Look do desfile masculino da Burberry Inverno 2014; a marca mostrou um inverno mais leve e acolhedor, com lenços estampados de seda, tons outonais e a série final, com mantos jogados nos ombros ©Imaxtree
Enquanto muitos brasileiros ainda estão voltando de suas férias para começar “oficialmente” o ano nesta segunda, no Hemisfério Norte o dia 06 de janeiro marcou o início das temporadas de moda de 2014. Começou com a London Collections: Men, a semana de moda masculina de Londres, que mostra os lançamentos do Inverno 2014/15. A temporada segue para Milão e termina em Paris no dia 19 de janeiro.
Londres é um caso atípico na moda masculina: sua semana reúne desde novos talentos que ainda estão se estruturando, como Katie Eary, aos grandes nomes comerciais, como Topshop, passando pelo grupo de alfaiates da tradicional Savile Row, pelos estilistas autoriais e já conhecidos, como Christopher Kane e J.W. Anderson, e culminando nos desfiles de grifes consagradas como Tom Ford, Alexander McQueen e Burberry, que são quem, na verdade, sustentam um interesse maior pela semana.
Um dos problemas atuais que Londres enfrenta é a colisão com as datas da Pitti Uomo, principal feira masculina que acontece em Florença de 7 a 10 de janeiro. Os profissionais da moda (estilistas, stylists, editores, compradores) também têm muito interesse na feira e têm que se dividir entre os dois eventos. O risco é que eles priorizem marcas como Tom Ford e Burberry e deixem de lado os novos nomes, aqueles que realmente precisam da atenção da imprensa para alavancar o seu negócio.
As duas partes estão conversando, mas ainda não chegaram a uma conclusão. Rafaello Napoleoni, CEO da Pitti, disse ao “WWD”: “As datas como estão hoje não oferecem um bom serviço. Temos que pensar nisso com inteligência para ajudar o sistema e estamos conversando com Londres para fixar uma data boa para os dois lados.” A feira está alugando um avião para levar jornalistas e compradores para Florença após o desfile da Burberry, no dia 8.
Para compradores de lojas como Saks e Bloomingdale’s, a cobertura dos dois eventos nas mesmas datas não é tão fácil. “Nós iremos começar em Londres e depois nos dividir e ver o que dá para aproveitar”, diz Kevin Karter, VP da divisão masculina da Bloomingdale’s.
Há também a questão do business. As coleções são mostradas em Londres, mas as vendas aos lojistas ocorrem somente ao final da temporada, em Paris. No line-up há muitas marcas de vanguarda e outras clássicas. “Precisamos encontrar o elemento comercial no meio disso”, diz Erik Jennings, da Saks. Por enquanto, a marca que mais rende para os compradores é a Burberry e é esse filão de grifes lucrativas que é necessário desenvolver em Londres.
Com as datas tão no início do ano, são as marcas menores que mais sofrem, sem Natal ou Ano Novo, aflitas para que os serviços que encomendaram fiquem prontos a tempo. “É ótimo que abrimos a temporada, mas ao mesmo tempo torna a nossa agenda um caos. Gostaria que pudéssemos encorajar Milão e Paris a nos dar uns dias extra, mas não vejo isso acontecendo”, diz a jovem Katie Eary, que já trabalhou com Kanye West e fez uma coleção para a River Island. Muitos dos estilistas do calendário são graduados da Central Saint Martins e têm pouco tempo de mercado. O que por outro lado, estão constantemente injetando energia nova na moda e mantendo o status de vanguarda, novidade e rebeldia que sempre coube a Londres.
Abaixo, os links para você ver ou rever os principais desfiles da semana de moda masculina de Londres, que, nesta estação, mostrou um equilíbrio entre coleções mais autorais e de nicho com outras com viés mais comercial, um desejo antigo dos compradores das grandes lojas multimarcas.
Lou Dalton
Orlebar Brown
Topman Design
Matthew Miller
Jonathan Saunders
Fashion East
Richard Nicoll
J.W. Anderson
Christopher Raeburn
Margareth Howell
Christopher Kane
James Long
Nicole Farhi
Hackett London
Alexander McQueen
Paul Smith
Pringle of Scotland
Tom Ford
Oliver Spencer
Katie Eary
Burberry Prorsum
McQueen