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    Jovens empreendedores: os processos criativos e comerciais de Lívia Campos, fundadora da Beira
    Jovens empreendedores: os processos criativos e comerciais de Lívia Campos, fundadora da Beira
    POR Redação

    Por Guilherme Meneghetti 

    A moda sempre esteve latente na vida de Lívia Campos, 28, fundadora da carioca Beira. Sua avó materna foi costureira e modelista e uma figura importante para ela, que cresceu a observando curiosamente, sempre com admiração.

    Ao observar essa relação com a avó, seu pai dizia: “Você vai trabalhar com moda!”. Decidiu fazer faculdade de Desenho Industrial, já que os objetos sempre a fascinaram (em especial os móveis dos anos 1950 que seu pai colecionava), mas nos projetos da faculdade, Lívia sempre se voltava para a moda e, quando formada, percebeu que seria inevitável trabalhar na área.

    Assim, criou a Beira em 2014. Looks monocromáticos com modelagem ampla em tecidos como seda, algodão e seda ecológica formam a identidade da marca. Longe de se preocupar com gênero, seu foco está na parte interna da peça, nos cortes e detalhes, evocando a funcionalidade das roupas.

    ©Rafael Meliga

    ©Rafael Meliga

    Em pouco tempo já estava expondo suas roupas numa feira em Paris. Ela mesma foi dando as caras, arriscando e, ainda que tivesse insegurança ou medo muitas vezes, seguiu em frente mesmo assim: chegou a expor em Berlim, Copenhagen e Nova York. Já desfilou no Veste Rio e no SPFW através do Projeto Estufa. Embora ainda não tenha e-commerce nem loja física, suas peças são encontradas em multimarcas mundo afora: São Paulo, Tóquio, Ronne (Dinamarca), Verona, e a lista segue.

    Divertida, engraçada e dinâmica, conversamos com Lívia ao telefone, que nos contou como tudo aconteceu. Confira:

    Você sempre quis trabalhar com moda?

    Essa foi uma questão meio nebulosa pra mim. Eu sempre observava minha avó sentada na máquina costurando, achava muito legal, meio que a idolatrava – era uma figura muito importante pra mim. Ela morreu cedo e por isso nem cheguei aprender a costurar com ela. No entanto, todas as suas filhas aprenderam alguma coisa de costura; minha mãe sabe costurar, minha tia sabe costurar, todo mundo tem essa lembrança boa de costura. E acho que por eu gostar muito dela, de ir a casa dela, ver as revistas e essa coisa toda de moda, meu pai observava e falava: “ah, com certeza você vai fazer moda”.

    Então fui pra faculdade de Desenho Industrial e ao longo do curso, cheguei a fazer uma “mini” marca com uma amiga, o que fez com que a gente aparecesse em algumas revistas de moda – o caderno Ela, por exemplo.

    Você tem referências na moda, alguém em especial que te inspira?

    Eu não costumo olhar pra moda em si. Olho de curiosa e consumista. Não sou aquela pessoa que vai saber o que foi desfilado ou não, o que está em alta ou não. E talvez por isso não gostasse muito de moda, de estar “in” na moda. Eu acabo usando as roupas como veículo pra algum tipo de comunicação, mais pessoal mesmo. Prefiro olhar outros tipos de objetos pra me inspirar. Gosto muitíssimo de joalheria, “piro” em anéis. Gosto de observar as coisas bem art déco, cheias de detalhes e como é difícil fazer. Adoro observar isso, fico mais encantada.

    ©Rafael Meliga

    ©Rafael Meliga

    Mas trabalhos que eu acho que são super bem resolvidos são dos japoneses Yohji Yamamoto, Issey Miyake e Rei Kawakubo, que fazem umas dobraduras maravilhosas, coisas incríveis. Gosto muito também de uma galera que faz uma coisa mais orgânica e bem trabalhada, tipo a Simone Rocha, que faz umas coisas todas bordadas, a Faustine Steinmetz e seus jeans mirabolantes – alguns deles são tricôs, lindíssimos. Eu acho essa intervenção manual maravilhosa. Isso me inspira. Não que eu vá fazer; o que eu faço é uma coisa totalmente diferente disso.

    Quando e como surgiu a Beira?

    Quando me formei, achei que as experiências que eu havia vivenciado poderiam fazer com que eu encontrasse um emprego rapidamente. Mas não. Eu não queria ia São Paulo também, onde há, de fato, mais oportunidades. Havia apenas duas marcas com as quais eu gostaria de trabalhar, Lenny e Osklen. Cheguei a deixar meu portfólio na loja, mas nunca obtive retorno – tive até crise de ansiedade. Passado algum tempo, acabei encontrando uma ex-professora da PUC-Rio que se chama Joana Pessoa. Combinamos, então de encontrar toda semana pra ela me dar uma consultoria e eu entender melhor que caminho seguir. Até que a moda foi se mostrando como resultado. E aí o projeto da Beira foi surgindo, fui entendendo o que estava acontecendo, o contexto, e identificando onde eu poderia atuar conforme o mercado, as tendências e o meu universo: uma coleção de roupas que à princípio seria focada no segmento masculino, pensando também em tecidos e modelagens que atendessem as mulheres, mas amplificando ainda mais o catálogo para os homens. Uma coisa simples e ao mesmo tempo com detalhes. Não seriam roupas para um homem ousado, que já circula por aí com peças femininas, por exemplo. A ideia era fazer pra alguém mais “conservador” mesmo, para que uma pessoa mais “tradicional” conseguisse circular por aí se arriscando levemente ao se vestir.

    No meio do caminho, comecei a fazer curso de modelagem com uma professora italiana bacanérrima. Descobri que eu não gosto de modelar, até hoje, porque é necessária muita paciência – e eu não tenho –, mas, por outro lado, tive uma convivência dentro de um ateliê que possuía uma infraestrutura completa, onde pude entender melhor o que funcionava ou não: as mesas de corte, as máquinas, como os tecidos ficavam expostos, como as linhas ficavam guardadas… Vivi nesse ambiente por um tempo, até minha professora voltar para Itália. E foi quando tive que procurar um espaço pra alugar num período de dois meses. Consegui montar um ateliê, que é onde estou até hoje. Foi minha professora italiana, aliás, que me indicou a modelista que trabalha comigo até hoje, que também fez o curso e tem o mesmo pensamento, por isso desde sempre deu muito certo.

    Quanto tempo levou para fazer a marca e qual foi o investimento inicial?

    Levou quase um ano. Procurei a Joana no final de 2013, ela começou a me orientar de fato no começo de 2014, e eu lancei a marca em agosto daquele ano. Acho muito importante também você se impor um deadline. O investimento sempre foi muito alto e continua sendo.

    Quanto você precisou para começar seriamente o projeto da Beira?

    R$ 150 mil.

    ©Rafael Meliga

    ©Rafael Meliga

    Por que “Beira”?

    Antes de fazer as roupas, eu precisava de um nome pro domínio do site, etiqueta, essas burocracias. Ao observar os materiais que eu estava experimentando como linguagem, percebi que uma mudança de tom era onde a gente enxergava a existência do trabalho em si, porque senão seria apenas um  papel branco ou um papel bege. E aí cheguei à conclusão ao observar quando uma coisa está à margem da outra, o limite entre uma coisa e outra – isso faz muito sentido pra mim, até hoje. Esse lugar onde a gente está à beira de fazer algo, é o que eu acho muito interessante.

    A gente sempre faz o olhar se voltar para a construção da peça, para que seja funcional. Por exemplo, se pra fazer uma blusa é necessário ter dois recortes, é nesse recorte que eu quero intervir de alguma forma. De que maneira podemos pensar para criar uma blusa diferente? O pensamento vai muito nesse caminho. O importante, pra mim, é enxergar em vez de pensar em criar alguma coisa. O que consigo tirar da forma no que estou enxergando. Eu gosto de permear dois mundos. Ser clean e exagerada. Querendo ou não, o que eu faço na hora da construção também é um exagero, por que não? Não gosto de saber o que é certo ou errado, prefiro ficar num meio termo, num lugar que ambas as possibilidades coexistam. À beira de algo.

    Quem é o seu público-alvo?

    Eu acho que essa é a pergunta mais difícil. Porque, assim, eu acho que é um tipo de pensamento, acima de idade, gênero, e todas essas coisas. As pessoas que gostam da Beira têm perfis diferentes. É uma mulher mais madura que vai gostar de uma roupa mais larga, que não vá delinear tanto seu corpo. Ou o cara mais novo que quer se arriscar um pouco ao se vestir. Ou seja, é uma roupa que acaba circulando em vários meios. Não sei dizer exatamente, mas com certeza é uma pessoa que tem um olhar estético um pouco mais apurado, gosta de conforto nas peças, pergunta como faz e de onde vem essa roupa. Eu acho que existem traços em comum com pessoas de diferentes idades e sexos.

    A identidade da Beira gira em torno de peças básicas com foco na modelagem, apresentando cortes funcionais e atenção aos detalhes na parte interna das peças. Como surgiu essa predileção? 

    Não sei. Eu me deparei com isso, na verdade, foi uma coisa intuitiva. Um pouco daquilo que a gente falou sobre o porquê do nome “Beira”, a potência de você fazer diversas coisas e como colocar isso em seu devido lugar.

    Se você não tem um recorte na peça, ela será apenas um tecido; ou seja, é no recorte que a peça vai ter algo especial. A interferência, pra mim, é mais interessante que seja no recorte e, tendo uma função, me encanta ainda mais, porque assim é atribuído um significado àquilo.

    Seus looks nunca apresentam estampas e são sempre monocromáticos. de onde surgiu essa predileção?

    Eu nunca senti falta de estampa, é raro ver uma estampa que eu ache realmente legal. Então desde o começo fui por esse caminho do monocromático. Acho que estampa é um trabalho dificílimo pra você conseguir fazer algo bom, sabe? Mas, olha só: eu achei que nunca faria estampas na minha vida e agora estou fazendo para a próxima coleção (Inverno 18). Ou seja, tudo mudou (risos). De novo, é isso que eu acho muito maravilhoso no tempo, porque à princípio eu achava que tinha que ser algo monocromático pra sempre e, hoje em dia, estou colocando na coleção uma estampa linda e maravilhosa que é feita com amarração manual: o tecido inteiro é tricotado e tingido com tingimento natural com extratos vegetais, depois são estendidos ao sol… Há um processo super lindo por trás disso tudo, é algo que eu acho que agrega muito. O resulto ficou incrível.

    Muita gente me pede pra fazer estampa, decidi arriscar e gostei! Mas é só um tecidinho também, nada demais, o resto é tudo monocromático.

    Inverno 18 ©Rafael Meliga

    Inverno 18 ©Rafael Meliga

    Fibras naturais são comuns em suas coleções: a maioria dos tecidos usados é 100% seda ou 100% algodão, e também há a seda ecológica. Como é a questão da sustentabilidade para você? 

    É um assunto que tem que ser tratado com muita delicadeza. Em geral, acho que tudo que é novo e está crescendo já vem com essa mentalidade, de saber quem fez, em quanto tempo; não tem como não associar à produção. O desafio é para as grandes empresas já estabelecidas, que precisam repensar sua estruturação. Venho trabalhando cada vez mais com tecidos de tear artesanal, tingimento com extratos vegetais e reutilização de casulo de bicho-da-seda. É constante a procura por fornecedores que trabalham de forma sustentável. Além disso, nossos clientes são especialmente atentos à questão da sustentabilidade. Hoje penso em diversificar mais os materiais com os quais eu trabalho.

    Foi uma dificuldade encontrar a seda ecológica? É caro mantê-la na sua produção?

    Foi muito difícil de encontrar. Uma amiga minha que me recomendou e, cara, é carérérérérrima. Ninguém compra muito por isso e, quem compra, compra pouquíssimo. Não é isso que vende. Quando você compra é que percebe quão caro é e se pergunta, “por quê?”. Ainda mais quando você é pequeno e quer apostar em algo assim.

    É caro porque é feito em tear manual, que possui apenas 40 cm. Uma calça, por exemplo, eu faço com seis metros de tecido – imagina o trabalho? É o caos! Acho que é um tecido muito caro porque existe pouca gente investindo, também. Mas acredito que em breve viveremos um ponto de inflexão em que a gente vai conseguir viabilizar melhor esse tipo de tecido. Até porque, por outro lado, é um tecido lindo de morrer, deslumbrante, a coisa mais linda do mundo. Vou continuar tentando, acho que existe um espaço pra isso.

    Nessa última coleção, por exemplo, que eu usei tecidos feitos com casulos reutilizados de bicho-da-seda, a gente foi selecionada pela LNCC, uma multimarcas incrível em Londres, cujo buyer que escolheu tais peças é do departamento Conscious, focado no consumo consciente. Hoje, muitas multimarcas têm essa categoria, além da moda feminina, masculina, acessórios, etc., há o buyer específico para slow fashion.

    Quantas coleções você faz por ano?

    Duas: inverno e verão.

    Como é o seu processo de produção?

    É tudo interno. A gente está em um ateliê no centro do Rio de Janeiro, em Botafogo. Todo mundo fica junto, todas as costureiras entram no processo desde criação até produção, pilotagem, pedidos, tudo.  Todo mundo é próximo, ninguém faz nada segmentado. O corte é interno, a atmosfera é tranquila, os tecidos são de fornecedores que têm referências super bacanas – alguns possuem certificado, outros não, o que é um assunto à parte.

    ©Rafael Meliga

    ©Rafael Meliga

    Em pouco tempo de marca, você já levava a Beira para feiras internacionais. 

    Eu fiz a primeira quando ganhei um concurso logo que lancei a marca, em 2014, para expor as roupas em Paris. Foi um momento para experimentar mesmo, errar, saber qual era o perfil da feira, pensar em onde eu gostaria de estar ou não, como faz para participar, como manda as roupas, como vende, etc. Foi uma visão geral de uma feira que não tem muito o meu perfil. No entanto, foi aí que eu tive menos medo de me arriscar sozinha, sabe? Todas as outras eu fui sozinha e foi rolando. Fui morrendo de medo, mas fui, e as coisas foram acontecendo.

    Certa vez eu estava numa feira de Berlim e me chamaram para participar de outra em Copenhagen no mês seguinte. Foi a feira que mais deu certo pra mim, porque vendi minha primeira coleção para umas lojas que são muito fodas, como a Henrik Vibskov Boutique. Visitei a loja e me colocaram lado a lado das roupas de Yohji Yamamoto e Issey Miyake. Eu queria morrer, fiquei metida, nojenta (risos). Fiquei feliz da vida, foi maravilhoso, mas existe a vida real, né, expectativa versus realidade, porque lá eu não tenho uma clientela. E aí foi necessário pensar: “pula uma coleção? Não pula?”. Coisas que vão te amadurecendo.

    Em geral, o que eu acho muito legal nessas feiras é que os gringos super te incentivam, eles buscam essa coisa pra ser o primeiro a achar o diferente, o novo, e apostar nisso, por isso que a gente teve mais oportunidade lá fora e acabou dando certo. Agora sinto falta, pois não vou mais, não tem como você ficar viajando tanto, é muito cansativo, fora que você leva as roupas na mala… enfim, é complicado. Hoje a gente manda as peças pela Vald Agency.

    Sua marca já desfilou no Projeto Estufa, no SPFW N43. Como é a questão de fazer um desfile para você? 

    Cara, nunca tinha pensado em fazer, não era uma coisa que eu presto muita atenção, porque sou muito mais de enxergar as pessoas no cotidiano usando minha roupa em vez de um evento específico. Mas me surpreendi muito! Eu adorei participar do SPFW, quero participar de todos. Gostei muito da experiência. Entretanto, acredito que existem outras formas para você se mostrar. Sei lá, fazer um concerto… Existem outras formas de você chamar as pessoas para o seu mundo além do desfile.

    Sobre a divulgação da marca, em tempos de Instagram, você acha mais eficaz investir nas redes sociais ou aparecer em editoriais de revistas de moda, por exemplo?

    Eu quero estar em tudo (risos)! O que você consegue mais é estar nas redes sociais, fato. É muito mais fácil você chegar mais perto do seu público, você tem mais liberdade para se mostrar da forma que quiser. Já para aparecer numa revista, você precisar ter uma press mais bacana, o que eu também acho ótimo. São coisas diferentes. No entanto, por exemplo, sua roupa entrou no styling de um editorial, porém a sua peça está embaixo da camisa, do casaco, da calça… Pô, aí não adianta nada. A partir do momento que você encontra um stylist que realmente goste da sua roupa e que invista nela, aí sim acho que começa a fazer mais sentido. Então acho que talvez deva existir uma aproximação entre o stylist e a marca.

    ©Rafael Meliga

    ©Rafael Meliga

    Por que a Beira ainda não tem e-commerce? 

    Eu não quero fazer o meu e-commerce às pressas, sabe? Vou levar bastante tempo pra fazê-lo porque depois que estiver no ar, não tem mais o que fazer. Estamos planejando para este ano. À princípio pensei para maio, mas estou sentindo que será impossível. Então estou considerando mais para o segundo semestre. E também não pensei ainda na questão se será um e-commerce nacional ou só gringo. Pensamos em fazer um que seja baseado em Copenhagen para atender outro público, porque se a roupa for sair daqui, a gente só atende Brasil, já que enviar pra lá fica caro, e se fizer lá, pra chegar aqui fica caro. Ou então faz os dois ao mesmo tempo. Não sei, precisamos pensar onde estará o nosso estoque, se faremos estoque ou não…

    Onde encontramos suas peças?

    Dona Coisa (RJ), Choix, Pair e Void em São Paulo, e multimarcas em Tóquio (Casimir Pulaskiday e Hankyu), Nova York (Swords Smith, OAK, Henrik Vibskov Boutique), São Francisco (Voyager, Better for Living), Los Angeles (Dream Collective), Oregon (Stand up Comedy), Verona (Macondo), Senigallia (I Portoncino), Copenhagen (Henrik Vibskov Boutique) e Ronne (Gute Mensch).

    Você pensa em um dia abrir loja física?

    Com certeza. Antes eu não pensava nisso, mas agora acho importante. Do jeito que o Rio anda, não sei se seria ideal aqui. Pensei à princípio em São Paulo, mas também é difícil. Não sei. Meu pensamento é mais fluido, sabe. Penso mais em uma coisa fora do país mesmo, não vejo muitas barreiras, porque é caro em qualquer lugar e eu prefiro estar próxima das pessoas que se interessem mais – e até achar esse lugar, preciso de mais um ano, um ano e meio, por aí. Mas tenho muita curiosidade em pensar como vai ser a arquitetura, arara, cabines, essas coisas.

    Que conselho você daria para quem quer empreender na moda? 

    Tempo. Se dê o luxo de desenhar bem o que você quer em seu projeto. Não adianta você fazer uma coleção em um mês porque não é a coleção em si, se está certo ou não, mas é o projeto como um todo: pra quem, como, através do que, qual o foco. E isso leva tempo, não tem como você saber de imediato. As coisas que demoram mais são as melhores. Acho que, no mínimo, uns seis meses para você ir delineando tudo, até porque o importante não é o primeiro ano, né? É o sexto, sétimo. É como você se mantém, isso é o mais complicado. Somos guerreiros, em geral. Pra você ter uma ideia, tenho que compra zíper de São Paulo, porque aqui no Rio não tem.

    E o que você planeja daqui pra frente?

    E-commerce e aumentar a equipe. Acho que vai ser bom expandir um pouco, ter mais pessoas aqui. Hoje em dia, todo mundo faz muitas coisas aqui, então a gente acaba passando brevemente por algumas etapas nas quais poderíamos focar melhor.

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