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    Jovens empreendedores: o sucesso por trás do #Instamission
    Jovens empreendedores: o sucesso por trás do #Instamission
    POR Camila Yahn

    Daniela Arrais (@daniarrais) e Luiza Voll (@luizavoll), as idealizadoras do Instamission ©Juliana Knobel/FFW

    Esta é a segunda edição da seção do FFW sobre Jovens Empreendedores. Desta vez, a história de sucesso é o Instamission, uma espécie de comunidade dentro do aplicativo Instagram, que vai muito além da fotografia.

    Luiza Voll, mineira, publicitária e Daniela Arrais, jornalista nascida em Recife, ambas de 28 anos, criaram há um ano um projeto pessoal sem intuito comercial, que se baseava em uma pergunta: O que deixa o seu dia mais feliz? A partir daí, todas as semanas, o Instamission lança uma missão temática: sorrisos, festas, cachorros, saudade, chão e cenas de filme são alguns dos temas das 60 missões que o Instamission já deu aos seus 10 mil seguidores.

    Com missões que chegam a 4 mil participações, umas premiadas, outras só pela diversão, o Instamission nasceu de uma vontade de duas amigas de fazer uma coisa mais divertida dentro do aplicativo que já estavam usando sem parar.

    Confira a entrevista com as meninas e entenda a razão de tanto sucesso:

    Como surgiu a ideia do projeto?

    Luiza: A gente se encontrava sempre e surgiu a ideia de criarmos uma empresa juntas. Começou mais ou menos assim: a gente pensou que poderia colaborar muito para pessoas que queriam estar na internet, mas ainda não sabiam como. A Fernanda Resende, da Oficina de Estilo, tem um papel muito importante, porque a gente estava ainda pensando, mas a coisa não andava e ela falou “eu contrato vocês. Vocês têm que fazer alguma coisa para mim”.

    Daniela: Esse foi o primeiro trabalho: criar a a estrutura desse site novo e o conteúdo institucional. Depois que fizemos esse trabalho para o Oficina de Estilo, elas começaram a nos indicar para um monte de gente. E continuamos a trabalhar nessa linha, reformulando a presença na internet de pessoas com um potencial enorme que na hora que você abria os sites delas, não transparecia. Fundamos uma empresa, a Contente.

    Luiza: Ficamos mais ou menos um ano fazendo isso e estava muito legal só que demandando muito, porque temos que trabalhar sempre com fornecedores e isso estava atrapalhando. A gente tem uma característica que é a de um trabalho muito autoral. Então começamos a pensar que a nossa empresa deveria ser mais do que uma empresa web, deveria ser uma coisa de projetos pessoais. Na época nós estávamos usando muito o Instagram. Desse pensamento até o Instamission acho que não deu nem uma semana.

    A primeira missão do Instamission e uma das participações ©Reprodução/©debcotrim

    De quem partiu a ideia do Instamission?

    Daniela: A ideia foi muito de nós duas. Pensamos: como podemos usar o Instagram de um jeito legal? E surgiu a ideia de fazer missões semanais, escolher um tema por semana e convidar as pessoas para fotografarem sobre aquele mesmo tema. E aí, numa sexta-feira a gente decidiu lançar. Eram onze da noite. E a surpresa foi muito grande. No sábado de manhã vimos que um monte de gente começou a postar. A missão era “Fotografe um Sorriso”, e aí todo o mundo na rua, com amigo, namorado, família postando. Foi muito rápido.

    E como as marcas começaram a procurar vocês?

    Daniela: Começamos a fazer uma missão atrás da outra, até que chegou o momento em que uma marca procurou a gente. Nunca havíamos pensado em um modelo de negócio. Era só um projeto para a gente curtir ainda mais essa ferramenta.

    Luiza: Em um primeiro momento pensamos que seria legal dar prêmios, só que esse projeto não tinha um drive econômico, de lucro, era uma coisa muito pessoal, com um rigor muito pessoal. A gente nunca abriria mão de transformar ele em outra coisa para ganhar dinheiro. Daí aconteceu.

    Daniela: Foi muito inesperado. Eles perguntaram: “Quanto é que vocês cobram para fazer o Instamission?”. Daí a gente falou: “Então, a gente vai analisar e manda uma proposta para vocês”. Só para dar mais tempo para pensar, porque a gente não sabia, não fazia ideia! (risos) O tema da primeira missão patrocinada foi muito legal, “Fotografe uma cena digna de um filme”, para a LG, em junho do ano passado.

    Como funciona uma missão patrocinada?

    Luiza: Recebemos um valor fixo e a empresa ainda fica responsável pelo prêmio da melhor missão. Já tivemos prêmios simbólicos ou maiores, como no caso da LG, que deu uma super TV, que custava quase uns R$ 3 mil. Para o cliente, é quase como se fosse um investimento em mídia. Quando a gente vende o pacote, incluímos a missão e a divulgação em determinados canais: Facebook, Twitter, e o próprio Instagram. Já fizemos missões com a Coca-cola, hotéis Mercure, banco Itaú, Mary Kay Brasil, Apogeu Investimentos, Cine Joia e LG.

    Uma das fotos concorrentes ao almoço no D.O.M ©dudabuarque/Reprodução

    São vocês que divulgam a missão?

    Daniela: Sim, e deixamos bem claro que é uma missão patrocinada por uma marca. Brincamos que no começo a gente sofreu um bocado de bullying. As pessoas falavam que o Instamission tinha se vendido, que já não era a mesma coisa, que gostavam mais quando era o Instamission independente… Assustou um pouco. Porque é isso, na internet, é muito rápido. Você coloca um projeto com a sua cara, você tem que se sujeitar às críticas também. Para fazer missão patrocinada, a gente tem que amarrar muito certinho a missão inteira. O tema, a divulgação, o prêmio em si… Tem que ter a nossa cara.

    Luiza: A missão patrocinada é uma forma de premiar as pessoas e elas gostam disso. A gente foi analisar as participações e as missões patrocinadas são aquelas que têm mais cliques mesmo. Por mais que tenha às vezes cinco pessoas comentando alguma coisa negativa, a maioria das pessoas curte. O objetivo final do Instamission não é dinheiro. E acho até que foi muito por isso que ele começou a dar dinheiro. (risos) A gente quase não prospecta. Prospectamos até hoje missões com personalidades, por exemplo, com o chef Alex Atala. Ele usava muito o Instagram e a gente queria dar esse prêmio, a possibilidade de ir conhecer o D.O.M.

    O Instamission fez um ano agora…

    Daniela: Fizemos um vídeo para marcar esse um ano porque o nosso projeto vai além da fotografia mesmo. As pessoas se conhecem através do Instamission, elas começam a conversar, se encontram numa festa ou num bar… tem sempre alguma história que chega pra gente de um encontro por causa do Instamission. E nós achamos isso tão bonito que quisemos mostrar.

    E quando o projeto explodiu de fato?

    Luiza: Na primeira semana saímos na “Criativa”, depois no Catraca Livre. Então foi uma bola de neve. O Instamission já apareceu até no Jornal Nacional.

    Daniela: Foi em julho do ano passado. A gente foi conversar com o pessoal do FILE (Feira Internacional de Linguagem Eletrônica). Seria legal levar o Instamission para um lugar físico,  pensamos em fazer uma exposição.

    Luiza: Era um cenário que a gente queria entrar. Foi o criador do FILE que conversou com a gente direto, que deu um apoio, desafiou a gente e perguntou: “E aí, como vai ser a instalação?”. No fim, criamos uma instalação no Conjunto Nacional. Durante uma semana, passam 40 mil pessoas por dia.

    Daniela: O tema da instalação era “Invente um Sorriso”, baseada na primeira missão. Era um convite às pessoas que passassem por lá para serem fotografadas. As imagens que surgiam, ficavam passando no telão na vitrine da Livraria Cultura. O público era outro e tinha de tudo! Crianças, famílias, mendigos, estátuas vivas, músicos. Mais de duas mil pessoas tiraram fotos.

    Luiza:  Quando o Jornal Nacional foi fazer uma matéria sobre o FILE, escolheu o Instamission como exemplo.

    Um dos participantes na FILE no Conjunto Nacional ©Reprodução

    Qual foi o investimento inicial no Instamission?

    Luiza: O Instamission, em termos de investimento, foi zero. Zero, zero. Quando a gente começou a gastar dinheiro? Foi agora, que a gente decidiu fazer o site da empresa. Não temos lugar fixo de trabalho porque é tudo virtual, então já diminui o custo. O resto era os gastos com contador, a mensalidade e com design de logomarcas, tanto a da Contente como a do Instamission. Fora isso, nunca gastamos com assessoria de imprensa, nem com nada. Após um ano de Instamission e dois de empresa, achamos que estava na hora de investir um pouquinho e contratamos uma agência que vai cuidar da parte online dos nossos projetos e do site.

    Como as pessoas podem participar do Instamission?

    Luiza: Ele é só um perfil no Instagram, tem uma fan page no Facebook e um perfil no Twitter. Para participar, você só tem que seguir o perfil do Instamission no Instagram,  colocar #Instamission e o número da missão.

    Como é escolhido o vencedor?

    Luiza: Nas patrocinadas a gente combina assim: se são dez prêmios no final, a gente escolhe 20 ou 30 fotos, manda para o cliente e a decisão final é deles. Olhamos todas as fotos. Já chegamos a olhar mais de 4 mil fotos em uma missão. Eu mando a minha seleção para ela e ela para mim, cruzamos e chegamos em uma imagem final.

    Daniela: A gente já teve mais de 60 missões, já vimos muita foto e conhecemos o nosso público. Hoje a maneira como olhamos as fotos é diferente. A missão desta semana é “Fotografe Chão”. Temos mais de dois mil participantes já e ainda é segunda! Esta vai ser recorde. E não é patrocinada, não tem prêmio nenhum.

    Uma das participações da missão desta semana “Fotografe Chão” ©paulanersessian

    É possível viver só do Instamission?

    Daniela: Hoje sim, seria possível viver só do Instamission.

    Quanto tempo depois de ter começado?

    Luiza: Uns seis, oito meses. Hoje a gente poderia viver disso, mas queremos construir uma base de projetos maior. Sabemos que tem início, meio e fim. Já até imaginamos como vai ser o final e, por isso, temos que planejar nosso futuro.

    Daniela: A gente tá o tempo inteiro pensando e tendo ideias. Combina com o nosso espírito agora, ter várias ideias e fazer várias coisas ao mesmo tempo. Então não sei se seria da nossa natureza fazer só o Instamission.

    Luiza: Esse ano vamos lançar mais dois projetos, ainda nesse primeiro semestre.

    Por que deu tão certo?

    Luiza: No início, tudo o que inviabilizava, a gente cortava. Às vezes, temos ideias incríveis que ficam no ar porque não saem do planejamento. As pessoas pensam que precisam ter isso ou aquilo e nunca lançam suas ideias. Não é o nosso caso. 100% é inimigo do lançamento. Porque senão a gente faz coisas imaginárias, que ficam só na nossa cabeça. Deu certo até agora porque gostamos demais do que fazemos e faríamos mesmo sem ganhar dinheiro.

    Daniela: Outra coisa legal é que, com o acesso constante à Internet, a gente vê e recebe muitos links, muita informação e acaba ficando saturada. O Instagram e o Instamission vêm para alegrar. Tem muita gente que critica, que fala que é um mundo paralelo cor-de-rosa, de sorrisos e felicidade porque com os filtros qualquer foto fica incrível, mas eu gosto muito porque é uma maneira de ver através de amigos, como eles tão vendo o seu dia a dia. Dá alento. O Instamission é um convite para fazer uma coisa leve, alegre. Você tira uma foto, alguém curte e isso é legal.

    + Veja aqui Jovens Empreendedores: Scarf Me

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