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    “Moda é amor e garra” e mais do nosso entrevistão com os estilistas da Neon
    “Moda é amor e garra” e mais do nosso entrevistão com os estilistas da Neon
    POR Redação

    Rita Comparato e Dudu Bertholini do atelier da Neon, no dia da entrevista ©Juliana Knobel/FFW

    Dudu Bertholini e Rita Comparato gentilmente abriram as portas de seu atelier, em São Paulo, para receber o FFW para uma conversa sobre o tema “Identidade”. O resultado é o entrevistão abaixo, que vai do conceito da marca até a crítica de moda, passando por uma realidade alternativa de tupperwares estampados. Confira:

    A origem da Neon

    Dudu: A Rita e eu nos conhecemos na Santa Marcelina, os dois estudantes de moda, e a gente tem uma proximidade de nascimento muito grande, somos librianos de 79, com 15 dias de diferença, e ficamos muito amigos de cara. O primeiro trabalho que fizemos juntos foi o TCC da Rita, que ela me chamou pra fazer o styling. Era lindo o trabalho, todo calcado em modelagem, e já tinha características do estilo dela, uma mistura de algodão com lycra, silhuetas mais justas, com pregas. E eu fiz fivelas, cintos e acessórios que respeitavam as formas da modelagem. E ali a gente percebeu que existia uma sinergia.

    Em 2002, o J.R. Duran me chamou pra um editorial pra revista independente de imagem “Freeze”, e era uma matéria de uma showgirl oriental super sexy. Eu quis fazer uns maiôs de vedete, ultra trabalhados, cavados, bordados, e chamei a Rita pra fazer comigo. E foi muito legal, foram duas peças, que consideramos as primeiras da história da Neon. Até 2003, fizemos uma marca de “maiôs urbanos” — eram collants pra cidade, muitos deles você nem podia nadar, porque a gente trabalhava com cottons, lycras antigas, com alças de cerâmica, madeira, contas. O muito legal é que já era uma mistura de praia com cidade, que é um conceito que nunca deixou de existir na Neon, que é a natureza do nosso trabalho, e muito a natureza do Brasil. E aí, em 2003, a Rita e eu estávamos lá na Casa Búlgara, comendo burekas, e ela sugeriu: “Por que a gente não chama a marca de Neon?”.

    Um dos dois primeiros maiôs da Neon, criado para editoral da “Freeze” ©Reprodução

    O começo da marca

    Rita: Eu acho que é tudo sem querer querendo na vida. Eu sempre digo, cuidado com o que você pede, porque vem. Tudo que a gente tem, a gente que pediu; Deus dá o frio conforme o cobertor. E o nosso trabalho é muito calcado no instinto que cada um tem e preserva até hoje — não só nós dois, como as pessoas que trabalham pra gente. E uma equipe, porque a gente nunca teve a pretensão de ser estilista – aliás, era a última coisa que eu queria, e o Dudu também. Foi simplesmente amor, paixão, humildade e instinto: meu instinto pela modelagem, mais o instinto dele por ser stylist. A gente é trabalhador. A gente é bon vivant. E o resto foi isso, foi luta, não teve muito tempo. Deus é um cara gozador, uniu energia, acho que foi muito isso, um trabalho de equipe, de união, cada um sabendo o que quer… por amor.

    Dudu: De fato, a princípio o nosso propósito não era sermos estilistas. A Rita tinha uma coisa forte com a modelagem e eu estava muito envolvido com styling; eu sempre digo que a minha história é construção de imagem. Nem quando a gente começou a Neon veio com esse formato de que seria um desfile, de que seria uma marca. O primeiro exercício era o exercício em cima das peças.

    A virada foi em 2003, quando decidimos fazer a primeira estampa exclusiva, nossa. Por isso que todas as nossas estampas são assinadas — porque naquele momento tinha uma simbologia da gente provar que a estampa foi feita por nós. Chamamos o Fabio Burjão, que é um artista plástico que colabora muito com a gente até hoje, que fez estampas super clássicas da história da Neon, como é o caso da Pavão, e o Kleber Matheus, diretor de arte, juntou os desenhos e ali a gente criou a nossa primeira estampa. Quando chegamos na estamparia pra dizer que queríamos fazer uma estampa de oito cores na lycra com cores fluorescentes, as pessoas falavam: “Vocês são loucos!”. Porque isso tem um custo industrial inicial absurdo. Só grandes marcas com grandes quantidades fazem isso. E a gente comprou essa primeira briga. Isso também é uma diferença minha e da Rita, porque compramos as brigas que foram aparecendo. Cada dificuldade que se anunciou, seja no trabalho, seja entre nós, a gente encara elas de frente. Consegui um patrocínio e falei: “Bom, se a gente vai ter todos esses metros de tecido já não justifica termos peças únicas e artesanais; vamos ter peças que possam ser produzidas em série”. Ops, estamos fazendo uma marca.

    Desfile e a dinâmica de trabalho da Neon

    Dudu: Eu não acho que toda marca e todo estilista deva optar pelo desfile; a passarela ou a apresentação tem que ser pra quem tem o que dizer na passarela. Hoje em dia tem tantas maneiras de você divulgar o seu trabalho, mídias alternativas, as próprias mídias sociais… só que eu venho de uma linguagem de passarela, a construção de moda é o meu grande input. A Rita eu acho mais estilista nesse ponto, ela é mais envolvida na construção, com a roupa. Ao fazer o primeiro desfile, que foi na sala na minha casa, histórico, com nossas mães recebendo as pessoas, as modelos se trocando no quarto e na cozinha, automaticamente já veio uma mulher que era uma mistura da Rita e de mim, com o rigor, a elegância dela, com a minha exuberância, e junto com isso, o nosso desejo de feminilidade, de ser bon vivant.

    Rita: Eu acho que existe esse contraponto, um sempre puxa o outro. Existe esse equilíbrio, o bem e o mal, como no “Star Wars” [ela aponta para uma foto do R2D2 e C3PO pendurada na parede], eu e o Dudu.

    Dudu: Eu, com o jeito do homem de fazer moda, tenho uma coisa que é teatral, que pode ser mais afetada; e daí se você olha o resultado da Neon, a Rita sempre arremata isso com uma elegância, um charme.

    Assista abaixo ao primeiro desfile da Neon:

    O papel da moda

    Rita: A gente gosta da vida, e gosta de mulher mesmo. Eu não faço concorrência, muito pelo contrário, amo vesti-las — mulher de verdade. Não a “sou feliz todo dia”. É uma mulher vivida. É a coisa mais linda saber levantar, rir, aprender e curtir a vida porque o dia de amanhã, não sabemos. E aqui é muito de dentro pra fora. Porque eu atendo 20 mulheres por dia, do pau de virar tripa até a “to gorda, to gorda, to gorda”. E quando elas usam Neon, o que é lindo pra mim, é que elas contam que foram ao restaurante e que a mulher foi atrás dela no banheiro pra saber a roupa que ela tá usando. E isso começa a dar uma segurança de que ela é linda, de que ela não é gorda, de que ela tem uma personalidade, seja ela qual for. E eu acho que a Neon dá essa força pra elas esteticamente, que na verdade vem de dentro pra fora.

    Dudu: Poder participar da vida das nossas clientes dessa forma é gratificante, ainda mais fazendo uma coisa que é exercício nosso.

    Rita: E a mulher de verdade, não adianta nada se você não assume; aí não tem Louis Vuitton, Chanel que te ajude, minha filha, se você não sabe quem você é! É uma conjunção dos dois.

    Dudu: Eu insisto muito nisso também porque se você se apoia na moda pra se sentir bem, está justamente fazendo a experiência contrária do que a moda te sugere. Ela te dá possibilidades de se expressar, de ser quem você é, e de ter essa coerência entre o que você é, o que você tem e, portanto, o que você veste. Então se você se apoia na bolsa porque acha que aquilo é o que vai te garantir uma aceitação, isso é uma experiência inversa ao que a moda está pronta a te oferecer.

    Dos kaftans aos tubinhos: o estilo passarela da Neon

    Dudu: É sempre importante, ainda mais na passarela, a gente se desafiar a experimentar coisas que a gente tem vontade, aonde vai o nosso instinto, e pra nós, o exercício de cor é tão importante quanto o exercício de estamparia, por exemplo. E na verdade, se você vem na Neon, todo mundo sabe que vai encontrar as peças estampadas mais incríveis, o nosso trabalho continua sendo super focado na estamparia…

    Rita: Katfan a gente tem em todas as coleções comerciais; agora, se eu por só kaftan na passarela toda vez você vai me falar o quê?

    Dudu: Pra gente é um exercício. No primeiro desfile, só tinha uma estampa, isso e mais dois tecidos, então o desfile inteiro era estampado. Quando tivemos o boom da estampa que foi justamente com a de pavão, que tinha filas na porta do showroom pras pessoas comprarem Neon, falavam tanto das estampas, que a gente fez um desfile com os 15 primeiros looks totalmente lisos — e eu lembro até meu pai falava: “Começou o desfile, nem achei que era da Neon, Dudu!”. E no final a gente editou de uma maneira absolutamente caótica, aí vinha uma estampa que não tinha nada a ver com a outra, e aquilo criava uma combinação. Tinha uma mensagem naquilo, de “a gente não faz só estampa, o nosso trabalho também tem esse estilo, mas olha como a gente faz estampa de um jeito incrível”. Quando chegamos num ápice comercial, de ter um direcionamento de distribuição que atendia o Brasil todo, chegamos a ter 26 estampas exclusivas, e aí editamos o desfile cada look com uma estampa. Então sempre encontramos formas de fazer com que a estampa converse e seja coerente com o momento que a marca está, e traduza o nosso espírito.

    Assista abaixo ao desfile Verão 2012 da Neon:

    Rita: Eu sou suspeita pra falar porque eu sou a mãe, e não vou falar mal do meu filho (risos). Mas a gente começou não pra ser comercial, pra fazer essa imagem de moda, pra fazer o desfile. Então no começo, tudo o que tinha na passarela era vendido no comercial. Isso com o tempo foi mudando. Hoje em dia, o desfile é a parte que a gente pode exercitar.

    Dudu: É muito difícil não criar essa distância entre a roupa comercial e a roupa da passarela. Mesmo porque no nosso processo de criação, primeiro vem a ideia, a imagem, o conceito do que a gente vai fazer nessa temporada, quais são os nossos desejos. A partir disso, a gente volta atrás e desenha o comercial. Mas é muito importante que o comercial tenha toda a “energia”, o máximo que a gente puder linkar isso dentro da história, da filosofia do desfile, melhor. Então a gente pensa primeiro, volta atrás pro comercial, aí vai fazer o desfile, e aí vai fazer a venda. É uma coisa de vai e vem, e é muito interessante; tenho certeza que a maioria dos estilistas com que você conversar enfrenta essa distância do que eles desfilam do que é comercial.

    A estamparia da Neon

    Rita: Acho importante falar que não são estampas que eu peguei na estamparia, são de artistas plásticos convidados, e a gente preserva os traços, as sutilezas, é quase um artesanato.

    Dudu: Eu acho que é por isso que a gente teve essa relevância comercial, por ter resgatado um processo muito old school de como fazer a estampa, porque muito na história da estamparia no Brasil, principalmente nos anos 1960, existia essa colaboração de artistas mais relevantes da época com marcas e tecelagens. E hoje em dia os bureaus vendem estampas digitais a preço de banana, isso banalizou, e o digital é uma linguagem que se você não souber usar, te domina. As pessoas perderam muito desse traço manual e dessa sutileza, e a Neon realmente preserva isso e carrega isso com força, é um grande diferencial do nosso trabalho.

    Moda vs. Arte

    Dudu: Pra mim moda não é arte porque acho que ela tem uma funcionalidade, um propósito, ela tem que te vestir, tem que te cobrir do frio; mesmo se ela fosse arte, a gente teria que fazer quatro coleções por ano, e respeitar esse timing de mercado, a parte do consumo, da roupa. Eu teria que mostrar o meu produto de qualquer forma: nem que fosse com uma plaquinha de preço parada na frente da minha cliente, de alguma maneira eu teria que vendar aquela roupa. O que a moda faz de lindo é que ela consegue construir toda uma narrativa e uma dialética por trás daquele produto, e consegue criar emoção, desejo, narrativa, pra um produto que poderia simplesmente estar na arara vendido.

    Rita: Pra mim é diferente. Eu acho que é arte, não só o que a gente faz, como o que cada um faz com amor.

    Dudu: Que lindo isso! Também faz sentido pra mim, apesar de eu não achar — os dois fazem sentido.

    Rita: Pra mim, artista é quem levanta da cama e continua. Seja advogado, escritor, músico, todos têm prazo, tudo é comercial no fim das contas. Mas tem que fazer com amor, que é o que te faz ter a garra pra enfrentar o dia a dia, porque nem tudo são flores.

    Dudu Bertholini e Rita Comparato durante entrevista ao FFW ©Juliana Knobel/FFW

    A crítica de moda

    Dudu: Eu sou super aberto e receptivo, não tenho problemas em ler críticas negativas – não é fácil pra ninguém, só que eu jamais me chateio com jornalista, ou vou tirar satisfação. Eu acho que você tem que ter uma segurança do seu trabalho. Só você sabe o que pensou, o que fez, o que realizou. A realização é algo concreto, e ninguém a tira de você. Só que quando você coloca um look na passarela, você está dando ele pro mundo, é um parto. Se você não tem segurança do seu trabalho, você não está pronto nem pras críticas positivas nem pras negativas, e uma coisa é tão perigosa quanto a outra.

    Eu acho que você fica a mercê de críticas que as vezes podem ser bem fundadas ou não, podem ter um toque pessoal ou não ter, e isso pode ter um reflexo dentro do seu trabalho, do seu comercial; não é fácil. Existe uma responsabilidade do crítico de moda, ele também faz parte dessa engrenagem, e eu acho que são poucos os que têm essa bagagem e o compromisso e a seriedade com o reflexo do que eles estão escrevendo. Porque realmente, assim como o nosso papel não é simplesmente fazer um exercício maravilhosamente autoral de design na passarela porque a gente tem todo um compromisso por trás, o dele também não é apenas dar o viés analítico dele da maneira que for. Eu acho que é entender o compromisso dele dentro do mercado; isso é muito sério.

    Rita: Eu não sou contra que eu ache que não deva existir. Mas como é muita coisa que eu pus muito, eu acho um pouco cruel. Não que eu ache que não deva existir, mas eu não leio. Que nem escola de samba, essa coisa de primeiro, segundo, terceiro, quarto, é tão relativo. E é uma comunidade, por mais que você não goste, foi muito trabalho, pra acabar com “9.8”, “6.7”, acho que não se define nisso.

    O melhor período comercial da Neon

    Rita: Ainda vai chegar.

    Dudu: Olha, depende. Esse momento varia, mas eu te digo: 2005 a 2007 foi uma época que a gente vendeu muito volume. Hoje em dia pensamos diferente sobre o nosso negócio, porque acreditamos que o nosso trabalho é mais autoral, mais atelier, e é um produto tão marcante, tão precioso, que a gente prefere ter poucos e bons – não necessariamente poucos, mas pontuados com butiques que fazem um trabalho fiel com a gente — do que uma venda predatória. Então hoje fazemos uma coleção que é metade do que fazíamos antes, e a produtividade da coleção é muito maior, com produtos muito mais assertivos.

    Rita: Nem tudo que reluz é ouro, não é porque você vendeu mais que foi a coleção que mais teve lucro. E essa coisa de “qual foi a coleção que mais” eu acho que todas. Porque a gente tá sempre aprendendo, no erro mesmo, na raça, é uma maturidade de saber que “eu não estaria aqui se não tivesse passado por tudo isso”.

    Dudu: Hoje sabemos que só vamos desenhar o que podemos produzir, e já pensando como que essa produção vai funcionar, no preço final do produto. Antes de começar cada coleção, analisamos um book de vendas pra ver quanto vendeu cada peça, em qual cor, pra poder entender e afunilar. É muito louco, porque a coleção que a gente mais vendeu em número foi uma coleção em que ficamos no vermelho. Porque a gente tinha uma administração predatória, que fez com que o nosso desenvolvimento fosse caríssimo.

    Rita: E este ano foi quando, com menos pessoas, com menos produtos, conseguimos uma produtividade maior. Mas precisou daquilo pra chegar nisso, porque na verdade começamos muito jovens, não fizemos administração, aprendemos na raça mesmo.

    Dudu: Hoje estamos com uma equipe mais enxuta, mudamos pra cá, que é um lugar onde a gente consegue otimizar o nosso trabalho de uma forma muito mais sensata e coerente do que quando a gente vendia milhões pra um monte de loja, às vezes colocando em praças conflitantes.

    Rita: Eu acho que a gente aprendeu que ser proprietário significa ser diretor. Então você não precisa saber fazer, mas você escolhe quais os personagens. Quem é que vai fazer a gostosa, a má, a boazinha, e você está lá pra ver — se o diretor não estiver lá, não tem timing. É isso que a gente vem descobrindo, e é esse o grande ensinamento.

    Looks do desfile mais recente da Neon, de Inverno 2012 ©ImaxTREE

    Sabendo o que vocês sabem hoje, o que teriam feito de diferente?

    Dudu e Rita: Nada.

    Dudu: A gente fala que faria tupperware, três tamanhos de embalagens com cores diferentes, estampadinho (risos). Mas eu acho que realmente, a gente só poderia se arrepender do que não fez.

    Rita: Acho que tudo na vida tem um porquê. O ruim é quando você tem um problema e não consegue olhar pra si mesmo e aprender.

    A moda como profissão

    Rita: Na moda você não para. O chef de cozinha é o primeiro a acordar porque ele tem que ir pra feira comprar fresco, e ele é o último a ir embora. Moda é a mesma coisa. É muito puxado, é amor e é garra.

    Dudu: O diploma de moda é um dos mais plurais hoje em dia e isso é muito legal; você se forma em moda, e pode trabalhar em um milhão de campos de atuação diferentes. E realmente, ser estilista é o grande fetiche das pessoas, mas poucos diplomas te oferecem tantas possibilidades de campo de atuação quanto o de moda.

    Rita: Acho que todas as faculdades são assim, medicina também oferece uma pluralidade. Faculdade em geral te ensina o básico que você precisa saber; o resto é na raça. Mas eu acho que isso é importante no jovem, porque se ele soubesse, ele não faria. Se ele já tivesse esse rancor, esse ranço que a gente já tem (risos), ele não iria. Então tá tudo certo.

    A novas tecnologias e o futuro da Neon

    Dudu: Isso se anunciou como um caminho muito legal pra nós. E estamos entre os sites de maior visibilidade do SPFW. Temos parceria com a Karina Kotake, da KOK Fashion Lab; vi que ela estava realmente propondo modelos de negócios e aumento de visibilidade de marca, e ela viu na Neon uma oportunidade incrível de conteúdo, de identidade, e de frescor. Estreamos a nossa fan page no desfile de Verão passado no MuBE, criamos a campanha We Like Neon, e tudo isso foi pensado pra gente chegar no e-commerce, inaugurado há menos de um mês, que está tendo um resultado legal, o que nos deixa muito felizes. O que a gente faz na Neon muito bem é que não temos uma verba de investimento pra marketing; o nosso marketing é o desfile. Não anunciamos em campanhas, não temos essa grana.

    Rita: Esse tempo (risos).

    Dudu: Mas a gente consegue, através das mídias sociais e do desfile, ampliar o nosso alcance com custos baixíssimos. Eu acredito muito nisso, acho que tem muito por vir ainda com as mídias sociais. E eu tenho um sonho, que acho que isso é um problema do Brasil, de no futuro poder retomar a exportação, que hoje em dia, com os impostos, meu produto chega mais caro que o da Missoni, da Pucci. Não consigo ter um preço competitivo no mercado externo. Mas eu enxergo isso: a gente cada vez mais enxuto, preciso e precioso, e as parcerias e licenciamentos e a nossa capacidade de branding explodindo cada vez mais.

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