Um dos desfiles mais icônicos da história da moda contemporânea é o deJohn Galliano SS 2003, que você pode assistir inteiramente acima. Inspirado por Leigh Bowery, ícone da cultura clubber dos anos 90, e o Holi Fest, na India, é um daqueles espetáculos memoráveis que Galliano mostrou nos anos 1990 e início dos 2000.
Como sempre acontece, ele tem muito mais do que roupa na cabeça quando pensa uma coleção.
A ideia de Galliano tomou a forma de looks enormemente inflados, jaquetas militares maxi; saris de cores e padronagens diversas; vestidos de mais de 150 metros de crepe de crinolina, organza e georgette e maquiagem e jóias com inspiração indiana. São 34 looks únicos, cada um deles, uma surpresa a parte. E desfilados pelas modelos mais importantes da época, mesmo que ainda não possamos reconhece-las. Mariacarla Boscono abre o show, que também tem Raquel Zimmermann, Alek Wek, Eugenia Volodina, Ana Beatriz Barros, Michelle Alves, Erin O’Connor e Jacquetta Wheeler.
No final, entrou um grupo de modelos cujas roupas volumosas estavam cobertas por aqueles pós coloridos usados no festival indiano. Enquanto elas giravam o corpo, o público era banhado por pó de todas as cores, numa das imagens de passarela mais fortes da década.
Na época, Galliano era também diretor criativo da Dior e a cada três meses, apresentava um desfile de prêt-à-porter ou Alta Costura para as duas marcas. E todos eram uma demonstração de ideias, de histórias, dramas e técnica que pouco se via na indústria. John era o designer com talento inconfundível e incontestável e uma reputação de cometer excessos. Suzy Menkes, na época correspondente do International Herald Tribune, falava que suas apresentações eram “o exemplo mais surpreendente de luxo auto-indulgente desde Louis 14 na corte em Versalhes”.
No mesmo ano, Diane Von Furstenberg disse ao The Guardian: “John é o ponto de referência para todos nós”, disse. “Porque nós estamos fazendo roupas e ele está fazendo mágica”.
Vale a pena reservar 15 minutos para assistir esse momento de ouro da moda.