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    Pensa Moda 2010: Zevs, a auto-publicidade e o desprezo pela comunicação
    Pensa Moda 2010: Zevs, a auto-publicidade e o desprezo pela comunicação
    POR Redação

    Colaborou Stephanie Noelle

    Zevs (29)
    O artista Zevs © Divulgação

    A palestra do 3º e último dia de Pense Moda, com o artista francês Zevs (lê-se Zeus), foi, sem dúvida, a mais esperada. Conhecido principalmente por seu projeto Liquidated Logos, o europeu começou como grafiteiro nos anos 1990, quando teve a ideia, num período em que Paris perdeu quase todos os seus grafites por uma iniciativa do governo, de “limpar” as cidades ao pintar centenas de vezes sobre paredes sujas a frase “Eu não posso sujar as paredes de minha cidade”.

    Surgiu aí a idéia de revelar a “verdadeira” sujeira: o modo como a comunicação visual é transmitida ao consumidor. Leia-se as logomarcas (que ele “derreteu” e banalizou) e as imagens publicitárias (que ele “assassinou” e “sequestrou”) que populam o mundo. “Mas não tenho desprezo pela moda ou pela criação”, esclareceu. (Aliás, para não mostrar mesmo nenhuma afeição às etiquetas, ele estava todo de preto, sem logo algum.)

    A lógica de seus ataques poéticos — que já lhe renderam até prisão em Hong Kong, onde grafitou o logo da Chanel liquidado na parede da Giorgio Armani — é a seguinte: já que a marca sequestra sua atenção para consumir, por que não sequestrar a vontade de volta, evidenciar a ilusão daquela imagem?

    >> O que o FFW pensa:

    Uma das perguntas mais interessantes veio da plateia: o uso crítico de logos, quando o francês ganha com isso, não tornaria seu trabalho uma auto-publicidade? Zevs foi honesto: “Quando uso uma imagem grande ou um logo adorado, utilizo o poder dessas supermarcas em meu benefício. Então sim.”

    O trabalho de Zevs, na verdade, acaba se tornando um ciclo, já que marcas mundo afora olham para seu trabalho para construir outras imagens. Apple, Puma e Adidas já se inspiraram em suas idéias para campanhas publicitárias. “É um tipo de troca”, ele mesmo concedeu.

    Mas isso não tira a relevância de seu trabalho. O FFW é totalmente a favor da reinterpretação da informação, que hoje nos bombardeia diariamente em quantidades assustadoras. Afinal, é da ruptura, de usar o que existe para fazer algo diferente, que surgem novas idéias, novos conceitos, novas tendências.

    E estamos muito curiosos para saber qual vai ser a marca que o artista prometeu deixar em São Paulo!

    >> O que os convidados pensam:

    Sobre o trabalho de Zevs e sua crítica à publicidade:

    Antônio Trigo (relações-públicas da Diesel): Acho tudo isso um pouco dúbio, porque ao mesmo tempo em que ele faz essa intervenção, ele aumenta a publicidade sobre o que ele está criticando. Ele vive do que ele ataca, e ele não deixou muito claro essa relação.

    Maria Prata (editora-chefe da Fashion TV): Acho genial, uma inteligência contemporânea. Especialmente porque há uma guerra entre arte e publicidade né, quando a arte fica muito comercial ou quando a publicidade fica muito artística ocorrem muitas críticas, e ele integra as duas coisas. É uma provocação para os dois lados, ele faz as duas coisas brigarem entre si.

    + Veja a cobertura completa das palestras no blog do evento

    + Veja a transmissão ao vivo das palestras pelo site da Renner

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