O inverno 2010 coloca em jogo uma feminilidade mais adulta. Foco numa mulher crescida, dona do próprio nariz e segura de seu corpo – tipo o casting da Prada ou Louis Vuitton. Quadris acentuados, cintura marcada, seios evidentes. Pela primeira vez em muitos anos, a palavra “amadurecida” é usada na moda sem ter uma conotação necessariamente negativa.
Looks de Giambatista Valli, Giles, Prada, Louis Vuitton e Rochas: a nova mulher é madura © firstVIEW
Grifes como Dolce & Gabbana, Giles, Giambatista Valli e Rochas engrossam o coro: todas apostaram no visual ampulheta (super 1950s), casacos com cintura marcada e barra ampla, casaquetos de tweed em corte quadrado, vestidos com saias rodadas, calças de alfaiataria levemente secas, twinsets e tricôs ajustados ao corpo e, principalmente, saias godês – muitas saias godês!
As referências saem lá do final dos anos 1950 e começo dos 60. Antes de Mary Quant e André Courrèges revolucionarem o planeta moda com sua pegada ultrajovem e, também, antes do fast fashion dar seus primeiros sinais de vida. Também não podemos deixar de citar a influência do sucesso da série de TV americana “Mad Men”, de filmes como “Direito de Amar” e até da exposição sobre a musa da temporada, Grace Kelly, no Victoria & Albert Museum, em Londres.
Cena do seriado “Mad Men”: uma das maiores audiências nos EUA contribui para a disseminação da nova estética na moda © Divulgação
Como elementos principais, as peças de apelo clássico, atemporal, que favorecem as formas do corpo feminino e atestam a retomada de valores tradicionais. É como se a moda agora não se valesse mais das “tendencinhas”, e sim de roupas de verdade, que sintetizam o espírito da temporada: a busca pela praticidade, elegância e sofisticação.