Em 2013, após o desastre do Rana Plaza, que resultou na morte de 1100 trabalhadores de pessoas devido às péssimas condições de trabalho nas fábricas de Bangladesh, mais de 200 marcas de moda mundiais se uniram para a criação de um acordo que protegia os direitos trabalhistas no país. Após um ano que voltou a agravar as situações precárias de trabalho no país, devido à pandemia, um novo acordo foi criado e renovado com duração de 26 meses.
O novo acordo, chamado de Acordo Internacional para a Saúde e Segurança na Indústria Têxtil e de Vestuário (International Accord for Health and Safety in the Textile and Garment Industry) entra em vigor a partir desta quarta-feira, 01.09 e substitui o anterior, criado em 2013.
No acordo prévio, quase 200 marcas concordaram com compromissos de maior segurança legalmente vinculativos, inspeções independentes nas fábricas e contribuições para treinamento de segurança e melhorias nas fábricas. Algumas delas, que utilizavam a mão-de-obra do Rana Plaza e de outras fábricas em Bangladesh, como a H&M, Inditex (proprietária da Zara), Primark, PVH e outras.
O novo acordo busca assegurar a possibilidade de tomar ações legais contra as marcas varejistas caso suas fábricas não estejam nas condições estipuladas; responsabilidade compartilhada entre marcas e fornecedores para garantir estas condições; treinamentos de segurança e monitoramento pelo conselho de segurança de Bangladesh.
Além disso, esse novo acordo também busca expandir essas cláusulas para mais um país além de Bangladesh, segundo principal fornecedor de mão de obra têxtil para o mundo, que foi ultrapassado no último ano pelo Vietnã, devido aos impactos da crise do COVID-19 sobre o primeiro.
Segundo o The New York Times, a H&M foi a primeira marca a anunciar que participaria do novo acordo, seguida da Inditex (ambas já haviam recebido denúncias de utilização mão de obra em condições precárias no passado).
Espera-se que novas marcas devam participar nos próximos anos, mas as americanas Target, Walmart e VF Corps não devem participar, já que, após resistência em assinar o tratado original, criaram sua própria aliança paralela com medidas similares, mas sem a possibilidade de tomada de ação legal contra essas marcas, segundo a Reuters.