Terminou. Trinta e sete desfiles passados e mais uma edição do SPFW chega ao fim. Mas se você não conseguiu acompanhar tudo aqui com a gente preparamos um resumão com os principais acontecimentos desta 28ª edição do maior evento de moda da América Latina.
ROCK AND ROLL
A Cavalera deu o pontapé mais do que merecido na temporada paulista para o inverno 2010. Escolhendo a Galeria do Rock como locação, a grife reassumiu sua vocação rocker apresentando uma coleção 100% fiel aos seus consumidores. Jeanswear poderoso, alfaiataria despojada mais ainda e sucesso garantido. Tudo a ver com 2010, ano em que a marca comemora 15 anos de vida.
MODA CUBISTA
A Osklen mostrou imagens de moda cheias de impacto ao construir suas roupas da próxima estação num feltro de lã de espessura bem grossa. Pense na arte Cubista e o resultado é bem próximo, só que com a cara da marca carioca. Mais interessante ainda se pensarmos que o ponto de partida foram os verões passados da própria marca.
20.000 LÉGUAS SUBMARINAS
Beachwear e inverno não combinam muito. Mas ao mergulhar no mundo do underwear, Alexandre Herchcovitch, no comando da Rosa Chá, provou que não há estação certa para uma boa moda praia. Ainda mais quando as enseadas não são o único destino disponível – daí o flerte inteligente com a alfaiataria bem desconstruída.
DO LESTE EUROPEU
Alexandre Herchcovtich desfilou uma de suas melhores coleções. Talvez a mais amadurecida de todas. Cheia de elementos do Leste europeu a coleção vem cheia de produtos prontos para o consumo, dos mais assimiláveis aos mais comerciais, trazendo acabamentos, construções, volumes, tecidos e detalhes que mostram o estilista em sua melhor forma.
SOB NOVA DIREÇÃO
A história de uma das mais importantes marcas da moda brasileira passa agora a ser escrita por novas mãos. Em sua primeira coleção inteiramente sob direção de Eduardo Pombal, a Forum Tufi Duek dá continuidade à sua linguagem sofisticada, mas agora imprime um pouco mais da autoria do seu novo diretor.
MODA PERFORMÁTICA
A coleção pode ser complicada, mas não há como refutar o dom que Ronaldo Fraga tem para emocionar seu público. Dessa vez foi olhando para o trabalho da coreógrafa Pina Bausch que ele conseguiu novamente atingir a alma da plateia. Assim como a dançarina alemã, Ronaldo rompe os limites da passarela através de uma coleção misteriosa, com clima assustador e cheia de emoção.
PAUPERISMOS
Politicamente incorreta (neste caso não é uma coisa ruim) e cheia de energia, a Amapô retorna ao line up do SPFW com coleção inspirada nos moradores de rua. Com um jeanswear inteligente, alfaitaria toda desconstruída (ou seria reconstruída?), jogo de proporções inteligente e ótimo trabalho com zíperes, a dupla Carô Gold e Pitty Taliani reformam, de maneira extraordinária, o streetwear.
BAÚ DA MEMÓRIA
A Huis Clos merece destaque especial pela leveza com que trabalha formas e manipula tecidos. Clô Orozco fala de uma sensaulidade nada óbvia, sem precisar de maxi decotes ou formas ultra justas, mas utilizando tecidos finos e pequenas franjas para revelar a pele com o caminhar das modelos.
JOGANDO COM A MORTE
Inspirado no filme “O Sétimo Selo”, do diretor sueco Ingmar Bergman, Alexandre Herchvotich transformou seus modelos em caveiras e elevou a moda masculina nacional a um patamar totalmente superior. Alfaiataria impecável, radares ligados no que há de mais atual no segmento e, claro, toda a sua identidade pessoal e intransferível.
DO ESTILISTA
Dando a volta por cima, Marcelo Sommer retorna às passarelas do SPFW com coleção emocionante falando sobre a domesticação da vida e a falta de liberdade que aprisiona o espirítio humano. Com passarela cheia de amigos, mostrou que existe amizade na moda. E mais que isso, mostrou que continua sendo um dos grandes talentos da moda nacional.