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    Renato Ratier, da D.Edge, lança marca de moda dentro de ousado projeto multifuncional
    Renato Ratier, da D.Edge, lança marca de moda dentro de ousado projeto multifuncional
    POR Redação
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    Renato Ratier na primeira loja da marca Ratier, na Alameda Lorena, em São Paulo ©Sarah Lee

    “Não quero que me coloquem uma barreira” é a frase de Renato Ratier que melhor resume a entrevista que ele concedeu ao FFW para falar de seu(s) novo(s) empreendimento(s). Originalmente, a conversa seria focada na Ratier, marca de moda que ele lança na quarta-feira (17.12) na inauguração da sua primeira loja própria na Alameda Lorena, em São Paulo. A questão é que a Ratier – que já deve ter outros três endereços no próximo ano, além de pontos de venda espalhados pelo Brasil – é “apenas” uma parte de um ousado projeto multifuncional que inclui ainda um bar/restaurante, um estúdio de música e um hostel boutique, tudo no mesmo lugar. E tem mais: Renato prevê para o primeiro semestre de 2015 a abertura de um centro cultural no Rio de Janeiro com clube, restaurante, a Ratier e espaços, como, por exemplo, uma galeria de arte.

    Contextualizando: Renato Ratier, mais conhecido como o fundador e dono do clube noturno D.Edge, é um empresário, produtor e DJ estabelecido no mundo da música, mas que sempre foi apaixonado por moda e que teve, nesse mercado, seus primeiros negócios. Membro de uma família de tradicionais pecuaristas, ele decidiu seguir seu próprio caminho e conta, rindo, sobre os primórdios de sua primeira marca de roupas: “Os amigos do meu pai perguntavam ‘e aí, como tá o Renato?’, e ele respondia ‘ah, além de cuidar da fazenda, tá fazendo saia’”.

    Suas duas grifes + uma multimarcas + um fanzine, entre outros empreendimentos em Campo Grande, iam bem, até que chegou um momento em que ele teve que escolher entre esse mercado e a sua carreira que crescia na cena musical de São Paulo – e, naquele momento, seguiu a segunda opção. Alguns anos depois, ele faz seu retorno à moda com a Ratier, muito bem pensada esteticamente, e que já chega completa com vestuário feminino e masculino (que representa cerca de 70% da marca), acessórios e linha home.

    Confira a entrevista em que Renato Ratier explica a sua relação com a moda, a proposta da sua marca Ratier, o porquê de tantos projetos multifuncionais e a vantagem de envelhecer:

    Por que você decidiu voltar agora para o mundo da moda?

    Tenho as coisas sob controle, a minha equipe está redonda, a carreira de DJ é estável… estou estabelecido, então agora é o momento. Isso já tem até um tempo, daí quando vi esse ponto aqui, achei que estava na hora. A moda nunca deixou a minha vida, é uma paixão muito forte que sempre esteve presente. Desde criança eu tinha essa percepção – ia pras festinhas e ficava olhando como as pessoas se vestiam.

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    Imagens do lookbook da primeira coleção da Ratier, em primeira mão para o FFW. Direção criativa de Renato Ratier; styling de Vivi Rivaben; fotos de Angelo Pastorelo

    O que atrai o seu olhar na moda e o que você vai oferecer na Ratier?

    Acima de tudo é o estilo mesmo, a personalidade – por isso o oriente me atrai, as pessoas têm uma atitude forte. Muito do que a gente faz bebe dessa fonte, desse estilo de vida.

    Eu viajo internacionalmente quase todo mês, e quero ter uma roupa fácil e confortável que possa chegar e ir pra uma reunião, sair pra jantar, estar na noite. Uma roupa com flexibilidade, um despojado elegante; é o que você vê na minha vida, e na minha marca.

    Trabalhamos com materiais naturais e as cores preto, marinho, verde militar, cinza e branco. A gente pretende fazer coleções periódicas, mas isso não me impede de ir colocando produtos novos – assim você não fica engessado, e vai ter sempre pessoas interessadas em passar pra ver o que você tem. Isso deu muito certo na minha loja. Obviamente que quando você cresce, isso se torna mais difícil, mas acredito que dá pra fazer.

    Para a concepção da loja, chamei o Gustavo Menegazzo e mostrei as referências que eu gostava, todo o universo que eu queria pra gente chegar nisso; tudo teve um brainstorm bem trabalhado.

    Como é o esquema de produção da marca?

    Fazemos a parte de tecidos planos aqui e o resto fora [no Brasil], mas vamos nos mudar para um galpão na Barra Funda pra fazer a produção em um espaço maior. Vai ser um ateliê-galeria, com espaços multiuso pras pessoas conviverem com a arte diretamente.

    Qual a história por trás desses projetos multifuncionais?

    Nesse ateliê, a ideia é que as pessoas possam ir pra uma galeria e ver bandas, tecidos, gente fazendo coisas, pintando e expondo, com o bruto e o original. No estúdio de música [no complexo da Alameda Lorena], quero que as pessoas tenham contato com a produção, esse processo que instiga, pra elas sentirem que também podem fazer – pra mostrar que quem gosta de música pode ter essa relação, independentemente de ser ou não formado. Quero trazer isso, encorajar a pessoa a ir, procurar, fazer.

    Sou um exemplo vivo disso. Eu tinha condição na minha vida de ser um playboy, mas fui em busca dos meus sonhos. Acho que as pessoas devem se encorajar e procurar estar próximas, ter o contato. Quero criar essas coisas que vão gerar o contato direto das pessoas com a fábrica, com o fazer; pra elas verem que aquilo ali é real e pode ser feito. Interligar a arte, moda, música. Não dá pra ficar fechado, tem que ter uma troca de experiência. Se você se fecha, vai se limitando ao que estão fazendo, ao que o mercado te empurra a fazer. Não quero que me coloquem uma barreira.

    Não quero ficar fazendo e crescendo se não puder colaborar. Obviamente a gente reclama no dia a dia, mas me sinto tão abençoado e tão agradecido por tudo que, se as coisas derem certo, quero compartilhar isso, essa oportunidade que tive e tenho na vida.

    Você parece ser uma pessoa muito zen; como mantém o equilíbrio com tanto acontecendo ao seu redor?

    Não sou tão zen. Quando tive um problema nas costas, no ano passado, era muita agitação. Trabalhava de noite, de dia, dormia pouco, às vezes nem dormia. Estava num ritmo, assim… E aquilo parece que foi até um aviso. Não adianta, a gente tem que fazer com tranquilidade. Eu sou muito exigente comigo e às vezes tinha um pouco de culpa de como fazia as coisas. Mas tem aquela frase: “Não estrague seu presente por um passado que não tem futuro”. Então faço com calma. Quando você faz as coisas com calma e equilíbrio, consegue revisar melhor. Acho que o tempo vai trazendo isso. É a vantagem de envelhecer, você vai vendo que tem coisas que não valem a pena. A gente às vezes acha que está no comando, mas não estamos no comando de tudo. Temos que fazer o possível. Claro que a gente direciona as escolhas, mas essas coisas são projetos que fazem parte da minha vida; a minha vida é outra coisa.

    + A Ratier fica na Alameda Lorena, 2008, Jardins, São Paulo. O Bossa, mistura de restaurante, bar e estúdio de música, tem inauguração marcada para o dia 7 de janeiro de 2015. A arquitetura é a assinada por Marcelo Rosenbaum e Muti Randolph e a cozinha é comandada pelo chef William Ribeiro. O hostel boutique não tem data prevista de abertura.

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