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Helô Rocha, da Têca: "Eu tento trazer o regional para o universal"

26.03.2012 / Moda / por FFW

Helô Rocha, da Têca ©Juliana Knobel/FFW

Com sua moda autoral e extremamente feminina, a Têca conquistou uma legião de seguidoras em São Paulo e Natal, únicas cidades onde ela tem lojas próprias. Helô Rocha, designer e proprietária da marca, herdeira da Riachuelo e irmã da cantora Roberta Sá, abriu as portas de seu novo espaço comercial em São Paulo, dedicado à reunião de elementos que fazem parte de seu universo criativo, que além da moda abrange decoração e arte, para conversar com o FFW. Em meio às roupas e às lindas peças de mobiliário coletadas em diversas viagens, a estilista falou sobre o início de sua carreira, a concorrência com as varejistas internacionais e a vontade de desfilar no SPFW. Confira na entrevista abaixo:

O interesse por moda, a saída de Natal e a criação da Têca

Minha família trabalha com moda e desde pequena sempre convivi neste universo, então era uma coisa natural pra mim. Eu já sabia que ia trabalhar com isso, não sabia exatamente em que área, se ia trabalhar no marketing, fazer styling, mas eu sabia que ia trabalhar com moda de alguma forma.

Eu sempre tive apartamento em São Paulo, porque tem uma parte da minha família que mora aqui, então São Paulo nunca foi um lugar estranho. Sempre vim passar férias aqui porque tenho primos, tios… e quando fui fazer faculdade já era uma coisa automática, eu já sabia que vinha pra cá, que iria morar em Natal com a minha mãe até terminar o colegial e viria morar aqui, era uma coisa que já estava programada desde a minha infância, quase. E aí eu vim e fui fazer Santa Marcelina, dentre as opções era a que eu queria fazer. Quando terminei a faculdade, a minha coordenadora, a Raquel [Valente Fulchiron], falou: “Helô, por que você não monta a sua marca em vez de trabalhar para outras pessoas? Você já vai aprender fazendo”. Eu não sei se isso foi uma coisa boa ou ruim, mas eu segui o conselho dela. Logo em seguida chamei uma amiga que estava se formando comigo pra ser minha assistente, então a gente montou a Têca.

Têca era o nome da minha avó e no meu trabalho de graduação, que se chamava “Diário de Têca”, eu criei um personagem em cima do que era a minha avó. Na época da minha avó tinha uma base área americana em Natal e eu já fiz até duas coleções em cima desse tema, que é meio que a história da Têca… então eu fiz esse trabalho de formatura e me dei super bem e, quando fui montar a marca, eu não queria colocar o meu nome, mas queria que fosse algo que viesse de mim, que eu não fosse enjoar. Então tinha que ser uma coisa de dentro pra fora e não de fora pra dentro, de olhar algo na rua e pensar: “Ah, esse nome é legal”. Foi assim que surgiu a Têca.

Eu achei essa casinha [onde a loja foi reinaugurada, na Alameda Franca, 1.342] e, no início, eu morava aqui em cima e tinha a loja em baixo. Depois as coisas foram aumentando e eu transformei a parte de cima da casa em atelier e a parte de baixo ficou sendo loja até eu abrir na Rua Oscar Freire. A loja na Oscar Freire foi uma coisa ótima porque lá é uma vitrine pro Brasil, mas eu não sentia que era a cara da Têca. Quando eu abri a loja de Natal, ano passado, com características girly e de juntar moda, decoração e arte, eu pensei que a loja de São Paulo também tinha que ser do mesmo jeito… a loja daqui era uma loja que simplesmente vendia a coleção atual da Têca e ponto. E eu acho que o meu universo criativo é muito maior que ficar somente na moda, isso eu sentia muito forte, eu queria criar muitas coisas, desejava muito mais que somente moda, então comecei a procurar uma casa nos Jardins [bairro de São Paulo] que tivesse essas características que eu tanto buscava. Essa casa na Alameda Franca continuava sendo atelier e escritório e, depois de muito procurar e não gostar o suficiente de nada me deu um estalo, decidi voltar pra casa onde tudo começou, para as origens da Têca.

Entrada da nova loja da Têca, nos Jardins ©Juliana Knobel/FFW

Dificuldades de ser uma jovem designer e a moda como comércio

Eu não sei se dificuldade é a palavra, porque você tem que fazer uma coisa que as pessoas desejem, moda é isso, não importa a idade ou a experiência que você tenha, se você faz algo que as pessoas desejam você está cumprindo o seu papel. Se você faz algo que é uma viagem da sua cabeça e que ninguém quer comprar, realmente você não está cumprindo… vá virar artista plástico ou qualquer outra coisa, mas moda é comércio, não tem escapatória, você tem que fazer uma coisa autoral, mas com o pé no chão de que aquilo tem que ser vendido. Acho que, na realidade, nem artista plástico tem liberdade total, porque, se a obra dele não for vendida, ele vai viver de quê? Então acho que o comércio tem que estar sempre “linkado” com a sua criação, a experiência é lógico que ajuda a entender isso, a compreender o processo, saber o que as pessoas vão comprar mais e entender a sua própria marca e quem é o seu público alvo, mas acho que independe de ser jovem estilista ou não. Tem tantos jovens estilistas que “bombam” em um ano, mas que aquilo é talento puro, ele consegue captar o que as pessoas querem e esse é o papel do estilista. É fundamental saber antes o que você quer usar, eu tenho que entender o que as outras pessoas querem antes delas mesmo perceberem que querem.

Referências nordestinas

Eu tento trazer o regional para o universal. Acho que isso é primordial, caso contrário você vai ao centro de turismo e compra. Eu uso muito matérias-primas e trabalhos artesanais, mas tentando trazer pro meu universo. Se pego uma renda, não é aquela renda do jeito que você encontra de qualquer forma. É muita pesquisa de trabalhos manuais, já trabalhei muito com madeira talhada, renda, palha… uma série de coisas que você encontra [no Nordeste], mas que quer fazer interferências pra ficar do seu jeito.

Detalhe do lustre da nova loja da Têca ©Juliana Knobel/FFW

Ligação com a Riachuelo

É familiar. São minha família, meus primos, meus tios, mas eu não tenho nenhuma ligação de negócios, por enquanto.

Fashion Rio – a entrada da Têca no evento e a ausência na edição de Inverno 2012

O Fashion Rio eu fazia desde a época da Heloísa. Eu fiz sete ou oito edições e parei uma porque já não estava tão satisfeita, foi justamente na transição do Paulo [Borges], que me convidou a voltar pro Fashion Rio. Eu voltei, mas como estava abrindo a loja de Natal e com esse projeto da Têca Home, eu foquei muito nisso e não desfilei na edição de Inverno 2012. Eu amo desfile, é a hora que eu mais me encontro como criadora, são 10 minutos que você tem um super trabalho, mas que você mostra o seu trabalho pro mundo e dá a sua cara pra bater, mas a minha vontade é vir desfilar em São Paulo. A verdade é essa, eu queria vir pra São Paulo porque eu não tenho loja no Rio de Janeiro e minha marca é de São Paulo, assim como as minhas clientes. O meu foco ainda é São Paulo, eu posso voltar a desfilar no Rio, mas por enquanto eu estou em conversações, porque queria vir pra São Paulo, é uma questão mercadológica. Eu estou aqui [em São Paulo] desde 2005 e já criei uma história com a cidade, mesmo eu sendo nordestina todo mundo sabe que a Têca é de São Paulo, e não do Rio.

Looks do desfile de Verão 2012 da Têca ©Reprodução

A relação com a crítica de moda

Eu leio e levo em consideração. Sou virginiana e sou supercrítica, critico mais a mim que qualquer pessoa, antes de alguém criticar eu já critiquei a mim mesma milhões de vezes. Mas, graças a Deus, até hoje 95% das críticas a mim foram positivas, então eu nem sei como eu lidaria com uma crítica meganegativa. Até hoje eu tive boas críticas.

Inspirações e universo criativo

Eu não consigo ficar só na moda, vou sempre pra arte, pra decoração, pra outros segmentos diretamente, sem nem eu pensar. Se eu estiver criando uma coleção eu sempre penso: “Ah, essa estampa ficaria linda em uma camiseta, mas também ficaria incrível em uma almofada”. Já é automático na minha cabeça. Mas eu amo TV e cinema, são minhas principais inspirações. Fora isso, artistas plásticos, mas é uma coisa de vontade. Às vezes eu estou com vontade de trabalhar um determinado shape…é muito variado, não tem planejamento.

Croqui desenhado por Helô Rocha ©Juliana Knobel/FFW

Relação com a música e com as celebridades

A minha irmã [Roberta Sá] é cantora, então veio naturalmente, não tinha como evitar a ligação, mas [das celebridades] eu conheci primeiro a Preta [Gil] que eu encontrei no Ritz quando estava abrindo a minha marca, chamei pra ela vir conhecer e ela veio. Ela já conhecia a Roberta, e foi uma conexão imediata. As coisas foram acontecendo super naturalmente, acho que nordestino tem muito isso de abrir a casa, a vida e ficar amigo de cara e acho que isso facilita. Essas pessoas [celebridades] são tão bajuladas que quando aparece alguém natural, a coisa flui.

Concorrência com marcas internacionais

Produzir no Brasil ainda é muito caro. Eu não sou uma grande marca, então eu não consigo produzir na China. Todas essas grifes que chegam, como vai vir a Topshop e já tem a Zara, têm uma moda rápida e um preço competitivo. Todos esses que chegam ao Brasil utilizam mão de obra barata, então é lógico que vai chegar barato. Esse é um dos pontos que me fazem pensar em outros caminhos para o meu universo criativo não ficar só na moda. Fora isso, acho que você tem que fazer uma moda autoral e que utilize o que o Brasil tem de especial, não copiar marcas de fora, caso contrário você tem um preço similar, mas não está dando nada de diferente pro seu cliente. Eu acho que quando as pessoas batem o olho nas nossas roupas veem de cara que é da Têca e isso é fundamental, o que você não consegue enxergar em uma Topshop, que tem de tudo.

Peças à espera de modificação, no escritório da Têca ©Juliana Knobel/FFW

Internet e redes sociais

Eu sou super viciada! Instagram, hoje em dia, é o meu maior vício. Eu esqueci Facebook, Twitter, adoro o Instagram porque é imagem! Todo estilista e artista plástico tem a vida muito ligada à imagem, então ter uma rede social em cima de imagem pra mim é viciante.

+ Entrevista com a estilista Juliana Jabour
+ Entrevista com Dudu Bertholini e Rita Comparato 

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