#TLKS: O que rolou no segundo talk do FFW em parceria com adidas Originals no SPFW N45

Por Guilherme Meneghetti
Ao lado da sala de imprensa no Pavilhão das Culturas Brasileiras entre um desfile e outro deste SPFW, aconteceu no último dia a segunda edição do #TLKS, iniciativa do FFW em parceria com a adidas Originals em celebração ao lançamento do ARKYN, novo modelo da marca pensado para mulheres. O painel reuniu algumas delas que trabalham com criatividade e originalidade em seu dia a dia.
Agora oi a vez da designer Lane Marinho, da artista Verena Smit, da empreendedora Géssica Justino e da atriz Isabella Santoni participarem da conversa mediada por Camila Yahn, editora-chefe do FFW. Em pauta, cada uma falou um pouco de seus respectivos projetos, numa ode à sororidade.
Lane Marinho, por exemplo, trabalhou muito tempo na indústria calçadista até que decidiu diminuir o ritmo e fundar seu próprio negócio, criando sapatos feitos totalmente à mão. Para ela, foi algo natural, já que sempre foi uma pessoa introspectiva e, de repente, se deu conta de que queria respeitar o tempo de seu próprio corpo. “É difícil. Eu demoro, em média, 45 dias pra entregar um sapato. As pessoas perderam a noção do trabalho que dá pra fazer as coisas, para fazer um tênis, uma camisa. Perdemos a noção de tempo”, conta.
Já Verena Smit, artista conhecida por seu trabalho com trocadilhos poéticos, falou sobre seu processo criativo. “A minha inspiração vem do dia a dia, do que eu vejo, leio, escuto. Me sinto responsável em como falar o que quero como mulher. Tem que ser honesto, o que é precioso”, disse. Recentemente, Verena viu um de seus trabalhos repercutir muito nas manifestações que reivindicavam justiça pela morte da deputada carioca Marielle Franco. “Fiquei pensativa em como isso repercutiu e se conectou com tanta gente, algo que surgiu de um pequeno momento de criatividade que não sei como vem”.
A artiz Isabella Santoni explicou sobre a diferença de sua atuação no teatro, no cinema e na TV. Segundo ela, são processos específicos em que experimentação é necessária: uma via de troca entre a persona de Isabella e suas personagens. No entanto, o medo de ousar não pode ser um limite. “A primeira peça de teatro que eu fiz foi um musical de duas horas em que eu tinha que dançar e cantar. Tive somente dois meses para ensaiar. Dias antes da estreia, me permiti ‘ser ridícula’ ali. O medo não pode te travar. Antes feito do que perfeito”.
E medo é algo que a dançarina Géssica Justino passa longe, uma vez que deu as caras e começou a explorar um universo onde se sentiu acolhida, o da barbearia, provando que lugar de mulher é onde ela quiser. “É principalmente necessário entender a problemática de uma mulher e seu projeto, não importa qual seja. Existe uma questão que, por sua vez, não pode ser um limite”, resume. Segundo ela, a barbearia é a sua segunda casa e, com isso, desenvolveu um programa documental sobre diferentes barbeiros da periferia carioca, um grupo que carrega história e está ligado a diferentes cenas – da música, por exemplo, em que uma banda de barbeiros deu vida ao primeiro registro de música popular de rua, o que resultou no icônico chorinho.
Pra fechar, Camila Yahn pediu a todas que citassem uma mulher que as inspiram – e citar apenas uma, o que não foi uma escolha fácil. “Carmem Luz e Pina Bausch”, dispara Géssica. Lane encontra referências em Nina Simone. Já Verena olha com admiração para o trabalho de Ana Cristina Cesar e a indiana Rupi Kaur. Isabella encerra, contando que se inspira em Vera Holtz e sua amiga Tatiana Rossi, do @diariodeunicornio.