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    Após uma década longe, polêmico Miguel Adrover volta à moda
    Após uma década longe, polêmico Miguel Adrover volta à moda
    POR Redação

    Miguel Adrover ©Reprodução

    Em meio a alguns novos rostos inexpressivos que despontam a cada temporada, velhos – e saudosos – talentos cativam a atenção geral. Miguel Adrover, designer visionário que impactou o mercado de moda nova-iorquino durante o final dos anos 1990 até meados dos 2000, ressurgiu após quase uma década de ostracismo para apresentar-se novamente na NYFW.

    Adrover, que nasceu em Maiorca, Espanha, em 1965, e mudou-se para Nova York em 1991, teve suas primeiras apresentações, em especial “Manaus-Chiapas-NYC” de 1999, muito festejadas pela crítica. No entanto, em virtude de problemas financeiros (o Pegasus Appareal Group, parceiro comercial e maior patrocinador da marca do espanhol, fechou as portas pouco depois dos ataques de 11 de setembro), dos “confrontos” com parte da opinião pública que considerava seu trabalho e suas opiniões ofensivas, e da má sorte de exibir uma coleção (“Utopia”, de 2001) inspirada no Oriente Médio apenas dois dias antes dos atentados ao World Trade Center, Adrover abandonou os Estados Unidos em 2005 para retornar a sua cidade natal.

    Peças da Coleções “Manaus/Chiapas/NYC”, de 1999 e “Midtown”, de 2000, hoje no acervo do MET (Metropolitan Museum of Art) ©Reprodução

    Looks da polêmica coleção “Utopia”, de Primavera/Verão 2002, e “TheSurrealReadWorld”, de Primavera/Verão 2003 ©Reprodução

    Durante o período em que ficou sumido dos holofotes, Miguel passou a trabalhar como diretor criativo da Hessnatur, marca alemã especializada em produtos ecológicos, além de viajar por diversas localidades do mundo. A volta às passarelas de Nova York deu-se como uma surpresa a boa parte dos profissionais do mercado, mas a explicação do espanhol é pontual: “Eu deixei Nova York e minha marca em 2005 e estive aprendendo muito desde então. Tive a oportunidade de viajar para vários lugares do mundo, o que me inspirou bastante. Eu não podia mais segurar. E, também, acredito que há uma grande falta de criatividade na indústria, que está muito focada no lado comercial. Há um vazio lá fora, e eu tenho muito a dizer”, contou em recente entrevista ao “WWD“.

    Em sua nova coleção (Outono/Inverno 2012/13), chamada “Out Of My Mind”, Adrover reafirma seu espírito contestador: quase todos os 45 looks apresentados no Teatro Latea na noite do último sábado (11.02) eram customizações de peças do guarda-roupa do próprio designer, itens coletados por ele em suas viagens ou reaproveitados da Hessnatur. O espanhol não comprou um único pano ou utilizou qualquer máquina de costura, tudo foi unido à mão por ele e quatro assistentes. O hábito de transformar elementos de outras marcas também foi mantido: se, no começo dos anos 2000, Adrover exibiu uma série de trench coats da Burberry ao avesso, agora ele converteu lençóis Ralph Lauren em elementos integrantes de vestidos e saias.

    Inverno 2012/13 de  Miguel Adrover: lençóis, bandeiras, uniformes de beisebol e até boias na passarela ©Reprodução

    A proposta por trás desta reutilização de matérias-primas, segundo Adrover contou à “Another Magazine”, é mostrar como belas roupas podem nascer sobrepondo às velhas convenções. A ideia acometeu o espanhol após uma viagem ao Egito e a Cuba. Durante a vivência que experimentou nesses locais, Adrover diz ter percebido o quão pouco é necessário para ser feliz e produzir algo realmente genuíno: “Eu não quero aderir a um sistema que produz coisas não autênticas, onde qualquer um pode ter qualquer coisa, em qualquer lugar e a qualquer tempo. Eu quero me re-entusiasmar, achar um modo de me expressar novamente que seja significativo e sustentável e respeite as mudanças que eu vejo acontecendo no mundo”.

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