o amor e a aceitação que recebi nesse país. Tenho muitos amigos em São Paulo e até consegui um visto de permanência, porque eu gosto de passar longos períodos lá. O Brasil é agora minha segunda casa e é possível que em alguns anos eu venha a morar permanentemente em São Paulo. Sou representada pela galeria Zipper em todo o território brasileiro, e a experiência de trabalhar com ela tem sido muito positiva.

    Clique na galeria para ver imagens do desfile da Dolce & Gabbana Inverno 2016 e fotografias de Adriana Duque das séries “Iconos” e “Iconos II”.

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