A Moncler apresentou ontem em Milão mais uma edição do projeto Genius, uma das iniciativas de colaboração mais incríveis da moda, que geram peças e imagens impactantes criadas em parceria com oito estilistas. Vale destacar a curadoria da marca, que convida os nomes mais relevantes do momento, fazendo um mix entre marcas mais conceituais e comerciais. Nesta edição, houve uma mudança no “line-up” e Jonathan W. Anderson entra no lugar de Pierpaolo Piccioli. As outras marcas são: Craig Green, Simone Rocha, Richard Quinn, 1952, Grenoble, 1017 ALYX 9SM e Fragment Hiroshi Fijuwara.
Segundo o CEO Remo Ruffini, a curadoria do Genius representa o agora e impulsiona a experimentação. “A marca mudou graças à energia que esse projeto nos deu. Se você entrar na loja hoje, é totalmente diferente de dois anos atrás – a multidão está se divertindo e aproveitando o que temos. É uma maneira totalmente diferente de trabalhar, mas nos traz energia”, disse à imprensa internacional durante a apresentação, que aconteceu em uma fábrica abandonada.
View this post on InstagramCaution: Genius under construction. _ The new #MONCLERGENIUS show space, revealed tonight.
Veja abaixo os highlights de cada coleção.
Richard Quinn
Sua coleção foi inspirada na alta costura vintage, misturando a moda sci-fi dos anos 60 com seu próprio estilo maximalista. O ápice da coleção é o momento final, especificamente os seis últimos looks dos super vestidos estampados com a bandeira gay (o mais lindo) ou com os tradicionais florais do estilista britânico.
JWA
Novo “Genius” do grupo, JW Anderson, que aproveitou para revisitar algumas de suas ideias preferidas ao longo de sua carreira. Segundo contou ao site da Vogue Runway, “a ideia é que as roupas fossem um arquivo inflado”. Ele usou a técnica Moncler para inflar peças que a marca fez na última década, como o chapéu da coleção Riviera (Verão 15) ou o short masculino com babados com a bota na altura do joelho (Inverno 14 da coleção masculina). Para quem acompanha o trabalho de Jonathan, é uma viagem ao tempo revendo seus principais ícones.
CRAIG GREEN
Craig é um dos estilistas mais interessantes da atualidade e continua em seu exercícios de construções ultra elaboradas. Nesta que é sua quarta coleção para o projeto da Moncler, ele começa com uma série de looks que receberam uma injeção de down, prensados de uma forma reta. A coleção evolui para as construções coloridas, feitas do mais leve nylon disponível no mundo hoje. Mais uma coleção espetacular de Craig Green e Moncler.
1017 ALYX 9SM
Com seu olhar aguçado para o que os jovens gostam hoje, Matthew Williams fez uma coleção em que as jaquetas foram o ponto forte, sempre em tons de branco, nude e preto. Uma delas, inclusive, tinha embutida o pó residual gerado pela produção de cristal Swarovski. Outras peças foram produzidas com o material derivado da linha de pesca reciclada ECONYL®, que já vimos em trabalhos do estilista Issey Miyake. “Trata-se de tentar usar a tecnologia de uma maneira moderna e encontrar artesanato dentro dela”.
Simone rocha
Desta vez, Simone fez um filme – inspirado em Fellini – para mostrar sua nova parceria com a Moncler. Ele mostrava que mostrava “uma bailarina com sonhos inquietantes” ou ainda, um “lindo pesadelo”. Mas a coleção não tem nada de pesadelo, tampouco o filme ou as fotos que resultaram dele. Ela uniu seu universo feminino intenso e cheio de referências à alta tecnologia da Moncler, com saias feitas em camadas de nylon, jaquetas oversize que ficam entre o romântico e o utilitário. “Estou sempre tentando trazer alguma feminilidade ao tecnicismo da Moncler”, disse Rocha.
1952
Criadas por Veronica Leoni, a linha feminina da 1952 se inspirou em “um exército de mulheres lutando para voltar a um paraíso perdido, uma natureza radical onde tudo poderia acontecer novamente com espontaneidade, e beleza e liberdade podem ser o princípio da vida”. As roupas, tinham referências estéticas da virada do século 20 e das sufragistas. Algumas peças tinham o slogan It’s her right feito em parceria com o grupo de igualdade de gênero Girls Up.
Fragment Hiroshi Fujiwara
Uma das parcerias mais rentáveis do Genius (vê-se mais nas ruas do que as outras), a nova coleção da Fragment poderá ser customizada quando chegar às lojas no fim do ano – a marca terá máquinas de personalização disponíveis. Realmente, suas jaquetas são usáveis e desejáveis na mesma escala, com ótimas opções de cor, como tons de azul e verde, e ainda com estampas digitais como a arte da capa do álbum Spirit of the Boogie, de Kool & The Gang.
Grenoble
A Grenoble é uma marca de esportes de inverno comandada por Sandro Mandrino. Assim como a Moncler, ela também é hi-tech e de alta performance. Entre todos os designers, essas são as peças mais alegres e estampadas e foram inspiradas em peças como as capas de chuva dos instrutores da escola de esqui. Na parte final, com os looks brancos, as peças são super funcionais e são revestidas com Dyneema, uma fibra sintética supostamente 30 vezes mais leve que o nylon comum e 15 vezes mais densa que o aço. Muitas também tinham função fotoluminescente para que, no final de um dia nas pistas de ski, você possa descer em segurança graças à luz emitida pela roupa, que pode ser vista por outras pessoas. De esquiador para esquiador. A apresentação contou com acrobatas que correram pelas paredes do espaço, num estilo meio homem aranha.