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    Onze curiosidades sobre a moda belga, que ganha exposição em Bruxelas
    Onze curiosidades sobre a moda belga, que ganha exposição em Bruxelas
    POR Camila Yahn

    Raf Simons, Dries Van Noten, Martin Margiela, Ann Demeulemeester… Os designers belgas são fundamentais na construção da história da moda contemporânea. O DNA da moda belga é celebrado com uma grande exposição em Bruxelas, que tem potencial para viajar para os principais centros de moda do mundo. “The Belgians: An Unexpected Fashion Story” é um mergulho neste movimento, com amplo material fotográfico, vídeos e peças icônicas.

    Conheça abaixo os principais pontos sobre a moda belga e entenda como esse grupo cavou seu espaço no cenário global.

    moda belga art nouveau jardim de inverno

    Jardim de inverno com domo art nouveau na Bélgica ©Reprodução

    1) Se comparada a outras potências da moda, como França, Reino Unido, Itália, Japão e EUA, a Bélgica é um país pequeno para sua importância, com pouco mais de 11 milhões de habitantes. É conhecida por ser um dos países mais excêntricos da Europa, sempre aberta para novos movimentos. É a casa de René Magritte e um dos berços do Art Nouveau. Surpreendentemente, é a capital europeia de comics, considerada a nona arte pelos belgas. Segundo o site oficial de turismo, 60% dos livros publicados no país são comics. A Bélgica é referência na moda, no chocolate, na cerveja, nos diamantes e na arquitetura.

    2) A Antuérpia sempre foi um polo importante para a moda na Bélgica. Desde o século 15, o comércio e o tingimento de roupas foram chave para transformar a cidade em uma das mais importantes no final do século. De 1873 a 1934, uma empresa de navios chamada Red Star Line transportou mais de dois milhões de pessoas da Antuérpia para os Estados Unidos, reforçando a troca de experiências, produtos e o comércio livre. Mais para frente, a reputação forte no cenário das artes semeou o terreno para o surgimento de visionários da moda.

    moda belga antwerp-six

    Da esquerda para a direita: Marina Yee, Dries Van Noten, Ann Demeulemeester, Walter Van Beirendonck, Dirk Bikkembergs e Dirk Van Saene ©Reprodução

    3) Muito da fama da moda belga contemporânea deve-se ao movimento que ficou conhecido como The Antwerp Six, grupo formado por Dries van Noten, Walter Van Beirendonck, Ann Demeulemeester, Dirk Bikkembergs, Marina Yee e Dirk Van Saene. Eles se formaram na Royal Academy of Fines Arts bem no início dos anos 80 e tinham uma visão radical e original da moda.

    4) Em 1986, o grupo alugou uma van e partiu para Londres com o carro cheio de suas criações. Lá eles apresentaram suas coleções na feira da London Fashion Week.

    moda belga ann demeulemeester

    Look de Ann Demeulemeester de 1994 ©Reprodução

    5) Um dos diferenciais é a construção de uma visão forte, notada desde o primeiro desfile. As propostas dos estilistas sempre foram vanguardistas e inteligentes. Assim, eles criaram um universo inteiro, um vocabulário próprio, e não apenas roupas. Muitos deles passaram a desfilar em Paris, como Dries van Noten e Ann Demeulemeester. Até hoje, os desfiles de Dries ficam entre os mais bonitos e originais a cada temporada.

    6) Margiela, apesar de ser o mais icônico dos belgas, não integra o grupo dos Antwerp Six. Na época, ele foi para Paris trabalhar com Jean Paul Gaultier. “Eu logo percebi que ele era muito bom, mas não tinha ideia de quão bom ele era de fato”, disse Gaultier. Na cola dos Antwerp Six vieram ainda Raf Simons e Veronique Branquinho. Raf estudava design industrial na época e foi o trabalho de Walter Van Beirendonck, especificamente, que chamou sua atenção para a moda.

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    Um dos raros momentos em que vemos o rosto de Martin Margiela, tirado do documentário “The Artist is Absent” ©Reprodução

    7) Alguns elementos além da moda tornaram Martin Margiela um ícone, como o fato dele nunca aparecer após os desfiles, não dar entrevistas nem se deixar fotografar. E assim se manteve por 20 anos com um dos principais designers do mundo, aquele que os convidados brigavam para entrar no desfile. Imagens dele são muito raras e há uma lenda de que ele andou sem ser reconhecido durante a vernissage de uma exposição sobre a Margiela em Londres.

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    Look de Martin Margiela para Hermès Inverno 2002 ©Reprodução

    8) Em 1997 ele se tornou diretor criativo da Hermès. O CEO da marca, Jean-Louis Dumas, perguntou, com certo medo, se ele planejava cortar a bolsa Kelly em dois porque, na época, a imprensa usava palavras como “grunge” e “desconstrução” para descrever seu trabalho. Ficou até 2003 e foi substituído por seu antigo chefe, Jean Paul Gaultier.

    9) A Maison Martin Margiela foi comprada em 2002 por Renzo Rosso. Em 2009 foi anunciado que ele havia se afastado da direção criativa por achar que o novo dono estava sacrificando a autenticidade da marca para transforma-la em uma grife mais conhecida no mundo. Seu conceito de moda influenciou muita gente, como Marc Jacobs, que disse em uma entrevista: “Qualquer pessoa que tem noção de contemporaneidade é influenciada por Margiela”.

    moda belga royal acadmy antwerp

    Fachada da Royal Academy of Fine Arts, na Antuérpia ©Reprodução

    10) Na Bélgica, a parte acadêmica é super valorizada e os alunos aprendem moda em faculdades de arte. Entre as principais escolas, estão a Antwerp Academy e a La Cambre, em Bruxelas, com professores incríveis, como Walter van Beirendonck, um dos fundadores do Antwerp Six.

    Maison Margiela

    A primeira coleção de John Galliano para a Maison Margiela (Inverno 2015) ©Agência Fotosite

    11) Em 2013, os seis estilistas fundadores do movimento causaram um verdadeiro “fashion moment” ao aparecerem juntos no desfile de graduação da faculdade da Antuérpia, que comemorava 50 anos. “Estamos aqui porque o foco da escola é liberdade criativa. Eles estimulam os estudantes a encontrarem a própria voz”, disse Ann Demeulemeester. Essa primeira fila não é pra qualquer um!

    13) Entre outros estilistas e marcas importantes que nasceram na Bélgica estão Olivier Theyskens e AF Vandervorst. Para prestar atenção, vale olhar o KRJST, formado por um grupo de meninas que entendem a importância da história da moda em seu país e ainda assim tem encontrado uma forma própria de trabalhar, focando em projetos coletivos.

    14) Recentemente a moda belga foi foco de mudanças: Raf Simons virou diretor criativo da Dior, Ann Demeulemeester saiu de sua marca e o britânico John Galliano passou a dirigir a Maison Margiela, para grande surpresa do mercado. A diretora Alison Chernick fez um curta sobre os anos de Martin Margiela à frente de sua própria marca, com o título provocador “The Artist is Absent”.

    Na galeria abaixo você vê algumas imagens que estão na exposição “The Belgians: An Unexpected Fashion Story”.

    The Belgians: An Unexpected Fashion Story @ Bozar Centre for Fine Arts
    De 5 de junho a 13 de setembro

    Camila Yahn estará na Bélgica para uma série de eventos, incluindo a exposição, a convite do órgão Visit Flanders. Acompanhe também via Instagram @ffw.

     

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