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    “O preconceito interrompe a evolução”, diz Herchcovitch
    “O preconceito interrompe a evolução”, diz Herchcovitch
    POR Augusto Mariotti

    destaque androgino romeu©Romeuuu

    Andrej Pejic já foi chamado de “o homem mais bonito do mundo”, mas não é raro ve-lo retratado como mulher nas revistas de moda mais bombadas. Esbelto, com traços perfeitos e longos cabelos loiros, ele é o modelo sérvio que tem confundido o povo da moda. Mas é menina ou menino? Ao desfilar para Jean-Paul Gaultier e Raf Simons, ele diz que “algumas pessoas achavam que tinha uma loira andando nas passarelas masculinas”.

    andrej marcAndrej, à direita, na campanha da marca Marc By Marc Jacobs ©Reprodução

    Questão parecida sofre a transexual brasileira Lea T, filha do jogador de futebol Toninho Cerezo. Lea se tornou um ícone da moda em 2010 ao aparecer na campanha da Givenchy, marca para a qual trabalha como assistente do diretor criativo Riccardo Tisci. Lea vem ao país neste mês desfilar com exclusividade para Alexandre Herchcovitch, na SPFW.

    leaLea T ©Divulgação

    Enquanto esses dois exemplos ganham cada vez mais reconhecimento – e dinheiro – no mundo, aqui no Brasil a transexual Ariadna, foi eliminada no primeiro paredão do BBB11 com 49% dos votos, após revelar sua condição. “No Brasil o que prevalece é o preconceito. Não interessa aos preconceituosos ir a fundo e identificar o que cada um tem de bom, independentemente de sua condição. O preconceito faz com que andemos para trás interrompendo a evolução das pessoas”, diz Herchcovitch.

    Bom, a questão da androginia na moda já foi levantada por aqui, mas continua causando espanto ou angariando torcida. Há pouquíssimos anos, provavelmente Lea e Andrej não conseguiriam trabalho. Ainda hoje não é fácil. “Há muitos meninos com o look parecido com o meu, mas eles não estão preparados para se assumir dessa forma tão intensa”, disse Andrej à imprensa internacional. E Lea já contou em várias entrevistas que sua vida é uma luta diária contra olhares curiosos e invasivos.

    Os valores sociais e culturais estão mudando e a geração atual já aceita melhor questões relacionadas á sexualidade. Sempre que há uma mudança importante de padrão a moda funciona como um elemento importante na disseminação dessas informações.

    james varley 3James Varley ©Reprodução

    E também se beneficia disso, claro. Tanto que o mesmo agente que lançou Andrej já tratou de encontrar outro menino andrógino, James Varley, estudante de Ciências de 21 anos. Nova promessa da moda. Beleza absurda.

    No Brasil, as pessoas ainda querem ver Giseles, Adrianas e Alessandras? Sim, a demanda pela beleza ultrafeminina e por corpos estonteantes nunca vai deixar de existir, mas hoje há uma tolerância maior e um espaço garantido para outros tipos. “A Lea T está sendo uma nova experiência para mim, com uma resposta muito positiva. As pessoas estão vendo ela como uma modelo, sem se importar com a questão da sexualidade. Houve muita procura, mais do que eu imaginava”, diz Anderson Baumgartner, da Way Model, agência que cuida de Lea aqui no Brasil. Além de Lea, Anderson também tem outra “aposta andrógina”, Vanessa Zamiani, que deve se destacar nas passarelas da SPFW.

    vanessa modeloA new face Vanessa Zamiani ©Divulgação

    Mas Herchovitch lembra: “A moda é cruel e muda de padrão de tempos em tempos. Tivemos exemplos no Brasil de modelos com perfil especial que trabalharam muito só que num período curto de tempo”.

    Será essa mais uma modinha com tempo certo para acabar? Seja como for, terá ao menos servido para quebrar paradigmas, abrir mentes e exercitar a tolerância, tornando cada vez menor o espaço entre as diferenças.

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