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    Paulo Borges: "É com alto risco que vêm as mudanças". O que podemos esperar da 51ª SPFW?

    Em entrevista exclusiva, Paulo Borges conta sobre as mudanças na moda e expectativas para o evento

    PAULO BORGES, diretor artístico da spfw

    Paulo Borges: "É com alto risco que vêm as mudanças". O que podemos esperar da 51ª SPFW?

    Em entrevista exclusiva, Paulo Borges conta sobre as mudanças na moda e expectativas para o evento

    POR Luxas Assunção

    Nesta semana tem ínicio a 51ª edição da São Paulo Fashion Week, a segunda exclusivamente digital, desde o início da pandemia. Essa edição aconteceria em abril, mas em decorrência das complicações da pandemia no Brasil, o evento veio para Junho, pois mesmo sem os desfiles físicos, a produção dos fashion films para o formato digital poderia também apresentar riscos aos profissionais da cadeia. O modelo, no entanto, não é exatamente uma novidade para a semana de moda, que transmite seus desfiles na internet desde 2001, sendo uma das primeiras semanas de moda a fazer isso, como conta Paulo Borges, diretor artístico da SPFW, em entrevista exclusiva ao FFW. 

    O DIGITAL À FAVOR DA MODA

    “Principalmente no Brasil, pelo tamanho do país, a questão geográfica e distribuição de consumo, para criar uma cultura de moda, ela teria que usar a ferramenta do digital” conta Paulo, que completa que o digital sempre fez parte do radar da SPFW e relembra a edição em que qualquer visitante da SPFW poderia logar  nos computadores da Bienal e deixar seus comentários, ainda numa era pré-criadores de conteúdo/influencers. “Fazer uma 2ª edição completamente digital traz aprendizados, uma reavaliação da organização do line-up, por exemplo”

    Essa máxima da democratização dos meios digitais também é verdadeira não só no que tange ao acesso do conteúdo das semanas de moda, mas também das marcas participantes. Com marcas de todas as regiões do país, incluindo a primeira vez de uma marca do Centro-Oeste na SPFW: “O digital favorece a moda como um todo, ele propicia uma inclusão e uma democratização. Por isso, o SPFW como plataforma consegue dar luz e protagonismo a marcas que fisicamente poderiam demorar mais tempo para ter esse alcance de mercado” argumenta Paulo Borges. 

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    Para os estilistas, esse também é um momento novo: “Nos camarins, meia hora antes, o estilista e o stylist ainda estão pensando em uma imagem que ele quer arrumar, um detalhe de maquiagem para terminar. No digital isso não existe – por enquanto.” conta “O desfile tem que estar pronto uma semana antes, não 30 minutos antes. Quando pudermos novamente nos reunir e aglomerar, acho que esse é um aprendizado que vai misturar um pouco do que é do físico com o digital”.

    SPFW FESTIVAL

    Essa edição da SPFW também inaugura uma nova plataforma no site do evento, que irá receber e abrigar todo o conteúdo dos desfiles e guardar a memória dos 25 anos de São Paulo Fashion Week, além das matérias sobre as marcas, desfiles e estilistas. A edição, chamada de Festival SPFW + Regeneração, também irá aliar as duas semanas de moda do ano (a edição do segundo semestre deve acontecer em novembro), com conteúdos, encontros, discussões sobre empreendedorismo e possibilidades interativas de participação entre uma edição e outra. “A gente chegou a conclusão que a gente teria que pegar a programação do festival do ano passado e trazer para esse ano” Conta Paulo sobre o Festival SPFW, que estava programado para ocorrer em 2020, quando foi cancelado. 

    projeção dos desfiles em prédio em São Paulo na última edição do evento

    projeção dos desfiles em prédio em São Paulo na última edição do evento

    Regeneração, nome que dá o tom à 51ª edição, trata de ações que querem transformar os processos da moda, em cinco eixos: protagonismo feminino, sustentabilidade, diversidade e inclusão, inovação e empreendedorismo.

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    “As pessoas da moda são resilientes e resistentes por natureza.” Paulo afirma, quando questionado sobre o cenário da moda brasileira na pandemia e a expectativa de uma recuperação econômica.  “Essa é a sexta crise que o mundo e o Brasil passam nesses 25 anos (que o SPFW existe) e temos um line-up com 44 apresentações e várias estreias”. Ele também reitera a importância de novos nomes e criadores nesse panorama “Inserir um novo nome não é só uma estreia, essas novas vozes vão aos poucos influenciando todo o sistema da moda brasileira. É nesse território do alto risco que se trazem as mudanças”, aponta. O mercado de moda brasileira passa por um realinhamento e uma reorganização, segundo Paulo “temos novas forças, novos protagonismos na moda, mas ela continua vibrante e atuante no seu papel. Nós vemos pessoas como o Wilson Ranieri voltar ao line-up e entendemos que ele está encontrando uma nova maneira de fazer o seu negócio, também”. 

    Para a edição da SPFW do segundo semestre, Paulo Borges nos conta que a organização estuda a possibilidade de um evento híbrido, a depender das regras sanitárias, com parte da programação acontecendo de forma física e parte digitalmente. “A moda vai mudar, vai se reorganizar e a moda continuará sendo uma das principais economias do país, mas não será igual à moda que já foi.”

    *Acompanhe nossa cobertura da SPFW N51 aqui no site, em nosso Instagram e Twitter.

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