John Galliano é o novo diretor criativo da Maison Martin Margiela ©Patrick Demarchelier/Reprodução
Breaking news! Após alguns rumores (desmentidos por ambas as partes), está confirmado o retorno de John Galliano à moda como diretor criativo da Maison Martin Margiela.
“Margiela está pronta para uma nova alma carismática e criativa. John Galliano é um dos maiores talentos de todos os tempos. Um costureiro único e excepcional que sempre desafiou e inovou o mundo da moda. Eu espero por seu retorno para voltar a criar aquele sonho de moda que apenas ele sabe criar e desejo que, aqui, ele encontre sua nova casa”, diz Renzo Rosso, dono da Only The Brave, que controla a Margiela.
Galliano, 53, esteve à margem da indústria desde 2011, quando foi demitido da Dior e da grife que leva seu nome. Desde então, passa por tratamentos e tem dado entrevistas esporádicas a revistas e programas de TV em que mostra estar pronto para enfrentar um novo desafio.
Na Margiela, Galliano vai cuidar das coleções feminina e masculina de prêt-à-porter e da Alta-Costura. Seu primeiro desfile como diretor criativo é esperado já para janeiro na semana de Couture.
Para a Margiela é uma mudança e tanto. A vida toda, seu fundador, o Martin Margiela em si, foi um recluso da moda e nós pouco ficávamos sabendo sobre ele, mal víamos seu rosto. Essa atitude ia ao encontro do minimalismo conceitual proposto pela marca. Em 2009, ele saiu da empresa e a direção criativa passou a ser assinada pelo time da casa; mais uma vez um cargo sem um rosto.
Já Galliano tem uma história oposta. Ele foi (é) um dos maiores românticos da moda, com dom para o teatro, para o drama, para o absurdo. Sob sua visão, a Dior realizou desfiles históricos em que o céu era o único limite com as coleções exuberantes, exageradas e riquíssimas (e caríssimas) criadas por Galliano. Com Alexander McQueen, formava uma dupla que levava a moda a outras alturas e loucuras. Após sua saída da Dior e a morte de McQueen, e ainda o advento do fast fashion, a moda passou a ser mais rápida, mais comercial, menos sonhadora.
Isso faz de John uma escolha nada óbvia para a Margiela. Renzo Rosso consegue ver esse encaixe acontecer de forma a beneficiar a Margiela. “Ele é um visionário que dará significado ao legado iconoclasta da Margiela e um novo impulso ao seu futuro.”
Certamente, a MMM vai passar a receber ainda mais atenção e este já é o desfile mais aguardado para as próximas temporadas de Couture e do Inverno 2015/16, em março, em Paris. Vamos ver qual será a proposta de John para a marca belga.