O estilista Giorgio Armani anunciou na quarta (22.03) que não usará mais peles naturais em suas marcas. A mudança já acontece a partir das próximas coleções, masculina e de alta-costura, que serão desfiladas em meados de julho, em Milão e Paris.
“Tenho o prazer de anunciar que o grupo Armani está comprometido em abolir o uso de peles de suas coleções”. “O progresso tecnológico agora nos permite utilizar alternativas que evitam as práticas cruéis com animais”, diz Giorgio.
A Armani, famosa pelas peças com pele usadas principalmente nas linhas Giorgio Armani e na de couture Armani Privé, é uma das poucas marcas de luxo até o momento que decidiram banir de vez as peles. No caminho contrário, estilistas como Stella McCartney há tempos não usam nem couros naturais em suas roupas e acessórios, preferindo alternativas feitas com tecnologias caras e ecologicamente responsáveis, muitas desenvolvidas pela própria marca.
Para pôr o projeto em prática, a Armani trabalhou com a ONG “Fur Free Alliance”, que visa erradicar o comércio de peles no mundo. “O anúncio da Armani torna claro que marcas e consumidores podem ter liberdade criativa sem precisar de crueldade com os animais”, disse o Jon Vinding, CEO da ONG.
A relação entre a indústria da moda e as organizações de proteção aos animais nunca foi muito amistosa; Anna Wintour, apaixonada confessa pelas peles, já foi alvo de diversas ações de ativistas da causa, uma delas inclusive rendendo uma torta na cara em plena semana de moda de Paris, em 2005. A sede da Condé Nast em Nova York recebe protestos de ativistas praticamente todos os anos. Em 2002, a top Gisele Bündchen também foi atacada durante desfile da Victoria’s Secret por ativistas a favor dos animais.
A decisão de Armani é muito importante e deve puxar outros estilistas a tomarem o mesmo caminho.