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    Nova brasilidade: as origens da Isolda e suas estampas multicoloridas
    Nova brasilidade: as origens da Isolda e suas estampas multicoloridas
    POR Redação

    Juliana e Alessandra Affonso Ferreira, em São Paulo ©Ricardo Toscani/FFW

    As irmãs Alessandra e Juliana Affonso Ferreira, 32 e 26 anos, respectivamente, cresceram entre Bahia, Maranhão, Rio de Janeiro e Londres. Filhas de mãe britânica e pai brasileiro, elas fundaram a Isolda, em 2011, ao lado da amiga Maya Pope, que hoje vive na Espanha. A marca, badalada por suas estampas tropicalmente multicoloridas, foi destaque da matéria “Nova Brasilidade”, publicada na 33ª edição da “ffwMAG!”.

    Publicamos agora, pela primeira vez, o bate-papo que tivemos em São Paulo com Alessandra e Juliana, que nos contaram curiosidades sobre a criação da Isolda e sobre sua estrutura atual. Leia abaixo a entrevista na íntegra:

    Como surgiu a marca?

    Alessandra: A primeira coleção foi o meu trabalho de graduação [na Chelsea College of Arts, em Londres], “Macumba Chique”, em junho de 2011. No final, fui para a estampa digital e acabei ficando com um estilo bem diferenciado porque muita gente que faz estampa digital trabalha com fotografia, e eu com desenho.

    Juliana: Começou com a Alessandra fazendo joias porque quando ela estudava na Chelsea College of Arts, ela ia aos mercados de antiguidades para encontrar joias vitorianas, que misturava com pedras [semipreciosas] brasileiras. Para a graduação, ela fez a coleção “Macumba Chique”, que fez o maior sucesso. Eu já estava fazendo as mídias sociais e enviando para os veículos, então muita gente ficou sabendo. Depois de muitos pedidos, calculamos [o custo de ] tudo e fizemos um desfile aqui em São Paulo na casa da nossa prima, Gabriela Giannella, que tem uma empresa de decoração para festas, e que nos emprestou a casa. O desfile foi um sucesso, inclusive as vendas das joias e das roupas estampadas. Daí, decidimos não parar mais.

    Alessandra: Eu sempre criei […]. Estudei arquitetura e foi super bom para a formação, porém, era muito técnico e eu gostava mais das maquetes, a parte mais artística dos projetos. Aí decidi cursar moda, fiz um curso preparatório e descobri que meu foco era mais em tecido mesmo (cores, desenhos, estampas, texturas, etc.). A Juliana e eu morávamos juntas em Londres e sempre inventávamos um shooting, styling de amigas, vídeos, e a Maya [Pope] era nossa vizinha, que conhecíamos desde criança. Pedimos para ela fazer um logo e daí nos juntamos.

    Looks de Primavera/Verão 2013 da Isolda ©Divulgação

    A Isolda participa de algum evento de moda?

    Fizemos agora um showroom [Vendôme Luxury] em Paris, que pretendemos fazer todas as estações. O evento acontece durante a semana de moda de Paris no Hotel Le Meurice, na Place Vendôme. Também participamos do Salão +B, da ABEST, com a coleção “Caju Extravaganza”, lançada no final de maio de 2012.

    Por que o nome Isolda?

    Nossa bisavó era chamada carinhosamente pelo nosso bisavô de Isolda. Ele era o Tristão de Ataíde [pseudônimo de Alceu Amoroso Lima], escritor do século 20, superimportante no Brasil. Então, essa foi a inspiração, até porque Isolda é um nome forte, chique, eterno, clássico e que acho que nos representa bem.

    Quais as maiores preocupações e qual o diferencial do produto da Isolda?

    Alessandra: Tudo é pintado e desenhado a mão. Os shapes da marca são simples, o diferencial são mesmo as estampas. Sempre olhamos as roupas de dentro para fora também, nos preocupamos muito com o acabamento.

    Looks de Outono/Inverno 2013 da Isolda ©Divulgação

    A marca surgiu em Londres e tem a cidade na assinatura, mas nenhuma de vocês mora lá atualmente. Como é isso?

    Já registramos Isolda Brasil e pedimos sempre para que as pessoas não coloquem Isolda London, apenas Isolda. Nossa mãe é inglesa e começamos a marca lá, então fazia sentido no começo, mas as pessoas não entenderam que Isolda London era só o domínio de internet (porque já havia só Isolda). Estamos só esperando liberar o domínio Isolda Brasil e, na etiqueta [das peças], só vem Isolda.

    Alessandra, de que forma ser brasileira interfere no seu processo criativo?

    Já crescemos com frutas exóticas e sempre gostei dessas coisas mais esquisitas, tipo seriguela e cupuaçu. Minha mãe, que é inglesa, achava isso superengraçado; eu não via a menor graça em morango, por exemplo. Antes de morar na Bahia, eu morei no Maranhão, então cresci em quintal de açaí. É uma questão de identificação, […] eu cresci no meio de um Brasil bem brasileiro, multicultural. Nossa intenção é manter a memória afetiva ao lado do processo criativo.

    Quais são as referências de vocês?

    Peter Pilotto, Juergen Teller, Pierre Verger, mas nossas musas são nossa avó, filha de Tristão de Ataíde, nossa tia e nossa mãe.

    Como foi a recepção no Brasil e lá fora?

    Juliana: Não poderíamos ter sido mais bem recebidas, as pessoas estão acreditando muito na Isolda e acho que isso se deve muito aos blogs de moda. Com a internet, as notícias vão se proliferando muito rapidamente, afinal só temos um ano e meio.

    Acessórios da Isolda ©Divulgação

    Qual a estrutura da marca hoje?

    Alessandra: Eu estou morando em Nova York agora e lá faço toda a modelagem e protótipos, daí mando para cá, São Paulo, finalizados, e aqui é feita a produção, mas o desenvolvimento faço todo lá. Os tecidos são todos importados, trabalho muito com seda, algodão, cetim. A qualidade dos tecidos é impecável, o carro-chefe é o crepe de seda triplo e as fibras naturais. Depois que a produção fica pronta, mandamos para as lojas, mas venho sempre para cá.

    Onde vocês já vendem?

    Juliana: Vendemos em algumas multimarcas no Rio de Janeiro, como a Dona Coisa e a Via Flores. Em Brasília, na Magrella; e para o Bon Marché, em Paris. Na internet, no Moda Operandi e no Gallerist. Nossa seleção é bem criteriosa, afinal nossa estampa é bem gritante. Estamos começando devagar para garantir o controle de qualidade, nossa produção ainda é pequena. No futuro, pensamos em abrir um e-commerce, mas ainda não temos estrutura para isso. Não é o nosso foco atualmente. E queremos vender mundialmente. Infelizmente, ainda não estamos vendendo em São Paulo.

    Qual a média de preços da Isolda?

    Juliana: É bem elástica, as peças vão de R$ 500 até R$ 3.800.

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